No início deste mês, dias 2 a 5 de junho, Divaldo Franco
falou aos espíritas e simpatizantes do Espiritismo
radicados na Suíça.
No dia 2, vindo de Milão, ele foi recebido pelos
amigos espiritistas de
Zurique. De imediato, foi conduzido às instalações da
Fundação G19 -Stiftung G19 -, onde se hospeda há
muitos anos e onde se realiza o seminário anual, sempre
no período de Pentecostes.
À noite, no Marriott Hotel Zürich, Divaldo
proferiu uma conferência para um público de 230 pessoas
que lotaram as belíssimas instalações do auditório. O
tema foi: Die Wandlung des Menschen durch
Selbsterkenntnis (A transformação do ser humano
através do autoconhecimento). A tradução para o idioma
alemão foi feita por Edith Burkhard.
Divaldo, ao iniciar a conferência, afirmou que a
iluminação interior é inadiável, ilustrando com a
trajetória de Sidarta Gautama – o Buda -, que
abandonou a vida de príncipe para iluminar-se, deixou a
vida intramuros e saiu para o contato com os seres
humanos, com a vida, com o sofrimento.
Sempre com exemplos, demonstrando a viabilidade da
autoiluminação, Divaldo narrou a trajetória de Teresa
D’Ávila, que viajava para dignificar os conventos da
época e conter os impulsos dos instintos que dominavam
aquelas que deveriam ser instituições de vivência do
Evangelho de Jesus. Ela transformou os conventos,
novamente, em santuários. Outro exemplo de sucesso é o
de Teresa de Lisieux, que foi para a Índia, na
cidade de Calcutá, e que afirmava que só há felicidade
quando se ama; por isso, devemos amar, principalmente
quando o ser amado é difícil.
Por fim, apresentou a figura inesquecível do Homem de
Nazaré, Jesus, que estabeleceu que a filosofia mais
importante da vida é amar. O evangelho de Jesus, disse
ele, é hoje considerado a melhor terapia.
Referindo-se depois a Allan Kardec, Divaldo destacou a
questão sobre o meio prático mais eficaz que o ser
humano possui de se melhorar nesta vida e resistir ao
mal, obtendo a resposta dos Espíritos que, para tal, é
necessário conhecer-se a si mesmo.
A vida é uma eterna primavera para quem tem os olhos de
ver. Neste momento de tumultos, todos possuem problemas,
desafios. Todos necessitam de Jesus. Ele, porém, conta
conosco, para que nossas mãos sejam as suas mãos, o
nosso verbo seja a sua voz. “A iluminação de uma pessoa
muda a história da humanidade”, afirmou o orador.
“Tornemo-nos mais alegres, mais gratos.”
O seminário Seja Feliz Hoje
– No dia seguinte, 3
de junho, mantendo uma tradição de 29 anos, Divaldo
Franco retornou à Fundação G19 - Stiftung G19,
para o Pentecostes anual, realizando mais um seminário,
momento de renovação psíquica, emocional e espiritual,
desta vez com o tema Seja Feliz Hoje, no qual
contou novamente com a tradução ao idioma alemão feita
pela eficiente Edith Burkhard.
A participação do pianista Flávio Benedito e do barítono
Maurício Virgens proporcionou momentos de elevação com
suas belíssimas peças musicais. Como vem fazendo ao
longo do atual roteiro de conferências e seminários pela
Europa, Divaldo apresentou seu querido amigo Dr. Juan
Danilo Rodríguez, que, com sua simpatia habitual,
narrou uma experiência vivida por ele e por algumas
pessoas de um povoado indígena do Equador, sua terra
natal. Dr. Juan, na condição de médico, terapeuta
holístico, teve a oportunidade de aprender com as
pessoas daquele lugar que as coisas mais importantes da
vida não se devem delegar a ninguém, cada um deve fazer
por si mesmo, com trabalho, dedicação. Todos podem
começar a construir a própria felicidade.
Em seguida, Divaldo, o experiente orador, semeador
incansável da Boa Nova, dando início ao seminário que
teria seguimento no dia seguinte, afirmou que existem
valores na vida de qualquer indivíduo, que são
atribuídos, mas não são reais. A felicidade tem um
significado especial para cada indivíduo, e decorre de
três requisitos básicos: 1º. A paz de consciência. 2º.
Um sentimento de amor. 3º. Ser útil à comunidade.
Grande parcela da humanidade acredita que os valores da
terra são de grande importância, e, quando os indivíduos
desejam possuir, utilizam-se de qualquer meio,
independente da licitude. Assim, descem os degraus da
desonra para atingir o que desejam, até o momento em que
a consciência os acusa, perdendo a paz.
