Questões vernáculas

por Astolfo O. de Oliveira Filho

 
Da série de erros frequentes no uso do idioma português, eis mais cinco exemplos:
 

1. Amigo, é cedo ainda. Não se vai; fica mais um pouco.

O correto: Amigo, é cedo ainda. Não se vá; fique mais um pouco.

Explicação: O erro advém do desconhecimento de como é formado o imperativo dos verbos utilizados no texto acima. 

2. No parque central tem muitas árvores centenárias.

O correto: No parque central muitas árvores centenárias. [Outra opção: No parque central existem muitas árvores centenárias.]

Explicação: Os verbos haver e existir são os mais indicados em frases assim.  

3. Os demais desejavam se beneficiar da nossa ausência.

O correto: Os demais desejavam beneficiar-se da nossa ausência.

Explicação: Embora ignorada com frequência no português praticado no Brasil, a norma culta pede-nos que nas locuções verbais os pronomes oblíquos átonos não fiquem soltos entre os verbos.  

4. A mãe, antes de sair, pediu ao filho para cuidar do avô.

O correto: A mãe, antes de sair, pediu ao filho que cuidasse do avô. [Outra opção: A mãe, antes de sair, pediu ao filho cuidar do avô.]

Explicação: A parte final do texto – “cuidar do avô” – é objeto direto de “pediu”. Não pode, pois, ser antecedida da preposição “para”, que não cabe em frases desse tipo. 

5. O rapaz saiu de casa decidido a viajar pelo país a fora.

O correto: O rapaz saiu de casa decidido a viajar pelo país afora.

Explicação: O vocábulo afora, seja como preposição, seja como advérbio, é escrito numa só palavra.



 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita