Em
mensagem publicada na seção de Cartas desta edição, o
leitor Aparecido Paulo fez-nos a seguinte pergunta:
Jesus fez mesmo algumas curas e milagres ou ensinou-nos
que quem resolve os nossos problemas e cura as nossas
dores e enfermidades, somos nós mesmos, procedendo numa
vida re-grada e responsável?
Excetuando de sua pergunta a palavra milagres,
visto que milagres não existem, como Allan Kardec
explica muito bem no cap. XIII, itens 14 e 15, de seu
livro A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o
Espiritismo, respondemos afirmativamente às duas
partes da pergunta proposta.
Jesus fez, sim, inúmeras curas e, ao mesmo tempo, deixou
bem claro às pessoas por ele curadas que era importante
não voltarem a pecar, ou seja, não transgredir as leis
naturais que regem a vida, para que não lhes sucedesse
cousa pior.
No
cap. XV, itens 10 e seguintes, do livro citado, Kardec
relaciona e comenta curas diversas promovidas pela ação
de Jesus, cuja eficácia era sensivelmente aumentada
quando o enfermo, movido por uma fé ardente, concorria
para esse resultado. O caso da mulher hemorroíssa, que
foi curada ao tocar nas vestes de Jesus, é bem
ilustrativo disso.
Quando o concurso do enfermo, decorrente da falta de
fé, não se verificava, as curas se tornavam
inviabilizadas e, em grande número de casos, não
ocorriam, como é mencionado pelos evangelistas Marcos,
Mateus e Lucas.
A
propósito da importância da fé na eficácia da cura, é
sempre bom relembrar a explicação dada pelo instrutor
Aulus na seguinte passagem constante do livro Nos
Domínios da Mediunidade, cap. 17, de autoria de
André Luiz, psicografia de Chico Xavier:
“Alinhando apontamentos, começamos a reparar que alguns
enfermos não alcançavam a mais leve melhoria.
As irradiações magnéticas não lhes penetravam o veículo
orgânico.
Registrando o fenômeno, a pergunta de Hilário não se
fez esperar.
- Por quê?
- Falta-lhes o estado de confiança – esclareceu o
orientador.
- Será, então, indispensável a fé para que registrem o
socorro de que necessitam?
- Ah! sim. Em fotografia precisamos da chapa
impressionável para deter a imagem, tanto quanto em
eletricidade carecemos do fio sensível para a
transmissão da luz. No terreno das vantagens
espirituais, é imprescindível que o candidato apresente
uma certa tensão favorável. Essa tensão decorre da fé."