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Clássicos do Espiritismo
Ano 10 - N° 503 - 12 de Fevereiro de 2017
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

Comunicações mediúnicas entre vivos

 Ernesto Bozzano

 (Parte 13) 

Continuamos o estudo do livro Comunicações mediúnicas entre vivos, de autoria de Ernesto Bozzano, traduzido para o idioma português por J. Herculano Pires. 

Questões preliminares  

A. Conforme relato feito por William Stead, sua mão escreveu o pensamento de uma pessoa do seu conhecimento, à distância de várias milhas, poucas horas depois que a mesma pessoa lhe havia escrito, desculpando-se por não ter tido a coragem de confiar-lhe as informações que ele lhe havia pedido. Por que esse fato é, segundo Bozzano, mais importante do que os outros descritos anteriormente neste livro? 

O caso mencionado é mais importante do que os outros sob o ponto de vista teórico, devido à maior eficiência demonstrativa, levando-se em conta a duração incomum do diálogo mediúnico e as minuciosas informações particulares obtidas de uma pessoa que horas antes havia dito verbalmente a Stead não querer chegar a confidências sobre o delicado problema de suas aflições econômicas. Entre as informações obtidas mediunicamente por Stead e as que foram verbalmente narradas pela própria pessoa, encontram-se leves diferenças na forma, mas nenhuma diferença na substância. Acresce notar que a pessoa atestou formalmente a confirmação dos dados contidos na mensagem psicografada. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C)

B. Fatos assim evidenciam que as hipóteses de “clarividência telepática” e “telemnesia” devem ser excluídas como insuficientes para explicar as manifestações dos vivos? 

Perfeitamente. O caso acima citado mostra que Stead e seu amigo realmente conversaram mediunicamente. Não se trata, pois, de um simples caso de telepatia. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C)

C. A conclusão com respeito ao mecanismo das comunicações entre vivos pode ser aplicada ao mecanismo das comunicações com os chamados mortos? 

Para Ernesto Bozzano, sim. Em suma, diz ele, a argumentação essencial relativa ao tema  consiste no seguinte: os traços característicos de uma conversa entre duas personalidades espirituais surgem como fundamento em ambas as categorias de manifestações, de sorte que, se esses traços característicos correspondem a um fato cientificamente provado no caso das manifestações dos vivos, não é possível deixar de concluir que correspondam igualmente a um fato real e verificado nas manifestações dos mortos. Isso, bem entendido, sempre com a condição de apurar-se que sejam verídicas as informações recebidas e ignoradas por todos os presentes, em ambos os casos.(2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

Texto para leitura 

185. O fato narrado pelo Rev. G. W. Allen é muito instrutivo e parece bastante para demonstrar a possibilidade de uma pessoa entrar em condições de sonambulismo mais ou menos vigilante durante o período de uma conversa mediúnica entre vivos, sem absolutamente recordar-se disso. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

186. No seguinte episódio trata-se de uma pessoa que, depois de ter-se mostrado reticente com o Sr. Stead ao confiar-lhe suas dificuldades econômicas, fala-lhe sem reservas do assunto, por via mediúnica. William Stead assim o relata:

