WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda

Ano 10 - N° 501 - 29 de Janeiro de 2017

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

 

Sexo e Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 22)

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro Sexo e Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada originalmente em 2002.

Questões preliminares 

A. Que trajes a equipe socorrista utilizou para entrar na cidade pervertida?  

O objetivo era não despertar a atenção dos vigilantes. Por isso, os integrantes da equipe espiritual usaram mantos pesados que lhes caíam da cabeça cobrindo-os quase literalmente. Philomeno observou, porém, que à medida que ele e seus colegas permaneciam no recinto mefítico da estranha cidade a indumentária que usavam desgastava-se e os mantos rompiam-se numa apresentação grosseira de trajes usados por beduínos após incessantes travessias do deserto. Por que isso ocorria? O Mentor explicou então que os trajes foram trabalhados para aquele ambiente, a fim de assimilar as características locais, de forma que não despertassem a curiosidade dos que residiam na localidade. (Sexo e Obsessão, capítulo 12: Estranho encontro.) 

B. A exaustão decorrente dos excessos da sensualidade depravada pode levar uma pessoa ao tédio?  

Sim. Foi isso que Manoel Philomeno de Miranda observou em pleno recinto onde o marquês de Sade, sentado em um trono ridículo, dialogou com o Guia da equipe socorrista. Philomeno percebeu ali expressões de exaustão em muitos rostos, enquanto não poucos apresentavam sinais inconfundíveis de tédio, que os induzia a mais excruciantes comportamentos aterradores. (Sexo e Obsessão, capítulo 12: Estranho encontro.) 

C. Qual era o recado que a equipe socorrista levou ao marquês de Sade? 

O recado partira de Rosa Keller, que o marquês conhecera muito bem em sua última existência na Terra. Conforme o Mentor lhe disse, Rosa, que se encontrava sob a proteção de determinada Instituição espiritual, demonstrou interesse em manter um encontro com o marquês, pois que tanto ela quanto ele tinham necessidade de um diálogo esclarecedor. Esse era o recado e, como vemos, o objetivo inicial da tarefa socorrista. (Sexo e Obsessão, capítulo 12: Estranho encontro.)

Texto para leitura 

108. Os trajes da equipe socorrista – Na cidade pervertida, à medida que se sucedia o desfile dos carros alegóricos e os grupos que os secundavam foram diminuindo, lentamente a região foi tomada pelo tumulto dos indivíduos entregues à lascívia em pequenos círculos afins, formando pares ou esquisitas parcerias múltiplas. Nesse momento, atendendo a um apelo mental do Instrutor, o grupo incorporou-se à multidão, rumando para extravagante edifício em que se transformara uma gruta sombria com movimentação agitada e confusa. À entrada postavam-se dois hediondos serviçais trajados de maneira inusual, como se desejando reviver o passado da aristocracia francesa pré-napoleônica, quais lacaios maltrapilhos e imundos, que seguravam cães de aparência feroz, e que, melhormente observados, eram seres humanos que haviam sofrido a zoantropia hipnótica. De aspectos ferozes, avançavam sob os acicates dos seus condutores contra todos aqueles que se adentravam ou saíam, o que não ocorreu com o grupo socorrista, quando se depararam com os dois mastins que eram levados adiante do grupo pelos jovens silenciosos e circunspectos. Embora diferisse dos transeuntes grotescos e de carantonha asselvajada, os integrantes da equipe espiritual não chamavam muito a atenção face aos mantos pesados que lhes caíam da cabeça cobrindo-os quase literalmente. Philomeno observou que, à medida que ele e seus colegas permaneciam no recinto mefítico da estranha cidade, a indumentária que usavam desgastava-se e os mantos rompiam-se numa apresentação grosseira de trajes usados por beduínos após incessantes travessias do deserto... O Mentor explicou que os trajes foram trabalhados para aquele ambiente, a fim de assimilar as características locais, de forma que não despertassem a curiosidade dos que residiam na localidade. (Sexo e Obsessão, capítulo 12: Estranho encontro.) 

