Espiritismo
para crianças

por Célia Xavier de Camargo

O defeito da gula

Carla era uma garota que gostava muito de comer. Ela não escolhia o que lhe estivessem oferecendo. Aceitava e pronto! Mergulhava no prazer de mastigar, sem escolher o que lhe davam!

Não adiantava a mãe alertá-la para que evitasse tantas comidas, porém Carla não conseguia parar de provar tudo que lhe era oferecido.
 

Até que chegou um dia em que as roupas passaram a não lhe servir. Experimentou todos os vestidos do armário, as calças compridas, shorts, blusas e tudo que estivesse dentro do guarda-roupa. Nada servia! Até os tênis estavam apertados! Não lhe cabiam mais nos pés!

Então, pôs-se a chorar, desconsolada:

— Buá...buá...buá... Que vou fazer agora?!...

A mãe veio saber o que estava acontecendo ao ouvir o choro da filha:

— O que aconteceu, Carlinha?

E com o rosto vermelho de tanto chorar, com as lágrimas correndo-lhe pelo rosto, ela explicou:

— Mamãe! Não sei o que fazer! Não tenho uma só roupa no armário que me sirva! E agora? O que vou fazer?

A mãe aproximou-se da filha, condoída com a situação dela, porém sem condição de ajudá-la:

— Carla, a mamãe avisou você, minha filha! Tudo tem um preço! Nosso organismo não aguenta muito exagero na alimentação! Precisa cuidado e não pode comer tudo que aparece! A gula é um defeito!

— Mas eu adoro comer, mamãe!...

— Pois é, Carlinha! Porém, você tem de parar de comer urgente, senão vai virar um... um... elefante!

A garota pôs-se a chorar mais ainda. Estava desolada. Sem consolo!

Com pena dela, a mãe sentou-se numa cadeira e colocou-a no seu colo, abraçando-a com muito amor:

— Filha querida, estou aqui para ajudá-la. O que precisar fazer eu faço, porém você precisa ir ao médico e fazer um regime como ele orientar, entendeu?

— Sim, mamãe!

— Então, vou marcar consulta com o médico, depois a aviso para que me acompanhe.

— Está bem, mamãe. Assim não posso ficar!...

— Ótimo. Espero que controle sua boca, está bem?

No dia marcado, a mãe acordou Carla e, depois de se arrumar, saíram em direção ao consultório médico. Carla estava contente, até que ouviu o médico dizer:

— Carla, você precisa perder muitos quilos. Então, seu regime será rigoroso. E passou-lhe uma folha de papel com as recomendações médicas.

Ao ver o que estava escrito, ela fez uma careta:

— Tudo isso?

O médico sorriu, confirmando:

— Sim, Carla. Só isso!

— Mas, doutor, eu vou morrer de fome!

— Não, Carla, você vai-se adaptar e logo estará contente e bem mais magra. Está bem?

Carla saiu do consultório médico inconformada. Como comer tão pouco?!... Iria morrer de fome!

Como não tinha jeito, aos poucos Carla adaptou-se ao regime e logo estava comendo bem menos e satisfeita pelos quilos que perdia. Quando voltou ao consultório médico, ele lhe disse:
 

— Parabéns, Carla! Está indo muito bem. Conserve-se assim! Tudo vai dar certo!

Algum tempo depois, Carla retornou ao consultório médico com a mãe e ela  indagou:

— E aí, doutor? Estou mais magra?

— Você se sente bem?

— Muito bem, doutor.

— Então, agora é só prosseguir no regime. Logo estará livre para comer algo mais.

Carla despediu-se do médico e saiu do consultório feliz da vida. Já não sentia mais aquela compulsão para comer. Queria tomar água, chá e refrescos com menos açúcar.

Três meses depois, Carla entrou na classe e a turma a aplaudiu. Contente, Carla caminhou até sua carteira e sentou-se.

Um colega sentado atrás dela quis saber o que ela fizera para emagrecer. Carla contou e ele pediu o endereço do médico. Logo estavam amigos, e Carla o ajudou a resolver seu problema de peso.

Tornaram-se, além de colegas, grandes amigos, e Carla nunca mais comeu como antes, pois ela entendeu que comida agora deveria ser só o necessário!  

                           MEIMEI 

(Recebida por Célia X. de Camargo, em 27/03/2017.)

 

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita