Arlindo Cortes Nascimento,
de Belo Horizonte (MG), em
mensagem publicada na seção
de Cartas desta mesma
edição, pergunta-nos:
De que modo devemos
interpretar, à luz do
Espiritismo, a velha máxima
“mente sã em corpo são” e
qual o nosso compromisso
quanto a ela?
O corpo nada mais é que um
instrumento passivo e é de
sua condição plena que
depende a perfeita
exteriorização das
faculdades da alma. Da
cessação da atividade desse
ou daquele centro orgânico
resulta o término da
manifestação que lhe é
correspondente.
O corpo material não
funciona apartado da alma –
ele é, em verdade, a sua
representação. Suas células
são organizadas segundo as
disposições perispirituais
do indivíduo, de modo que o
organismo doente retrata um
Espírito enfermo.
É daí que provém toda a
sabedoria da velha máxima
“mente sã em corpo são”.
No que se refere ao “corpo
são”, a atividade física
exerce um papel importante,
e constitui um dos meios
pelos quais o homem vela
pela conservação do seu
corpo. A alimentação correta
e a ausência de vícios
também concorrem para esse
objetivo, que é, em verdade,
uma lei da vida, que não nos
é dado negligenciar, motivo
pelo qual não assiste a
ninguém o direito de
sacrificar ao supérfluo os
cuidados que o veículo
físico reclama.
Evidentemente, cuidar apenas
do corpo físico não basta. É
preciso cuidar da alma e
buscar mantê-la em
equilíbrio, para que,
estando harmonizada, não
transfira ao organismo
físico suas próprias
mazelas.
Aprendemos com o Espiritismo
que desatender às
necessidades que a Natureza
nos prescreve equivale a
desatender à lei de Deus, e
tal atitude gera efeitos
inevitáveis, como mostra a
experiência de André Luiz,
registrada por ele mesmo em
sua primeira obra, o livro
“Nosso Lar”, cap. 4, pp. 31
a 33.
Já recolhido a um hospital
na colônia Nosso Lar, ao ser
examinado pelo médico
Henrique de Luna, André
escutou-o a dizer que
lamentava tivesse “vindo
pelo suicídio”, ao que ele
protestou: "Lutei mais de
quarenta dias, na Casa de
Saúde, tentando vencer a
morte. Sofri duas operações
graves, devido a oclusão
intestinal..."
O médico espiritual
explicou-lhe então que a
oclusão radicava-se em
causas profundas. "Talvez o
amigo não tenha ponderado
bastante. O organismo
espiritual apresenta em si
mesmo a história completa
das ações praticadas no
mundo", explicou-lhe
Henrique.
A oclusão – observou em
seguida o facultativo –
derivava de elementos
cancerosos e estes, por sua
vez, de algumas leviandades
cometidas por André no campo
da sífilis. A moléstia
talvez não assumisse
características tão graves
se seu procedimento mental
no planeta estivesse
enquadrado nos princípios da
fraternidade e da
temperança. Seu modo
especial de agir, muita vez
exasperado e sombrio,
captara destruidoras
vibrações nos que o
rodeavam, visto que a cólera
é manancial de forças
negativas para nós mesmos.
A ausência de autodomínio, a
inadvertência no trato com
as pessoas, a quem muitas
vezes ofendera sem refletir,
conduziam-no com frequência
à esfera dos seres doentes e
inferiores. Foi isso que
havia agravado o seu estado.
Todo o aparelho gástrico
fora destruído à custa de
excessos de alimentação e de
bebidas alcoólicas; a
sífilis devorara-lhe
energias essenciais; o
suicídio era, pois,
incontestável.
Esperamos que estas
considerações sirvam de
resposta à dúvida formulada
pelo leitor.
 |
Para
esclarecer
suas
dúvidas,
preencha
e
envie
o
formulário
abaixo. |
 |
Sua
pergunta
será
respondida
em
uma
de
nossas
futuras
edições. |
|
|
|