109. Diante do trono do marquês – A furna era iluminada por archotes fumegantes presos às paredes, que ardiam com uma coloração amarelo-avermelhada, de certo modo apavorante pela tonalidade agressiva, e o odor pútrido, misturado ao fumo e a outras emanações, era quase insuportável. Após avançar pelo que seria um corredor estreito e escorregadiço, a equipe chegou a uma ampla sala onde um Espírito de aspecto diabólico, sentado em um arremedo de trono esdrúxulo, banqueteava-se com Entidades lascivas e debochadas em intérminas gargalhadas, enquanto gritos selvagens cortavam o ar, misturando-se a sons estranhos e grotescos que constituíam o espetáculo agradável ao infeliz governante daquela área. O Mentor e os demais detiveram-se a regular distância, a fim de observar os acontecimentos e poder conhecer de perto o célebre criador de aberrações, já anteriormente praticadas pelo ser humano, porém por ele ampliadas até ao absurdo durante os seus tormentosos e perversos dias de sua última existência terrena. Faunos e representações do deus Pan misturavam-se aos membros da estranha corte, ao tempo em que mulheres, imitando vestais e sacerdotisas, monstruosas umas e em atitudes torpes outras, entregavam-se a inimagináveis movimentos de lascívia grotesca como se o único objetivo existencial fosse o infindável intercurso da sensualidade depravada. Vez que outra, gemidos e exclamações lancinantes explodiam no recinto, provocando gargalhadas e sustos no grupo estranho, que não cessava de retorcer-se ao som desconcertante de guitarras e tambores eletrizantes. Philomeno percebeu expressões de exaustão em muitos rostos, enquanto não poucos apresentavam sinais inconfundíveis de tédio, que os induzia a mais excruciantes comportamentos aterradores. (Sexo e Obsessão, capítulo 12: Estranho encontro.) 

110. O diálogo com o marquês – A um sinal, quase imperceptível do Mentor, a equipe socorrista acercou-se do trono ridículo, e num vaivém do grupo grotesco em sua volta, que permitiu maior proximidade com o Chefe, o Mentor dirigiu-se diretamente ao suserano, informando: “Tenho, para o senhor marquês, uma solicitação firmada por certa personagem de nome Rosa Keller, sua conhecida...” Ao escutar o nome, que lhe ressoou na câmara acústica da alma, o indigitado, como se fulminado por um raio, levantou-se, e gritou histérico: “Quem é você e que vem fazer aqui?” Ato contínuo, blasfemando, chamou os guardas, aos quais deu ordens expressas: “Como entraram aqui esses estranhos? Prendam-nos”. Sem demonstrar qualquer receio, o irmão Anacleto prosseguiu: “Desde que não lhe interessa o requerimento de que somos portadores, pode tomar a atitude que lhe convier, e ficará na ignorância do seu conteúdo”. “Arrancarei as informações através de torturas violentas”, vociferou. “Se é assim que pensa, o prejuízo será apenas seu”, ripostou, sereno e seguro o Mentor. “A verdade é que Rosa Keller foi encontrada e é portadora de acusações muito graves, que pretende encaminhar ao Soberano das Trevas”. Novas ordens desconexas foram dadas, enquanto dizia: “Ouçamos, então, o que os atrevidos têm a dizer”. O ambiente modificou-se de maneira imediata. Os ruídos cessaram e a movimentação confusa parou ante a determinação do mandatário. O venerando Guia, com voz pausada e muito sereno, esclareceu: “Rosa Keller esteve por muito tempo prisioneira no castelo de Y, após a morte, de onde foi retirada pela misericórdia de Deus, não há muito. Desde aqueles dias algo distantes, quando foi execrada, que se entregou a aberrações que culminaram enlouquecendo-a. Abençoada pela desencarnação, foi recolhida por execrandos comparsas que a aprisionaram, desvitalizando-a através de vampirização contínua e de escabrosidades inimagináveis...” O marquês pôs-se a gritar entre blasfêmias e vitupérios: “Perco meu tempo com essa lengalenga. Trata-se de religiosos melífluos, que se adentraram nos meus domínios sem o meu consentimento. Isso não ficará assim. Justiçarei todos os responsáveis pela invasão, assim como aos atrevidos que se me acercam”. O rosto, com as marcas da obscenidade, e o corpo, monstruoso e flácido, sacudiam as enxúndias, quando ele se agitava, ameaçador. (Sexo e Obsessão, capítulo 12: Estranho encontro.) 

