Assistindo recentemente a
uma apresentação em Power
Point, ficamos deveras
admirado com tantos
equívocos cometidos no
tocante ao uso da crase.
Ciente disso, uma amiga
perguntou-nos se não existe
algo prático que nos ajude a
evitar, ao menos, parte de
erros assim, que continuam
sendo tão comuns.
Antes de responder
afirmativamente à pergunta,
lembremos que a crase já foi
focalizada nesta seção em
inúmeras oportunidades, como
se deu nas edições adiante
enumeradas, seguidas dos
respectivos links, o
que facilita o acesso aos
textos:
n. 97:
http://www.oconsolador.com.br/ano2/97/questoesvernaculas.html
n. 101:
http://www.oconsolador.com.br/ano2/101/questoesvernaculas.html
n. 134:
http://www.oconsolador.com.br/ano3/134/questoesvernaculas.html
n. 135:
http://www.oconsolador.com.br/ano3/135/questoesvernaculas.html
n. 136:
http://www.oconsolador.com.br/ano3/136/questoesvernaculas.html
n. 142:
http://www.oconsolador.com.br/ano3/142/questoesvernaculas.html
n. 143:
http://www.oconsolador.com.br/ano3/143/questoesvernaculas.html
n. 395:
http://www.oconsolador.com.br/ano8/395/questoesvernaculas.html
n. 396:
http://www.oconsolador.com.br/ano8/396/questoesvernaculas.html
Dito isso, lembremos que
crase significa, em estudos
da linguagem, a contração ou
fusão de duas vogais em uma
só; restritivamente, a
contração de dois aa.
O primeiro “a” é uma
preposição, o segundo “a”
pode ser o artigo definido
“a” ou a letra inicial do
pronome demonstrativo
aquele/aquela.
Não ocorre, pois, crase
antes de palavra masculina:
é preciso que a palavra seja
feminina, ainda que oculta,
como neste exemplo:
Vestiu-se à moda de Luís XV
ou (ocultando-se as palavras
“moda de”) Vestiu-se à Luís
XV.
De igual modo, não cabe
crase antes de verbo: Saiu a
cantar. Pôs-se a falar. Ele
se dispôs a escrever o
livro.
Uma ferramenta prática pode
ajudar-nos nos casos de
dúvida.
Observemos este quadro:
Preposição |
Preposição + artigo
“a” |
de |
da |
em |
na |
a |
à |
Se determinada palavra
admite ser precedida dos
vocábulos “da” ou “na”, a
crase será admissível. Caso
contrário, não caberá a
crase.
Vejamos estes exemplos:
-
antes das
palavras Curitiba,
Brasília, Belo
Horizonte, Campinas,
Umuarama.
Use primeiro a preposição
“de” para ver o que ocorre:
- Vim de Curitiba, de
Brasília, de Belo Horizonte,
de Campinas, de Umuarama.
Utilize agora a preposição
“em”: - Estive em Curitiba,
em Brasília, em Belo
Horizonte, em Campinas, em
Umuarama.
Os exemplos mostram que as
palavras citadas aceitam
apenas a preposição, mas não
o artigo “a”. Em face disso,
não haverá crase e devemos
assim escrever: - Fui a
Curitiba, a Brasília, a Belo
Horizonte, a Campinas, a
Umuarama.
-
antes das
palavras Bahia, Itália,
praia, reunião,
assembleia.
Tente usar a preposição “de”
e verá que, em lugar dela, é
preciso usar o vocábulo
"da": - Vim da Bahia, da
Itália; gostei da praia, da
reunião; participei da
assembleia.
Busque utilizar agora a
preposição “em”, mas, do
mesmo modo, verá que é
necessário empregar o
vocábulo "na": - Estive na
Bahia, na Itália, na praia,
na reunião, na assembleia.
Os exemplos mostram que as
palavras mencionadas aceitam
a preposição somente quando
acompanhadas do artigo “a”:
- Vim da Bahia, e não "vim
de Bahia". Estive na praia,
e não "estive em praia".
Em face disso, a crase
nesses casos se torna
obrigatória: - Fui à Bahia.
Irei à Itália. Voltaremos à
praia. Fomos à reunião.
Comparecerei à assembleia.