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Especial |
Ano 1 - N° 20 -
29 de Agosto de
2007 |
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THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
Curitiba, Paraná
(Brasil)
Respeitemos a vida.
Aborto, não!
Além do livreto a
respeito da eutanásia, a
Federação Espírita
Brasileira publicou e
distribuiu às Casas
Espíritas de todo o país
o opúsculo
Respeitemos a vida.
Aborto, não!, com o
objetivo de esclarecer a
população sobre o que é
o aborto e por que tanto
o Espiritismo quanto a
Igreja não o aceitam.
Com o formato de 10 cm x
15,8 cm, o livreto da
FEB compõe-se de um
prefácio e mais 9
textos, a seguir
enumerados:
-
Enfoque da
Codificação Espírita
(O
Livro dos Espíritos,
questões 357 a 359)
-
Aborto
(Vida e Sexo, cap.
17, de Emmanuel,
psicografado por
Francisco Cândido
Xavier)
-
Aborto delituoso
(Religião dos
Espíritos, pp. 17 e
18, de Emmanuel,
psicografado por
Francisco C. Xavier)
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-
Doloroso crime
(Ação e Reação, cap.
15, de André Luiz,
psicografado por
Francisco Cândido
Xavier)
-
Gestação frustrada
(Evolução em Dois
Mundos, cap. 13, de
André Luiz,
psicografado por
Francisco Cândido
Xavier e Waldo
Vieira)
-
Filho que não nasceu
(Antologia dos
Imortais, poema de
José Guedes, p. 307,
psicografado por
Francisco Cândido
Xavier e Waldo
Vieira)
-
Aborto criminoso
(Evolução em Dois
Mundos, cap. 14, de
André Luiz,
psicografado por
Francisco Cândido
Xavier e Waldo
Vieira)
-
Infortúnio materno
(Contos e Apólogos,
cap. 39, de Irmão X,
psicografado por
Francisco Cândido
Xavier)
-
Seara de ódio
(Contos e Apólogos,
cap. 11, de Irmão X,
psicografado por
Francisco Cândido
Xavier).
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Aos textos
mencionados, devemos
acrescentar, para
melhor elucidação do
assunto, as
considerações que se
seguem.
Dois
tipos de abortamento
são permitidos no
Brasil |
Primeiramente lembremos
que a Organização
Mundial de Saúde define
abortamento como sendo a
eliminação de um
concepto inviável, com
peso menor que 500
gramas e/ou idade
gestacional abaixo de 20
a 22 semanas.
Em dois grupos ele se
divide: espontâneos e
provocados. No Brasil o
abortamento provocado
somente é legalmente
permitido em dois casos:
1o - Se
não há outro meio de
salvar a vida da
gestante, posta em
perigo.
2o - Se a
gravidez resultar de
estupro.
O primeiro caso, também
chamado de abortamento
necessário ou
terapêutico, é aquele
que se realiza quando a
vida da mulher esteja em
risco efetivo, seja por
problemas de saúde
preexistentes ou por
complicações havidas
durante a gestação, como
traumatismos,
hemorragias etc.
O abortamento em tal
situação, além de
admitido na lei
brasileira, recebe a
proteção do Código de
Ética Médica, cujo
artigo 54 estabelece que
o médico estará
autorizado a realizar o
abortamento, quando não
houver outro meio para
salvar a vida da
gestante.
O mesmo entendimento,
favorável à prática do
abortamento, se não
existirem outros meios
de socorrer a mulher,
está consagrado no item
359 d’ O Livro dos
Espíritos, transcrito no
opúsculo da FEB.
Chama-se aborto
sentimental ou moral ao
segundo caso, em que a
gravidez haja resultado
de um constrangimento da
mulher à conjunção
carnal, mediante
violência ou grave
ameaça. A lei, no
entanto, diz que para
praticá-lo é necessário
o consentimento da
gestante ou, se incapaz,
do seu representante
legal.
Em que pese a permissão
legal, consagrada tanto
no Código Penal
Brasileiro quanto no
Código de Ética Médica,
a Igreja Católica e a
Doutrina Espírita não
admitem esta última
forma de abortamento,
valendo-se do argumento
de que um ato de
violência, no caso o
estupro, não pode ser
pago com outro ato
igualmente violento.
Ora, sacrificar a
criança, que nenhuma
culpa tem da agressão
sofrida pela gestante,
não resolve o problema
do estupro, e mesmo o
agrava, porque pode
resultar a partir daí um
quadro de consciência
culpada, que piorará sem
dúvida a situação da
mulher.
Propõe-se então, como
saída mais viável em
tais casos, o apoio
psicológico à gestante,
para que dê curso à
gravidez e, mais tarde,
não querendo ficar com a
criança, a encaminhe
para adoção por parte de
um casal sério que
queira adotá-la.
No Brasil a lei não
admite outras formas de
aborto, embora existam
juízes que vêm
autorizando a prática do
chamado aborto eugênico,
que é o que se realiza
para evitar que nasça
uma criança portadora de
anomalias físicas ou
psíquicas graves, como a
anencefalia.