Como ser feliz hoje? É possível alcançar essa condição
trabalhando-se interiormente. O Ego, fruto do instinto
de preservação da vida, predomina em todos os indivíduos
em evolução, porém, também, o amor é inerente em cada
um, e o que falta na maioria das vezes é apenas o
gatilho que o faça disparar. Deus é a alma do amor, e o
amor é a presença de Deus em nós.
Divaldo narrou a história do escritor e médico inglês Archibald
Cronin (1896-1981), em que a enfermeira que o
assiste, ao dormir no seu trabalho, por cansaço, leva à
morte um jovem paciente, evidenciando nesta narrativa
que todos necessitam de uma segunda oportunidade. Aquele
que deseja servir a Jesus deve ser rígido para consigo
mesmo. Vale a pena dar uma nova oportunidade, sem, no
entanto, ser conivente com o erro.
Apresentando os estudos realizados por George
Gurdjieff (1866-1949), pesquisador russo, Divaldo
discorreu sobre os quatro níveis de consciência – a de
sono, a desperta, a de si mesmo, e a consciência
objetiva, ou cósmica, como define Allan Kardec. O
ínclito orador, concluindo, afirmou que o ser que somos
é o que há de mais importante na vida: esse ser é o
Espírito imortal.
Como o objetivo do seminário era também terapêutico, o
nobre conferencista, através de suas afirmativas
profundamente elaboradas, convidava os presentes a
reflexões, afirmando que felicidade é um estado
emocional de prazer, mas não de sensação. A sensação é
física, o prazer é parafísico. Elucidando, apresentou o
pensamento do escritor Robert Stevenson (1850-1894),
assim traduzido: saudade é a presença do ser ausente e a
ausência do ser presente.
E por fim, após ter falado por mais de cinco horas, com
tradução, o que torna mais desgastante a exposição, o
querido amigo semeador da esperança e da paz interrogou:
- Será fácil ser feliz hoje? E, respondendo disse: -
Sim, é fácil, diminuindo a ambição do querer, pelo
prazer de amar.
Muito aplaudido pelos presentes que lotaram
completamente o auditório, e após o dia todo de
seminário, o jovem Divaldo correu para um rápido
lanche. Era o final da tarde, não podia demorar-se, pois
à noite tinha mais uma agenda a ser cumprida em uma
pequena cidade muito próxima a Zurique, e aqueles
que resolveram servir Jesus não podem se permitir
relaxar, enquanto os compromissos não estiverem
fielmente cumpridos, servindo à causa do bem com amor.
Imortalidade e Vida
– No mesmo dia 3 de junho, após encerrar o primeiro
módulo do seminário em Zurique, Divaldo Franco seguiu
para a vizinha cidade de Kloten, a convite dos amigos do
CEEAK – Centro de Estudos Espíritas Allan Kardec, de Winterthur,
na Suíça. O tema da conferência foi: Imortalidade e
Vida, que contou com a tradução ao idioma alemão de
Edith Burkhard. A plateia foi constituída por 300
pessoas aproximadamente. Para o momento artístico, o
evento contou com o magnífico trabalho do barítono
Maurício Virgens, cantando belíssimas músicas. Esse foi
um dia de atividades intensas, com trabalhos nos três
turnos.
Divaldo apresentou o seu amigo Dr. Juan Danilo
Rodríguez, que com seu carisma e humildade
característicos, utilizando-se de linguagem simples,
falou ao coração, utilizando-se do idioma universal do
amor.
Os fatos paranormais, afirmou Divaldo, são tão antigos
quanto a criatura humana. O ser humano, na sua trilha
evolutiva, primeiro pintou, desenhou, para somente
depois falar. Nas cavernas ficaram as marcas destes
fenômenos, nelas surgiu, também, o culto ao fenômeno da
morte, porque os mortos sempre voltaram para afirmar o
prosseguimento da vida.
O ilustre orador narrou a história do rei Creso, da
Lídia e de Ciro, rei da Pérsia, evidenciando fenômenos
mediúnicos ocorridos no santuário de Delfos,
quando o deus Apolo falou pela boca de uma pitonisa, uma
médium, narrando fatos parapsicológicos que demonstram a
possibilidade da veiculação das informações de
além-túmulo. Divaldo utilizou-se da história para narrar
diversos fatos paranormais ocorridos em várias partes do
mundo, com diversas personalidades religiosas, militares
e outras, que marcaram a história da humanidade.
