Muitos leitores nos têm
falado sobre a dificuldade
de recordar conceitos
pertinentes aos estudos
gramaticais que hoje, anos
depois de haverem cursado o
ensino médio, lhes parecem
estranhos e mesmo
incompreensíveis.
Exemplos: adjunto adverbial,
predicado, complemento
nominal, sujeito
inexistente, aposto, crase,
vocativo.
De fato, a queixa é geral e
não sabemos exatamente por
que ocorre a aludida
dificuldade.
Uns acham que isso se deve
ao método de ensino do
idioma português, em que
muitas vezes se incentiva o
hábito ou a mania de
decorar, sem assimilação do
conteúdo ministrado.
Vejamos o caso da crase. A
pessoa que a utiliza antes
de uma palavra masculina ou
de um verbo mostra que
jamais entendeu seus
fundamentos, mas apenas
decorou algumas regras,
sem as assimilar.
O conhecimento dos termos da
oração e sua função é, no
entanto, fundamental para
quem pretende usar
corretamente o idioma que
falamos.
Recordaremos, então, nesta e
nas próximas edições algo
que possa ajudar o leitor a
rememorar informações e
conceitos que poderão
auxiliá-lo no uso do idioma.
Sujeito – eis o tema de
hoje.
Sujeito é o termo da oração
a respeito do qual se
enuncia algo. Exemplos:
João faleceu. Os
meninos chegaram.
Minha filha casa-se
hoje. (O sujeito das
orações está indicado em
negrito.)
Há três tipos de sujeito:
1. Sujeito determinado.
O que pode ser identificado
na oração, quer se apresente
de forma explícita, quer
implícita. Pode ser simples,
composto ou oculto.
Sujeito simples: o que só
tem um núcleo, isto é,
aquele em que o verbo se
refere a um único elemento.
Exemplo: A primavera
é uma bela estação.
Sujeito composto: o que tem
mais de um núcleo. Exemplo:
Inflação e
desemprego são os
desafios a enfrentar.
Sujeito oculto: o que se
acha somente subentendido na
oração, mas é passível de
ser identificado. Exemplo:
Viajaremos amanhã.
(Sujeito oculto: “nós”.)
2. Sujeito indeterminado.
O que não está expresso na
oração, ou por não se
desejar que ele seja
conhecido, ou pela
impossibilidade de sua
explicitação. Exemplos:
Dizem maravilhas sobre o
Pantanal. Falava-se de tudo
na festa. Precisa-se de
médicos.
3. Sujeito zero ou
inexistente. Trata-se
do caso em que não existe
elemento ao qual a ação
verbal se refere. Exemplo:
Choveu muito hoje. Nevou em
Curitiba. Faz frio em
Londrina.