Ao longo dos 92 anos de vida
- 74 deles dedicados a
servir de ponte entre vivos
e mortos, Chico escreveu 412
livros, vendeu quase 25
milhões de exemplares e doou
toda a renda, em cartório, a
instituições de caridade:
“Os livros não me pertencem.
Eu não escrevi livro
nenhum”. "Eles" escreveram!”
Em fevereiro do ano 2000,
Chico foi eleito o Mineiro
do Século em votação que
mobilizou a população de
todo o estado de Minas
Gerais e o consagrou, mais
uma vez, como fenômeno
popular. Couberam a ele
exatos 704.030 votos, o
suficiente para derrotar
concorrentes poderosos como
Santos Dumont (segundo
colocado), Pelé, Betinho,
Carlos Drummond de Andrade e
Juscelino Kubitschek (o
sexto colocado). Recluso,
doente, afastado dos
holofotes, Chico continuava
vivo, firme e forte, na
lembrança do público.
No ano seguinte, ele foi
internado com pneumonia
dupla, em estado grave, num
hospital de Uberaba. Ao
gravar imagens da fachada do
prédio, um cinegrafista
registrou uma aparição
inusitada: um ponto luminoso
vindo do céu se deslocou em
alta velocidade na direção
da janela do quarto onde
Chico estava.
O médico Eurípedes Tahan
Filho acompanhava o paciente
e diagnosticou: logo depois
desta aparição, o quadro
clínico de Chico mudou. "A
febre desapareceu, a
respiração melhorou e ele
ficou mais alerta." Dois
dias depois, Chico teve
alta. As imagens foram
exibidas no programa
Fantástico, da Rede Globo,
logo após a morte do médium.
Reflexo na lente da câmera?
Fraude? Ajuda espiritual?
Milagre?
Engenheiros entrevistados
descartaram a hipótese de
fraude e não conseguiram
explicar a origem da luz.
Mais um mistério em torno de
Chico.
Numa das poucas conversas
que tive com ele, depois de
vencer as resistências
iniciais, toquei num tema
delicado: sua sucessão.
Haveria um novo Chico
Xavier?
Chico encerrou o assunto:
"Morre um capim, nasce
outro".
Ele falava sério!!
Do livro: As vidas de
Chico Xavier, de Marcel
Souto Maior
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