Porém, a humanidade em progresso teve, no dia 18 de
abril de 1857, a oportunidade de ingressar em uma nova
era. Nesta data foi apresentado O Livro dos Espíritos,
estava inaugurada a era do Espírito imortal. A
conferência, a partir deste ponto, tornou-se em uma
verdadeira aula de Espiritismo, fundamentando os
postulados básicos desta doutrina de luz, que liberta as
consciências e consola os corações aflitos. O
Espiritismo é o Cristianismo puro, e o seu slogan é:
Fora da Caridade não há Salvação.
A imortalidade da alma é uma das mais belas
manifestações de Deus em favor da vida. Morrer não é
aniquilar, mas mudar de uma espécie de onda, para outra.
O Espiritismo matou a morte, pois a vida prossegue, a
imortalidade é vida.
Enriquecendo a questão da imortalidade e da vida,
Divaldo apresentou algumas de suas experiências com a
mediunidade, adquiridas nesta longa existência de
mediunato, ofertando conhecimento e ternura ao atento
auditório.
Após um dia de trabalhos intensos, este Paulo de
Tarso dos dias atuais, um gigante a serviço do bem e
da paz, não cede nunca, não desiste. Haja o que houver,
ele vai, mesmo combalido, o que é natural diante de um
ritmo intenso de atividades. Sem transparecer cansaço,
Divaldo é capaz de falar, de pé, por várias horas
seguidas. Ele vai "até morto", mas ele vai. Vai e fala,
fala e comove, comove e semeia a semente do amor, e os
benfeitores que lhe inspiram, auxiliam-no e o
acompanham, promovendo as condições necessárias para que
o bem cresça e se agigante como suave perfume que toma
conta do ambiente, sem se fazer notar, perfumando com o
perfume do amor.
Que alegria a presença destes benfeitores da humanidade,
que sob os auspícios do Mestre de Nazaré, vem ao
encontro daqueles que nos encontramos nos pântanos das
paixões onde ainda nos debatemos, louvado seja Senhor! E
o semeador? Ele saiu a semear...
A conclusão do seminário em Zurique
– No dia 4, domingo pela manhã, nas instalações do G19
- Stiftung G19 -, em Zurique, teve sequência o
seminário Seja Feliz Hoje.
O Dr. Juan Danilo Rodríguez, espírita
equatoriano, proferindo breves palavras, estabeleceu
três itens importantes para a conquista da felicidade: A
Paz Interior; O Amor e O Serviço no bem, que devem ser
arquitetados e postos em prática através dos pensamentos
e atos, afinal, o mundo que cultivamos é o mundo de
nossas ideias. As emoções que cada um experimenta são o
resultado do percurso realizado por nossas almas ao
longo do tempo.
Com maestria, Divaldo Franco iniciou afirmando que Jesus
falava de um reino que se encontra dentro das criaturas
e, assim, cada qual deverá mergulhar em si mesmo e
buscar esse reino que faculta a evolução, o crescimento.
As pessoas O buscavam para a solução dos problemas, sem
se darem conta que cada um é o autor dos próprios
problemas e que é possível avançar a medida que o
indivíduo se ilumina.
Citando os estudos do professor, sociólogo e psiquiatra Mira
y Lopez (1896-1964), o dedicado e eficiente orador
discorreu sobre os quatro gigantes da alma – medo, ira e
dever, no aspecto negativo, e o amor, de caráter
positivo -, e as heranças primitivas, sempre presentes
no inconsciente. De uma maneira geral, apraz aos
indivíduos vivenciar um conflito, um sofrimento, isto é
fruto da herança arquetípica, quando o instinto imperava
em a criatura humana.
Adentrando-se pelos caminhos da reencarnação, Divaldo
explicou que esta é uma oportunidade nova de poder
compreender porque a vida apresenta certas situações,
construindo a redentora reabilitação diante da vida.
Outro ponto destacado, dando oportunidade a reflexões
íntimas, o nobre conferencista discorreu sobre as
dificuldades de relacionamentos, onde, muitos, desejam e
insistem que o outro se renove, esquecendo-se, porém,
que a renovação é pessoal, íntima, intransferível.
Finalizando o profícuo seminário, após dois dias de
atividades intensas, o ilustre orador ainda conduziu os
presentes em uma visualização terapêutica dirigida,
facultando o mergulho, pelo pensamento, nas questões
propostas, enriquecendo os presentes com harmonia e paz.
Em gratidão, o público, revigorado pelos excelentes
ensinamentos, aplaudiu intensamente o Semeador de
Estrelas. Após estes dias de intensa convivência
fraterna, todos ficaram já pensando no próximo
pentecostes, no ano vindouro, ao tempo em que se
deliciavam ouvindo a bela música interpretada pelos
talentosos Maurício Virgens, barítono, e Flávio
Benedito, pianista, sensibilizando as almas ali
presentes, despedindo-se, renovando votos de felicidades
mútuas.
