A. Conforme
relato feito
por William
Stead, sua
mão escreveu
o pensamento
de uma
pessoa do
seu
conhecimento,
à distância
de várias
milhas,
poucas horas
depois que a
mesma pessoa
lhe havia
escrito,
desculpando-se
por não ter
tido a
coragem de
confiar-lhe
as
informações
que ele lhe
havia
pedido. Por
que esse
fato é,
segundo
Bozzano,
mais
importante
do que os
outros
descritos
anteriormente
neste
livro?
O caso
mencionado é
mais
importante
do que os
outros sob o
ponto de
vista
teórico,
devido à
maior
eficiência
demonstrativa,
levando-se
em conta a
duração
incomum do
diálogo
mediúnico e
as
minuciosas
informações
particulares
obtidas de
uma pessoa
que horas
antes havia
dito
verbalmente
a Stead não
querer
chegar a
confidências
sobre o
delicado
problema de
suas
aflições
econômicas.
Entre as
informações
obtidas
mediunicamente
por Stead e
as que foram
verbalmente
narradas
pela própria
pessoa,
encontram-se
leves
diferenças
na forma,
mas nenhuma
diferença na
substância.
Acresce
notar que a
pessoa
atestou
formalmente
a
confirmação
dos dados
contidos na
mensagem
psicografada. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
B. Fatos
assim
evidenciam
que as
hipóteses de
“clarividência
telepática”
e
“telemnesia”
devem ser
excluídas
como
insuficientes
para
explicar as
manifestações
dos vivos?
Perfeitamente.
O caso acima
citado
mostra que
Stead e seu
amigo
realmente
conversaram
mediunicamente.
Não se
trata, pois,
de um
simples caso
de
telepatia. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
C. A
conclusão
com respeito
ao mecanismo
das
comunicações
entre vivos
pode ser
aplicada ao
mecanismo
das
comunicações
com os
chamados
mortos?
Para Ernesto
Bozzano,
sim. Em
suma, diz
ele, a
argumentação
essencial
relativa ao
tema
consiste no
seguinte: os
traços
característicos
de uma
conversa
entre duas
personalidades
espirituais surgem
como
fundamento
em ambas as
categorias
de
manifestações,
de sorte
que, se
esses traços
característicos
correspondem
a um fato
cientificamente
provado no
caso das manifestações
dos vivos,
não é
possível
deixar de
concluir que
correspondam
igualmente a
um fato real
e verificado
nas manifestações
dos mortos.
Isso, bem
entendido,
sempre com a
condição de
apurar-se
que sejam
verídicas as
informações
recebidas e
ignoradas
por todos os
presentes,
em ambos os
casos.(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
Texto para
leitura
185. O fato
narrado pelo
Rev. G. W.
Allen é
muito
instrutivo e
parece
bastante
para
demonstrar a
possibilidade
de uma
pessoa
entrar em
condições de
sonambulismo
mais ou
menos
vigilante
durante o
período de
uma conversa
mediúnica
entre vivos,
sem
absolutamente
recordar-se
disso. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
186. No
seguinte
episódio
trata-se de
uma pessoa
que, depois
de ter-se
mostrado
reticente
com o Sr.
Stead ao
confiar-lhe
suas
dificuldades
econômicas,
fala-lhe sem
reservas do
assunto, por
via
mediúnica.
William
Stead assim
o relata:
Em fevereiro
passado
(1893)
encontrei-me,
numa viagem
por estrada
de ferro,
com um
cavalheiro
que eu havia
casualmente
conhecido há
pouco tempo.
Sabia, de
modo vago,
que nos
últimos
tempos ele
se achava
mergulhado
em graves
preocupações,
de maneira
que a nossa
palestra se
tornou um
tanto
confidencial
e tive
notícia de
que aquelas
preocupações
eram de
ordem
financeira.
Então lhe
disse não
saber como
lhe poderia
ser útil,
mas, de
qualquer
modo,
rogava-lhe
que me
confiasse
francamente
em que
condições se
encontrava,
quais as
dívidas que
tinha e de
que créditos
ou
importância
poderia
dispor.
Respondeu-me
que não
gostaria de
entrar em
tais
particularidades
e então
abstive-me
de insistir.
Separamo-nos
na estação
seguinte.
Naquele
mesmo dia
recebi uma
carta dele,
pedindo-me
desculpas
por ter-se
mostrado tão
reservado,
talvez até
descortês, e
explicava
que
realmente
não podia
responder o
que eu lhe
havia
perguntado.
Recebi a
carta às dez
horas da
noite e,
perto das
duas da
manhã, antes
de
deitar-me,
sentei-me à
mesa e,
dirigindo-lhe
o
pensamento,
perguntei:
“O senhor
não teve a
força moral
de
declarar-me,
face a face,
quais eram
as suas
condições
financeiras,
mas agora
pode
confiar-me
tudo,
escrevendo
pela minha
mão.