Os que defendem essa
forma de abortamento
alegam que ele não
consta da legislação
brasileira porque cinco
décadas atrás não havia
a Medicina fetal nem os
equipamentos, como a
ultra-sonografia, que
permitem hoje
diagnosticar
malformações no feto já
no início da gravidez.
O abortamento nos casos
de anencefalia
Os estudiosos espíritas
encarnados e
desencarnados, conquanto
Kardec não haja
examinado o assunto,
entendem que continua em
plena vigência o
entendimento espírita,
consagrado em O Livro
dos Espíritos, de
que só é admissível o
abortamento que se
realiza para salvar a
vida da gestante posta
em perigo com a
continuidade da
gravidez.
Vários motivos embasam
esse pensamento.
Primeiro:
Não existe gravidez por
acaso, da mesma forma
que não basta a uma
mulher querer engravidar
para que a gravidez
ocorra. A vinda de um
Espírito à existência
corporal, ainda que por
poucas horas, faz parte
de um programa
reencarnatório
minucioso.
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Segundo:
As mutilações orgânicas
de nascença têm sua
causa em atos praticados
no passado, obviamente
em outras existências.
Se alguém atenta contra
o próprio cérebro,
ensina Emmanuel,
necessitará, para
refazê-lo, de no mínimo
duas existências
corporais. “Quando
perpetramos determinado
delito e instalamos a
culpa em nós,
engendramos o caos
adentro da própria alma
e, regressando à Vida
Maior, após a
desencarnação,
envolvidos na sombra do
processo culposo,
naturalmente padecemos
em nós mesmos os
resultados dos próprios
atos infelizes”, eis o
que |
Chico Xavier, sob a
inspiração do seu
mentor e guia,
declarou na noite de
7 de maio de 1974 em
sessão solene da
Assembléia
Legislativa do
Estado de Goiás,
como o leitor pode
verificar na obra Chico Xavier
em Goiânia,
publicada pelo GEEM
Editora. |
O Espírito que se
encontra ligado ao
organismo defeituoso já
se achava assim, com
mutilações semelhantes,
na vida espiritual. A
reencarnação constitui,
então, para ele uma
oportunidade de
reparação, que fica
evidentemente
interrompida com o
abortamento.
Terceiro:
Lembra-nos Joanna de
Ângelis, em seu livro
Alerta, cap. 22, que
na maioria dos casos de
aborto a expulsão do
corpo em formação de
modo nenhum interrompe
as ligações
Espírito-a-Espírito,
entre a gestante e o
filho rejeitado. Em face
disso, sem compreender a
ocorrência, ou
percebendo-a em
desespero, o ser
espiritual expulso
agarra-se às matrizes
orgânicas e termina por
lesar a aparelhagem
genital, dando gênese a
doenças de etiologia
complicada, sem falar
nos casos de obsessão
daí decorrentes. |
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Conseqüências do
abortamento delituoso
Num opúsculo a respeito
do aborto, editado em
1998 pela AME-Paraná, a
psicóloga clínica e
diretora do departamento
de Psicologia da citada
instituição, Marlene
Venâncio Sperandio,
examinou os aspectos
psicológicos do aborto e
suas conseqüências
fisiopsicológicas.
Eis as principais
conseqüências da prática
do abortamento para a
mulher, segundo o estudo
feito pela Dra. Marlene
Venâncio Sperandio,
constante do citado
livreto:
·
Sentimento de culpa.
·
Sentimento de solidão.
·
Sensação de vazio.
·
Sentimento de perda.
·
Prejuízos orgânicos.
·
Suicídios.
De acordo com pesquisas conhecidas, a taxa de suicídio após a prática do
abortamento é três vezes maior do que o
índice normal. O conhecimento do Espiritismo
nos permite compreender melhor por que isso
se dá.
O fato é
fácil de entender. Depois da morte do seu
corpo material, o Espírito tem novas
oportunidades de prosseguir no seu processo
evolutivo. Mas pode ocorrer – caso seja um
ser moralmente atrasado – que ele resolva
voltar-se contra a mulher e todos os que
decidiram a interrupção da gravidez e o
sacrifício do feto.
É por isso
que Emmanuel (Espírito), valendo-se da
mediunidade de Chico Xavier, advertiu:
“Admitimos seja suficiente breve meditação
em torno do aborto delituoso, para
reconhecermos nele um dos grandes
fornecedores das moléstias de etiologia
obscura e das obsessões catalogáveis da
mente, ocupando vastos departamentos de
hospitais e prisões.”
Segundo o
conhecido mentor espiritual, os seres
acumpliciados nas ocorrências do abortamento
criminoso desajustam as energias
psicossomáticas com intenso desequilíbrio,
sobretudo do centro genésico, implantando
nos tecidos da própria alma a sementeira de
males que surgirão a tempo certo. Isso
ocorre não apenas porque o remorso se lhes
entranha no ser, mas porque assimilam,
inevitavelmente, as vibrações de angústia e
desespero, de revolta e vingança dos
Espíritos que a lei lhes reservava como
filhos.
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