Em um derradeiro estímulo, Divaldo ainda afirmou: Vale
a pena amar. E, recolhendo-se nas próprias
instalações do G19, para refazer-se, o ínclito e amoroso
Divaldo Franco foi preparar-se para o compromisso do dia
seguinte.
A conferência derradeira
–
Na
segunda-feira, 5 de junho, Divaldo Franco voltou a falar
em Zurique, dessa vez por meio de uma conferência
pública, em que o tema foi Seja Feliz Sempre,
contando de novo com o auxílio de sua tradutora para o
alemão Edith Burkhard. O evento teve a apresentação dos
jovens músicos Flávio Benedito e Maurício Virgens,
brasileiros, que, mesmo residindo na Europa, contribuem
tanto quanto podem, para cantar o amor, acompanhando o
querido amigo, Divaldo Franco, um verdadeiro pai.
Logo no início da conferência, Dr. Juan
Danilo Rodríguez, dedicado médico equatoriano,
terapeuta holístico, agradeceu o carinho e a acolhida
que recebeu, afirmando que a felicidade se constrói
através de pequenas ocorrências, de detalhes. A
felicidade é o grande tesouro, tão buscado pelo homem.
Citando pensadores da antiguidade, Divaldo Franco,
abordando o tema, disse que no período socrático os
pensadores se questionavam sobre o real sentido da vida.
A interrogação diz respeito à criatura humana, que se
indaga sobre a existência da morte, haja vista que, de
repente, tudo se acaba no nada. Qual a razão da dor?
Em breve síntese dos pensamentos filosóficos, esclareceu
que Epicuro afirmava
ser a felicidade sinônimo de prazer, que os esforços
deveriam ser todos voltados para fruir o gozo. Se assim
não é, a felicidade é para os que têm posses? Questionou
Divaldo. Referindo-se, então, à doutrina da ética, da
beleza, o Hedonismo,
a possibilidade para se alcançar a felicidade através da
posse. O pensamento filosófico, com base na doutrina Cínica,
de Diógenes,
propunha que a felicidade seria nada possuir, para não
correr nenhum risco. Será, insistiu o querido orador,
que a felicidade é não ter nada?
Promovendo uma melhor compreensão sobre a felicidade, o
incansável seareiro discorreu sobre a doutrina Estoica,
do filósofo Zenon
de Cicio que
assegurava ser a felicidade a ausência do sofrimento,
até chegar no filósofo Sócrates,
que, vendo a inscrição na entrada do templo de Delfos, conhece-te
a ti mesmo, adotou esta proposta, tornando-se em
exemplo para suportar todo tipo de perseguição, de
injustiças. Sua ética é o autoconhecimento. Este é o
caminho para a felicidade, sentenciou o orador, que dá
condições ao indivíduo ser o mesmo em qualquer situação,
seja ela positiva ou não.
Jesus, destacou, é o médico das almas, o maior
psicoterapeuta da humanidade. Ele asseverou que A
Felicidade não é deste mundo, pois a verdadeira
felicidade não está na Terra. Todos podem atingir a
plenitude, não, porém, neste estado horizontal, do tudo
bem, sempre, mas quando o ser humano se dedicar ao
crescimento vertical, buscando a angelitude, buscando
Deus e o Seu Reino dentro de si mesmo.
A forma como se procede hoje, irá construir o amanhã. O
Espiritismo confirma, por provas irrefutáveis, a
realidade da reencarnação, e essa realidade demonstra
que os indivíduos podem ser felizes hoje e sempre, basta
ter um ideal, uma meta transcendente. Através da
vivência deste ideal, que deve ser alcançado pela
prática no bem, a criatura humana se encontrará com a
felicidade.
Não fazer aos outros o que não gostaríamos que nos
fizessem, esta é a meta. Amar o próximo é autoamar-se, a
terapia que Jesus ensinou aos homens. A moderna
filosofia recomenda que se viva intensamente o agora,
que é toda hora, a atual, e a que virá. Temos tantos
recursos, de diversas ordens, nem sempre valorizados, e
com frequência somente compreendemos o valor destes
recursos quando os perdemos.
Encerrando a conferência, Divaldo agradeceu o amor e o
acolhimento com que foi honrado, recitando, com sentida
emoção, o Poema da Gratidão, de Amélia Rodrigues.
Nota:
As fotos desta reportagem são também de Ênio Medeiros, de Santa Cruz do
Sul (RS).