Em fevereiro passado (1893) encontrei-me, numa viagem por estrada de ferro, com um cavalheiro que eu havia casualmente conhecido há pouco tempo. Sabia, de modo vago, que nos últimos tempos ele se achava mergulhado em graves preocupações, de maneira que a nossa palestra se tornou um tanto confidencial e tive notícia de que aquelas preocupações eram de ordem financeira. Então lhe disse não saber como lhe poderia ser útil, mas, de qualquer modo, rogava-lhe que me confiasse francamente em que condições se encontrava, quais as dívidas que tinha e de que créditos ou importância poderia dispor. Respondeu-me que não gostaria de entrar em tais particularidades e então abstive-me de insistir. Separamo-nos na estação seguinte. Naquele mesmo dia recebi uma carta dele, pedindo-me desculpas por ter-se mostrado tão reservado, talvez até descortês, e explicava que realmente não podia responder o que eu lhe havia perguntado. Recebi a carta às dez horas da noite e, perto das duas da manhã, antes de deitar-me, sentei-me à mesa e, dirigindo-lhe o pensamento, perguntei: “O senhor não teve a força moral de declarar-me, face a face, quais eram as suas condições financeiras, mas agora pode confiar-me tudo, escrevendo pela minha mão. Diga-me, pois, como se acha e quanto deve!” Resposta: “Os meus débitos se elevam a 90 libras”. Tendo eu perguntado se a cifra estava certa, veio a resposta por extenso: “Noventa libras esterlinas”. Perguntei: “É só isto?” “Sim – respondeu – e não sei, na verdade, como poderei pagá-la.” – “Quanto pensa que poderá apurar na pequena propriedade que me falou?” – “Espero apurar 100 libras, mas talvez não seja possível. De qualquer modo, preciso vendê-la por qualquer preço. Oh! se eu conseguisse um jeito de ganhar a vida! Estaria disposto a aceitar qualquer trabalho.” – “De que soma teria necessidade para viver?” – “Creio que não poderia viver com menos de 200 libras por ano, porquanto não sou eu só. Tenho de manter os meus velhos pais. Se fosse eu só, poderia sustentar-me com 50 libras, mas há o aluguel da casa e as roupas. Chegarei um dia a ganhar tal importância? (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C)

 

187. No dia seguinte William Stead foi procurar seu amigo e ele, logo que o viu, disse: “Espero que não se tenha ofendido por haver-me recusado a confiar-lhe a situação em que me encontro. Na realidade, o meu sentimento era não incomodá-lo com as minhas lamúrias.” Stead respondeu: “Absolutamente não me ofendi e, por minha vez, espero que não se ofenda quando souber o que fiz.” (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

188. Ele explicou-lhe, então, resumidamente, os métodos de comunicação telepático-mediúnicos e depois acrescentou: “Não sei se no que escreveu por minha mão há alguma palavra verdadeira e hesito em comunicar-lho, acima de tudo porque a soma que me foi ditada como sendo a do total das dívidas é muito pequena para ser exata, ainda mais levando em consideração a depressão moral em que se acha mergulhado. Portanto, antes de tudo, vou ler a cifra em questão. Se estiver certa, terei de considerar tudo como o produto de uma mistificação inconsciente em que nenhuma parte terá tomado a sua personalidade.” (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

189. Embora incrédulo, ele manifestou interesse no caso, e assim Stead prosseguiu: “Antes de ler a comunicação, é preciso que faça mentalmente o cálculo da soma total de suas dívidas, da soma que espera apurar com a sua propriedade, da soma anual que lhe seria necessária para viver, se fosse só.”(2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

190. Ele se concentrou e disse em seguida: “Já pensei em tudo.” Stead então tirou do bolso a comunicação e leu: “O total de suas dívidas é de 90 libras.” Ele estremeceu e exclamou: “Está certo, embora eu tenha pensado em 100 libras, porque havia incluído as despesas correntes.” Stead continuou: “Visto achar-se exata a soma de suas dívidas, vou prosseguir na leitura: Espera apurar 100 libras na propriedade.” – “É verdade. É mesmo esta a quantia em que penso, embora houvesse hesitado em declará-la, porque a julgo exagerada.” – “O senhor me afirmou que, com o seu encargo de família atual, não poderia viver com menos de 200 libras por ano.” – “Exatíssimo. É precisamente isto.” – “Mas o senhor acrescentou que, se fosse sozinho, poderia viver com 50 libras anuais.” – “Muito bem. Nesse momento eu estava pensando em 1 libra por semana.” (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C)

191. A mão de William Stead escreveu, portanto, exatamente o pensamento de uma pessoa do seu conhecimento, à distância de várias milhas, poucas horas depois que a mesma pessoa lhe havia escrito, desculpando-se por não ter tido a coragem de confiar-lhe as informações que ele lhe havia pedido. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C)

