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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 10 - N° 504 - 19 de Fevereiro de 2017

 
 

 

Vontade de ajudar
 

Aquele era o dia que a família se reunia para fazer o Evangelho no Lar. Após a oração, feita pelo pai, deram por terminada a reunião.

Tomaram um copinho de água fluidificada e conversavam, enquanto a mãe colocava a mesa para o lanche, falando sobre o assunto que o Evangelho, aberto ao acaso, lhes trouxera para reflexão, mostrando a necessidade de se desenvolver o amor ao próximo.

Enquanto a mãe preparava o lanche, o pai e os filhos comentavam sobre o texto, falando sobre a importância de ajudar todas as pessoas que estivessem precisando. Nesse momento Júlio comentou:
 

— Papai, mas tem gente que abusa da nossa boa-vontade! Muitas vezes não estão nem precisando e pedem algo por hábito.

Carla, gêmea do irmão, ouviu as palavras dele e retrucou:

— Júlio, mas o Evangelho nos convida ao

socorro de todos os necessitados! Como saber quem realmente  precisa ou quem   está   abusando  das pessoas?!...    

O menino pensou um pouco e respondeu:

— É só ver como pedem! Tem gente que tem tudo em casa e vive pedindo!...

O pai, desejando manter o ambiente de paz que se fizera com a reunião, interferiu:

— Meus filhos! Não julguem. Vamos tomar o lanche que a mamãe preparou para nós.

Os filhos concordaram e começaram a se servir, esfomeados.

No outro dia, Carla foi à escola e viu sua amiga Viviane com uma roupa velha e até rasgada. A professora Aurora, vendo a aluna sem o uniforme escolar, perguntou por que ela viera sem ele, ao que ela respondeu:

— Minha mãe lavou meu uniforme, porém não conseguiu que ele secasse por causa da chuva. Então, para não faltar às aulas, achei que era melhor vir assim mesmo — ela respondeu, corando de vergonha.

— Mas você só tem um uniforme, Viviane?

— Sim, professora! É que nossa casa foi invadida pelas chuvas que caíram nestes últimos dias. Então minha mãe está lavando e limpando tudo, enquanto meu pai conserta o estrago que a chuva fez! Quebrou o telhado e a água invadiu nossa casa. Um horror!...

Os alunos caíram na risada, mas a professora fez um sinal para que parassem com a brincadeira, afirmando:

— Isso é sério! É uma colega de vocês que, em virtude das chuvas, precisa de ajuda! E se fossem vocês que estivessem na condição dela? Aliás, todos vocês deveriam ajudar Viviane para que ela pudesse ter outro uniforme.

Os alunos baixaram as cabeças, sentindo-se envergonhados por terem-se divertido com a situação da colega. Depois, uma das alunas levantou a mão e disse:
 

— Professora, Viviane e eu usamos o mesmo número; pensei em dar-lhe uma camiseta. Mamãe comprou-me três, pois estavam em promoção!

— Muito bem, Betina. Quem mais deseja dividir o que tem com Viviane?
 

— Eu posso dar-lhe uma calça comprida. Somos do mesmo tamanho! — disse outra.

Logo outro levantou o braço e ofereceu uma blusa de lã; outra colega ofereceu um par de tênis, e assim por diante.

— Obrigada, amigos! Estou mesmo precisando de uniformes! ­— contente, ela agradeceu aos colegas.

Nesse momento, Carla teve uma ideia:

— Por que não vamos até a casa da Viviane? Assim ficaremos sabendo o que a família realmente precisa.

Todos bateram palmas. Combinaram que no término das aulas, naquele dia, os colegas acompanhariam Viviane até sua casa. Ao soar o sinal, os alunos saíram juntos, rumo à casa da colega, após avisarem suas famílias que iriam à casa de uma colega com a professora.  

Ao chegar, ficaram tristes com os estragos que a chuva fizera, mas prontificaram-se a ajudar na reconstrução. A professora levou pão e queijo para fazerem lanches, e a mãe de Viviane fez sanduíches para todos, já que não teriam almoço, e puseram-se a trabalhar: carregaram madeiras, tijolos, sacos de cimento, cal e muito mais. Quando terminou o dia, estavam cansados, porém felizes.

Todos se abraçaram preparando-se para voltar aos seus lares. Sentiam-se muito satisfeitos por terem trabalhado ajudando a família da colega. Os pais dela agradeceram a ajuda da classe e abraçaram a todos os garotos.

A união entre eles aumentara muito e todos estavam felizes. Alguém lembrou que havia outras pessoas com problemas em virtude das chuvas. E, trocando um olhar, eles decidiram que iriam ajudar outras famílias. Afinal, agora tinham experiência e já sabiam como fazer! Poderiam ajudar muita gente!...

Terminado o serviço, antes de irem embora, sentindo-se contentes, por terem podido ajudar aquela família com boa vontade, fez com que seus rostinhos se iluminassem com lindos sorrisos.

Lembrando-se de sua casa, Júlio sugeriu:

— Podemos fazer uma prece, agradecendo a Jesus por termos podido ajudar?

Os pais de Viviane sentiram os olhos cheios de lágrimas e concordaram com a sugestão.

— Quem fará a oração? — indagou o pai de Viviane.

— Eu posso fazer! — disse Júlio, cheio de boa vontade.

E fechando os olhos, ele agradeceu a Jesus pelo dia que tiveram, pedindo paz para aquela casa e para as casas de todos os alunos, inclusive a sua.

Antes de sair, despediram-se dos pais de Viviane com um abraço. Todos estavam felizes!   

MEIMEI 

(Mensagem recebida por Célia X. de Camargo em 28/01/2017.)

 

                                                   
 


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