Diga-me,
pois, como
se acha e
quanto
deve!”
Resposta:
“Os meus
débitos se
elevam a 90
libras”.
Tendo eu
perguntado
se a cifra
estava
certa, veio
a resposta
por extenso:
“Noventa
libras
esterlinas”.
Perguntei:
“É só isto?”
“Sim –
respondeu –
e não sei,
na verdade,
como poderei
pagá-la.” –
“Quanto
pensa que
poderá
apurar na
pequena
propriedade
que me
falou?” –
“Espero
apurar 100
libras, mas
talvez não
seja
possível. De
qualquer
modo,
preciso
vendê-la por
qualquer
preço. Oh!
se eu
conseguisse
um jeito de
ganhar a
vida!
Estaria
disposto a
aceitar
qualquer
trabalho.” –
“De que soma
teria
necessidade
para viver?”
– “Creio que
não poderia
viver com
menos de 200
libras por
ano,
porquanto
não sou eu
só. Tenho de
manter os
meus velhos
pais. Se
fosse eu só,
poderia
sustentar-me
com 50
libras, mas
há o aluguel
da casa e as
roupas.
Chegarei um
dia a ganhar
tal
importância? (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
187. No dia
seguinte
William
Stead foi
procurar seu
amigo e ele,
logo que o
viu, disse:
“Espero que
não se tenha
ofendido por
haver-me
recusado a
confiar-lhe
a situação
em que me
encontro. Na
realidade, o
meu
sentimento
era não
incomodá-lo
com as
minhas
lamúrias.”
Stead
respondeu:
“Absolutamente
não me
ofendi e,
por minha
vez, espero
que não se
ofenda
quando
souber o que
fiz.” (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
188. Ele
explicou-lhe,
então,
resumidamente,
os métodos
de
comunicação
telepático-mediúnicos
e depois
acrescentou:
“Não sei se
no que
escreveu por
minha mão há
alguma
palavra
verdadeira e
hesito em
comunicar-lho,
acima de
tudo porque
a soma que
me foi
ditada como
sendo a do
total das
dívidas é
muito
pequena para
ser exata,
ainda mais
levando em
consideração
a depressão
moral em que
se acha
mergulhado.
Portanto,
antes de
tudo, vou
ler a cifra
em questão.
Se estiver
certa, terei
de
considerar
tudo como o
produto de
uma
mistificação
inconsciente
em que
nenhuma
parte terá
tomado a sua
personalidade.” (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
189. Embora
incrédulo,
ele
manifestou
interesse no
caso, e
assim Stead
prosseguiu:
“Antes de
ler a
comunicação,
é preciso
que faça
mentalmente
o cálculo da
soma total
de suas
dívidas, da
soma que
espera
apurar com a
sua
propriedade,
da soma
anual que
lhe seria
necessária
para viver,
se fosse
só.”(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
190. Ele se
concentrou e
disse em
seguida: “Já
pensei em
tudo.” Stead
então tirou
do bolso a
comunicação
e leu: “O
total de
suas dívidas
é de 90
libras.” Ele
estremeceu e
exclamou:
“Está certo,
embora eu
tenha
pensado em
100 libras,
porque havia
incluído as
despesas
correntes.”
Stead
continuou:
“Visto
achar-se
exata a soma
de suas
dívidas, vou
prosseguir
na leitura:
Espera
apurar 100
libras na
propriedade.”
– “É
verdade. É
mesmo esta a
quantia em
que penso,
embora
houvesse
hesitado em
declará-la,
porque a
julgo
exagerada.”
– “O senhor
me afirmou
que, com o
seu encargo
de família
atual, não
poderia
viver com
menos de 200
libras por
ano.” –
“Exatíssimo.
É
precisamente
isto.” –
“Mas o
senhor
acrescentou
que, se
fosse
sozinho,
poderia
viver com 50
libras
anuais.” –
“Muito bem.
Nesse
momento eu
estava
pensando em
1 libra por
semana.” (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
191. A mão
de William
Stead
escreveu,
portanto,
exatamente o
pensamento
de uma
pessoa do
seu
conhecimento,
à distância
de várias
milhas,
poucas horas
depois que a
mesma pessoa
lhe havia
escrito,
desculpando-se
por não ter
tido a
coragem de
confiar-lhe
as
informações
que ele lhe
havia
pedido. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
192. Myers
pediu a
Stead que
obtivesse o
testemunho
escrito do
seu amigo a
fim de
colocá-lo
nos arquivos
da Society
for
Psychical
Research,
no interesse
das
pesquisas
psíquicas.
Stead
obteve-o e
Myers
publicou
tudo nos Proceedings
of the S. P.
R. (vol.
IX, pág.
57),
suprimindo-lhe
o nome, mas
declarando
que o
revelaria
particularmente
a quem lho
pedisse. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
193. Eis a
carta do
amigo de
Stead:
“6 de abril
de 1893
Prezado Sr.
Stead
Recebi o seu
relato e
nada tenho a
opor que
seja
encaminhado
à Society
for
Psychical
Research,
pois os
informes
nele
contidos são
escrupulosamente
verdadeiros.
Eu ignorava
inteiramente
a sua
experiência
e soube dela
no dia em
que o senhor
ma confiou.
O resultado
da própria
experiência
causou-me
grande
impressão,
uma vez que
sabia muito
bem que o
senhor não
podia
conhecer
coisa alguma
sobre os
meus
negócios nem
sobre a
importância
de minhas
dívidas, o
valor da
minha
propriedade
e os meus
projetos de
vida.
a) E. J.”
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
194. O caso
exposto
difere
substancialmente
dos outros,
porém é mais
importante
do que eles
sob o ponto
de vista
teórico,
devido à
maior
eficiência
demonstrativa,
levando-se
em conta a
duração
incomum do
diálogo
mediúnico e
as
minuciosas
informações
particulares
obtidas de
uma pessoa
que horas
antes havia
dito
verbalmente
a Stead não
querer
chegar a
confidências
sobre o
delicado
problema de
suas
aflições
econômicas.
Entre as
informações
obtidas
mediunicamente
por Stead e
as que foram
verbalmente
narradas
pela própria
pessoa,
encontram-se
leves
diferenças
na forma em
que foram
concebidas
pelas duas
personalidades
–
subconsciente
e consciente
– do mesmo
indivíduo,
porém
nenhuma
diferença na
substância,
que
corresponde
exatamente. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
195. Diante
de um
diálogo
verídico tão
prolongado e
tão
detalhado,
quem ousaria
ainda
sustentar
que as
comunicações
mediúnicas
entre vivos
se realizam
por meio de
uma
presumida
faculdade de
“clarividência
telepática”
ou de
“telemnesia”
capaz de
insinuar-se
nos mais
recônditos
recessos das
subconsciências
alheias com
o fim de
surrupiar-lhes
os elementos
necessários
para
representar
uma falsa
personalidade
de vivo?
Tudo isso
não passa de
uma fantasia
gratuita,
mesquinha e
insulsa,
enquanto que
a explicação
racional dos
fatos brota
dos próprios
fatos e de
que se trata
realmente de
duas
personalidades
espirituais
que
conversam
uma com a
outra. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
196. Daí se
segue que,
se as
hipóteses da
“clarividência
telepática”
e da
“telemnesia”
devem ser
excluídas
como
insuficientes
para
explicar as
manifestações
dos vivos,
então com
maior razão
devem ser
excluídas
igualmente
na
explicação
das
manifestações
de mortos,
nas quais os
elementos
necessários
para
representar
uma falsa
personalidade
do morto
deveriam ser
surrupiados
nas
subconsciências
de pessoas
desconhecidas
do médium,
espalhadas
por diversos
lugares do
mundo. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
197. Em
outros
termos,
parece
logicamente
inevitável
que, para a
explicação
das
manifestações
dos mortos,
deve-se
preferir a
hipótese que
a harmoniza
perfeitamente
com as
modalidades
pelas quais
se verificam
as manifestações
dos vivos,
porque estes
últimos
fornecem a
única base
sólida de
toda
interferência
científica
em tal ordem
de
pesquisas. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
198. Como
nas
manifestações
dos vivos,
são estes
que prestam
aos médiuns,
ou aos
assistentes
por via dos
médiuns, as
informações
pessoais
próprias
para provar
a sua
identidade
pessoal;
assim também
nas
comunicações
dos mortos,
são estes
que
comunicam
aos médiuns,
ou por via
dos médiuns,
os fatos
destinados a
provar a sua
identidade
pessoal. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
199. Em
suma, a
argumentação
essencial no
presente
debate
consiste no
seguinte: os
traços
característicos
de uma
conversa
entre duas
personalidades
espirituais surgem
como
fundamento
em ambas as
categorias
de
manifestações,
de sorte
que, se
esses traços
característicos
correspondem
a um fato
cientificamente
provado no
caso das manifestações
dos vivos,
não é
possível
deixar de
concluir que
correspondam
igualmente a
um fato real
e verificado
nas manifestações
dos mortos.
Isso, bem
entendido,
sempre com a
condição de
apurar-se
que sejam
verídicas as
informações
recebidas e
ignoradas
por todos os
presentes,
em ambos os
casos. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C) (Continua
no próximo
número.)