192. Myers pediu a Stead que obtivesse o testemunho escrito do seu amigo a fim de colocá-lo nos arquivos da Society for Psychical Research, no interesse das pesquisas psíquicas. Stead obteve-o e Myers publicou tudo nos Proceedings of the S. P. R. (vol. IX, pág. 57), suprimindo-lhe o nome, mas declarando que o revelaria particularmente a quem lho pedisse. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

193. Eis a carta do amigo de Stead: 

“6 de abril de 1893

Prezado Sr. Stead

Recebi o seu relato e nada tenho a opor que seja encaminhado à Society for Psychical Research, pois os informes nele contidos são escrupulosamente verdadeiros. Eu ignorava inteiramente a sua experiência e soube dela no dia em que o senhor ma confiou. O resultado da própria experiência causou-me grande impressão, uma vez que sabia muito bem que o senhor não podia conhecer coisa alguma sobre os meus negócios nem sobre a importância de minhas dívidas, o valor da minha propriedade e os meus projetos de vida.

a) E. J.” (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C)
 

194. O caso exposto difere substancialmente dos outros, porém é mais importante do que eles sob o ponto de vista teórico, devido à maior eficiência demonstrativa, levando-se em conta a duração incomum do diálogo mediúnico e as minuciosas informações particulares obtidas de uma pessoa que horas antes havia dito verbalmente a Stead não querer chegar a confidências sobre o delicado problema de suas aflições econômicas. Entre as informações obtidas mediunicamente por Stead e as que foram verbalmente narradas pela própria pessoa, encontram-se leves diferenças na forma em que foram concebidas pelas duas personalidades – subconsciente e consciente – do mesmo indivíduo, porém nenhuma diferença na substância, que corresponde exatamente. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C)

195. Diante de um diálogo verídico tão prolongado e tão detalhado, quem ousaria ainda sustentar que as comunicações mediúnicas entre vivos se realizam por meio de uma presumida faculdade de “clarividência telepática” ou de “telemnesia” capaz de insinuar-se nos mais recônditos recessos das subconsciências alheias com o fim de surrupiar-lhes os elementos necessários para representar uma falsa personalidade de vivo? Tudo isso não passa de uma fantasia gratuita, mesquinha e insulsa, enquanto que a explicação racional dos fatos brota dos próprios fatos e de que se trata realmente de duas personalidades espirituais que conversam uma com a outra. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C)

196. Daí se segue que, se as hipóteses da “clarividência telepática” e da “telemnesia” devem ser excluídas como insuficientes para explicar as manifestações dos vivos, então com maior razão devem ser excluídas igualmente na explicação das manifestações de mortos, nas quais os elementos necessários para representar uma falsa personalidade do morto deveriam ser surrupiados nas subconsciências de pessoas desconhecidas do médium, espalhadas por diversos lugares do mundo. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C)

197. Em outros termos, parece logicamente inevitável que, para a explicação das manifestações dos mortos, deve-se preferir a hipótese que a harmoniza perfeitamente com as modalidades pelas quais se verificam as manifestações dos vivos, porque estes últimos fornecem a única base sólida de toda interferência científica em tal ordem de pesquisas. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C)

198. Como nas manifestações dos vivos, são estes que prestam aos médiuns, ou aos assistentes por via dos médiuns, as informações pessoais próprias para provar a sua identidade pessoal; assim também nas comunicações dos mortos, são estes que comunicam aos médiuns, ou por via dos médiuns, os fatos destinados a provar a sua identidade pessoal. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C)

199. Em suma, a argumentação essencial no presente debate consiste no seguinte: os traços característicos de uma conversa entre duas personalidades espirituais surgem como fundamento em ambas as categorias de manifestações, de sorte que, se esses traços característicos correspondem a um fato cientificamente provado no caso das manifestações dos vivos, não é possível deixar de concluir que correspondam igualmente a um fato real e verificado nas manifestações dos mortos. Isso, bem entendido, sempre com a condição de apurar-se que sejam verídicas as informações recebidas e ignoradas por todos os presentes, em ambos os casos. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) (Continua no próximo número.)
 



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita