Paulo Renato
Ferreira:
“Não somos donos
de nada”
O estimado amigo
fala-nos sobre
sua experiência
nas lides
espíritas e
conta como
surgiu o “Paz e
Amor”, de
Americana-SP
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Paulo Renato
Ferreira
(foto),
natural de São
Simão e
residente em
Americana, ambas
as cidades
situadas no
interior
paulista, é
espírita desde
os 18 anos.
Advogado e
vinculado ao
Centro Espírita
Paz e Amor, em
Americana-SP,
ele é diretor de
Patrimônio e
coordenador das
reuniões
públicas
realizadas pela
instituição às
terças-feiras.
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Entrevistamo-lo
sobre sua
experiência nas
lides espíritas. |
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Como se tornou
espírita?
Católico de
berço, foi pelas
conversações com
minha tia
Cidinha Del
Moro, de
Ribeirão Preto,
hoje no mundo
espiritual, e
pela simpatia
com a doutrina
que passei a me
interessar mais.
Em face também
de surgirem
“sintomas” de
mediunidade, um
pouco pela dor e
um pouco pelo
amor, comecei a
frequentar o
“Paz e Amor”, de
Americana.
Sua vinculação
com a
instituição como
ocorreu?
Mudando para
Americana em
1982, orientado
para procurar
uma casa
espírita, fui ao
“Paz e Amor”.
Atendido pelo
querido e
saudoso José
Rampazzo, que
muito me ajudou,
comecei a
frequentar a
casa.
Em Americana
existem quantas
instituições
espíritas?
Americana possui
atualmente 25
casas espíritas.
De alguns tempos
para cá a
integração
tem-se
fortalecido, já
que a própria
USE
Intermunicipal
de Americana,
Nova Odessa e
Sumaré tem
objetivado essa
integração.
Divulgação
espírita por
parte da USE não
existe. Há na
cidade uma rádio
comunitária que
abre espaço
diário das 7h30
às 8h30 para a
doutrina, sendo
que, a cada dia,
um representante
das casas lá
comparece e
debate em torno
do Pentateuco de
Allan Kardec.
Quando o “Paz e
Amor” foi
fundado?
Ele foi
legalmente
constituído em
1º de março de
1944. Na década
de 1930, Elvira
Bengardini,
sogra de José
Rampazzo, tendo
sido acometida
de um mal que os
médicos não
conseguiram
diagnosticar,
foi aconselhada
a procurar um
Centro Espírita.
Dada a
dificuldade para
se locomover até
Limeira, pois
ela morava no
bairro Carioba
em Americana,
reuniu um grupo
de interessados
e passaram a
fazer as
reuniões
mediúnicas em
sua residência.
Em 1938, José
Rampazzo
casou-se com
Ilda Bengardini,
filha de Elvira.
Nessa época,
residiam todos
em São Paulo. Em
seguida, D.
Elvira retornou
para Carioba e,
em 1940, José
Rampazzo, a
esposa e o filho
primogênito
também
mudaram-se para
Americana. Por
essa época
continuavam as
reuniões
mediúnicas e, em
certa manhã, o
filho de seu
José, que já
andava, parou de
andar, não se
firmava nas
pernas e chorava
muito. D. Ilda
solicitou ao
marido que
levasse o menino
para a mãe
aplicar-lhe um
passe; após o
passe, o menino
se acalmou,
desceu do colo
do pai e saiu
andando. A
partir daí ele
quis saber como
isso acontecera
e passou a
frequentar as
reuniões
mediúnicas. O
único livro da
codificação ao
alcance era O
Evangelho
segundo o
Espiritismo.
Ele passou a
estudá-lo e em
1944, por
orientação dos
Espíritos
orientadores do
grupo, José
Rampazzo deu
início à
legalização do
grupo, para
conseguir seu
registro, que
era feito em
Campinas-SP, no
que encontrou
muitas
dificuldades. O
dono do
cartório, muito
católico,
colocou uma
infinidade de
dificuldades,
para que
desistissem do
intento. Porém,
com perseverança
e o estímulo dos
orientadores
espirituais, o
grupo logrou
êxito. Em 1947 o
centro passou a
funcionar no
porão da casa de
José Rampazzo.
Em 1951, com a
mudança de
Rampazzo para a
Rua Luís Delben,
52, o Centro
também mudou de
endereço,
funcionando em
pequeno salão
construído no
quintal da casa.
Mais tarde,
Rampazzo
adquiriu o
terreno ao lado
de sua
residência e
doou 240 metros
quadrados, para
construção da
atual sede do
Centro, com a
colaboração dos
frequentadores
da época. Essa
sede foi
inaugurada em
17/07/1965.
Há planos para a
expansão física
da instituição?
Sim. Nossa Casa
luta para ter
recursos, já que
não temos
mensalidades
fixas e
dependemos
exclusivamente
da venda de
latinhas, de
pizzas, do
bazar, de massas
prontas/congeladas.
Estamos
aguardando os
cálculos do
engenheiro para
iniciarmos a
ampliação da
casa, o que
esperamos que
ocorra em pouco
tempo.
Qual é sua visão
atual do
movimento
espírita
nacional?
Acredito que o
movimento
espírita
nacional esteja
bem atuante,
todavia ainda
falta
consciência de
alguns
dirigentes de
que dentro da
doutrina, e
especialmente
dentro do centro
espírita, não
somos donos de
nada e temos
de ter em mente,
com relação à
Casa Espírita,
que também
passaremos e
devemos, assim,
procurar sempre
dar oportunidade
para que as
outras pessoas
cresçam, não nos
eternizando na
sua direção.
Além disso, é
preciso
fortalecer a
evangelização
infantil e a
mocidade
espírita.
No empenho das
palestras com
oradores
convidados de
outras cidades e
regiões, qual
tem sido a
experiência mais
marcante?
Primeiro, a
amizade e o
conhecimento
obtido, já que
cada um tem sua
maneira de expor
seu estudo e
fazer colocações
que muitas
vezes, mesmo
estudando, não
tivemos a mesma
linha de
raciocínio, o
que nos faz
refletir ainda
mais. A cada
palestra temos
sempre um novo
aprendizado.
Que conselhos
você daria às
pessoas que nos
leem?
Que é preciso
sempre estudar,
estudar,
estudar; mudança
interior; fé
raciocinada;
fazer o bem sem
ver a quem e,
principalmente,
fazer aos outros
aquilo que
queremos que nos
façam. E, por
fim, ter a
certeza de que
muito pouco
sabemos e que a
cada dia temos
que aprender
mais.
Suas palavras
finais.
Sou agradecido a
Deus, a Jesus e
à
espiritualidade
maior por ter
conhecido a
doutrina
espírita e estar
conseguindo
colocar em
prática um pouco
dos ensinamentos
contidos n´O
Evangelho
segundo o
Espiritismo.
Nota do autor:
Eis os endereços
da instituição
mencionada nesta
entrevista:
Rua Luís Delben,
n. 30, Vila
Medon, Americana
– SP
Tel. (19)
3462-3505
Site:
www.centropazeamor.com.br