Nos passos do
Mestre
Os ensinamentos do Mestre ajustam-se de maneira perfeita
à nossa situação de encarnados, sendo lastimável que não
nos vigiemos, e acabemos tornando-nos agentes nas quedas
constantes que sofremos, através do caminho, ou
instrumentos de tentação levando companheiros a desvio
de conduta.
De acordo com os desígnios evangélicos, devemos
esclarecer nossos semelhantes com amor fraternal em
todas as circunstâncias, mas se o instinto animalizado
prevalece, convém deixá-los, depois dos nossos esforços
no trabalho de purificação, até que possam experimentar
a serenidade mental para se beneficiarem com as
manifestações afetuosas do amor e da verdade.
Fraternalmente, escutemos o que nos falam e observemos o
que vemos, sem escandalizar quem nos ouve ou ferir os
companheiros, opondo-lhes censuras ou acusações que
apenas lhes agravariam as dificuldades e os problemas.
Aprendamos a filtrar aquilo que nos alcance o campo
íntimo, aproveitando os elementos que se façam úteis aos
outros e a nós mesmos, porque nem tudo nos convém, como
lembra o apóstolo Paulo de Tarso.
Estejamos alertas, orando e abençoando, servindo e
desculpando, esquecendo o mal e restaurando o bem.
O espírita evangelizado sabe cultivar a humildade no
amor ao trabalho de cada dia, na tolerância esclarecida,
no esforço educativo de si mesmo, na significação da
vida, sabendo igualmente levantar-se para a defesa da
sua tarefa de amor, defendendo a verdade sem transigir
com os princípios no momento oportuno.
Cólera, amarguras, violência são sentimentos com que
precisamos lutar para que nunca nos assaltem, por mais
graves e injuriosos sejam os motivos que poderiam nos
levar a isso. Caso contrário, não estaremos seguindo os
passos do Mestre Jesus, que é o modelo supremo.
Existem no mundo as pedradas da ignorância e da má-fé
partidas de sentimentos inferiores e convém que nós, os
cristãos, estejamos preparados e serenos de modo a não
recebê-las com sensibilidade doentia, mas com o
propósito de trabalho e esforço próprio, conhecendo que
as mesmas fazem parte do plano de vida temporária onde
viemos para nos educar.
Não sejamos um daqueles que se negam a agir de acordo
com os conhecimentos adquiridos, procurando passar pela
“porta larga” dos prazeres ilusórios e das facilidades
terrenas, ao invés de nos esforçarmos por atravessar a
“porta estreita” das dificuldades, da renúncia e da
abnegação, do amor e do perdão, que são os únicos
caminhos que nos aproximam de Deus.
Se suportarmos tudo com paciência e fé, estaremos
preparando para nós mesmos dias melhores e um amanhã
radioso de luz e paz.
Amemos os nossos irmãos de caminhada sem julgar ou
condenar. Soergamos aqueles que tenham tombado no erro,
socorramos aqueles que se encontrem em desespero ou
aflições, amparemos os desanimados e desiludidos,
incentivando-os a lutar para vencer. Façamos de nossa
vida um manancial perene de amor, a fim de que
consigamos amar até mesmo aqueles que nos perseguem e
caluniam, conforme o convite de Nosso Senhor Jesus
Cristo.
O entendimento e a aplicação do “amai-vos” é a meta
luminosa das lutas na Terra. O amor a que se refere o
Evangelho é antes a divina disposição de servir com
alegria na execução da vontade do Pai, onde estivermos e
a quem necessitar.
O esclarecimento íntimo é inalienável tesouro dos
discípulos sinceros do Cristo. Assim, se cultivarmos o
amor puro e sem egoísmo, estaremos espalhando um pouco
do perfume desse amor sem limites que emana do Pai,
através de Jesus.
Sejamos todos de um mesmo sentimento compassivo, amando
os irmãos; misericordiosos e afáveis, não tomando mal
por mal, injúria por injúria; antes, pelo contrário,
bendizendo, sabendo que para isto fomos chamados para
que, por herança, alcancemos a bênção. Porque quem quer
amar a vida e ver os dias bons, refreie a língua do mal
e que os nossos lábios não falem enganos. Apartamo-nos
do mal e façamos o bem, buscando a paz e prosseguindo,
conforme nos ensina Pedro, na sua primeira carta,
capítulo 3, versículos 8 a 12.
Referências bibliográficas:
XAVIER, Francisco Cândido – pelo Espírito Emmanuel. O
Consolador - 29ª edição, Brasília, Ed. FEB, 2013.
Pág. 131, 171, 207, 227.
COMINATTO,
Lúcia – pelo Espírito Irmã Maria do Rosário. Na
sublimação da alma - 1ª edição, Capivari - São
Paulo, Ed. EME, 2010. Pág. 95, 104, 140, 197.