111. Rosa Keller e seu desejo – Ante a reação do marquês, o Mentor afirmou: “Religiosos, sim, o somos, não melífluos, porque somos portadores de lucidez e coragem em nome de Jesus-Cristo, a quem temos o prazer de servir”. Ao ser pronunciado o nome do Mestre galileu, e o fora propositalmente, gargalhadas e ditos escabrosos estouraram na gruta imunda, enquanto o marquês, visivelmente descontrolado, ameaçava e socava o ar. O diálogo prosseguiu algo excitante. O Mentor voltou à carga, esclarecendo: “Como Rosa, que se encontra sob a proteção de nossa Instituição espiritual, demonstrou interesse em manter um novo encontro com o senhor marquês, pois que ambos têm necessidade de um diálogo esclarecedor, aqui estamos atendendo-lhe a vontade”. O marquês riposto áspero: “É muita petulância da venal e de sua parte pretender um encontro comigo, que governo grande área desta cidade. A troco de quê, ela e o senhor pretendem e esperam conseguir esse benefício de minha parte? Qual o meu lucro? Recordo-me da infame, que foi responsável por minha primeira prisão, caluniadora e louca, que sempre foi...” O Mentor esclareceu: “Não posso ajuizar, porquanto sou apenas o portador do requerimento, cuja resposta aguardo”. O marquês replicou, com aspecto feroz: “E onde seria esse encontro? Por que não veio até mim, aos meus domínios, conforme vocês o fizeram?” O Mentor esclareceu que ela não pôde vir, porque se encontra em tratamento de recuperação psíquica e perispiritual: “Como o senhor marquês bem o sabe, a permanência em regiões como esta, por muito tempo, produz danos tão profundos nos tecidos sutis da alma, que a recomposição se faz dolorosa e demorada. Como aqui são realizadas operações, que alteram o comportamento e a estrutura profunda e sutil do perispírito, sob o seu comando, há de entender que o caso da nossa amiga não é muito diferente, exigindo diversos cuidados, que não podem ser negligenciados”. (Sexo e Obsessão, capítulo 12: Estranho encontro.) 

112. A reação do marquês – Após a explicação dada pelo Mentor, o marquês reagiu: “E você acredita que eu a irei visitar? Qual o meu interesse em encontrá-la, desde que ela é responsável pelo primeiro golpe que o destino desferiu-me?” Anacleto respondeu: “Confesso ignorar. A nossa tarefa aqui está concluída, porquanto a finalidade foi apresentada, dependendo do senhor marquês qualquer decisão”. Erguendo o corpanzil bestializado e atordoante, o suserano indagou, zombeteiro: “E se eu não os deixar sair deste recinto?” O Mentor redarguiu: “Penso que seria pior para o governante, porque iniciaríamos um trabalho de conversão em massa dos seus súditos, que se encontram saturados de loucura, entediados dos vis entretenimentos e sequiosos de paz, já que vivem exaustos e necessitados de amor e de renovação. Ademais, podemos apelar para a proteção divina que nunca nos é escassa, desde que aqui estamos por vontade própria e não por afinidade de propósitos ou de interesses morais”. O marquês não esperava resposta tão lúcida e lógica, vendo-se obrigado a recuar, buscando parlamentar: “Como passaram pelos meus vigilantes?” Anacleto explicou: “Somente eles podem informá-lo. Atravessamos todas as barreiras, assistindo ao desfile e, logo após, viemos à entrevista não programada, por sabermos que a nímia deferência do nobre marquês saberia distinguir quem somos em relação àqueles que habitam estes sítios por espontânea vontade, não ignorando que, nas Leis Soberanas, não vigem a violência nem a injustiça. Desse modo, não titubeamos em passar pelas fronteiras do seu reino e apresentarmo-nos à sua magnanimidade”. (Sexo e Obsessão, capítulo 12: Estranho encontro.) (Continua no próximo número.)



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita