Carlos Henrique Vernier (foto), espírita de
infância, natural de Jaú e residente em Dois Córregos,
ambos municípios paulistas, com formação em Psicologia,
pós-graduação em Psico-Oncologia e cursando
psicoterapia, é um dos voluntários do Centro Espírita
Francisco Xavier dos Santos, de Mineiros do Tietê (SP),
no qual responde pelo agendamento de palestras na
instituição.
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Tendo lançado o livro E o palhaço entrou
no hospital – contribuições para a diminuição do
estresse na criança hospitalizada, ele nos fala
nesta entrevista sobre essa experiência. |
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De onde surgiu seu interesse pela Psicologia?
Sempre tive um amor muito grande pelo ser humano, quis
conhecer suas mazelas, angústias, e sempre tive vontade
de ajudar as pessoas em resolver os seus conflitos
pessoais. Quando na adolescência eu me sentia como quem
mais ajudava meus amigos, familiares com aconselhamento,
orientação. Mas a certeza de que cursaria Psicologia foi
quando estava no curso pré-vestibular. Antes tinha
vontade de fazer direito ou medicina, para atuar como
legista.
Hoje
atuo como Psicólogo Clínico em consultório particular,
ministro palestras-show sobre autoestima e
autoconhecimento em escolas estaduais, particulares e
municipais da região. E atuo também como voluntário em
uma Escola Estadual e da ONG Elo Solidário de Bauru-SP.
Como você atrelou isso ao interesse pela prática do
"palhaço no hospital"?
Meu
interesse pela prática do palhaço hospitalar foi ainda
na adolescência, creio que tinha aproximadamente 16
anos, quando assisti ao filme “Patch Adams - O amor é
contagioso”. Tive um despertar e um interesse muito
grande por esse trabalho. Ainda na adolescência
realizava visitas a creches junto com a mocidade
espírita de Dois Córregos. Fazia algumas visitas sozinho
a asilos. Porém me recordo que desde criança frequentava
as festividades de asilos, com família e amigos.
Logo
após assistir ao filme do Patch Adams, tive interesse em
me aprofundar mais, e assim fui descobrir o médico por
trás do filme, adquiri seus livros e tive a oportunidade
de comunicar-me com ele por alguns anos e conhecê-lo
pessoalmente quando veio ao Brasil.
Sempre tive uma grande paixão por mágica desde meus 11
anos, a qual é uma das artes que prevalece em minhas
atuações como palhaço no hospital. Sempre conhecido como
“Palhaço Mágico”.
Fiz
um curso de capacitação em Palhaço Hospitalar, em
Pardinho, com o grande amigo Arlindo Maciel Jr. e
Geraldo Alexandrino, que fundaram a ONG Cuestalhaços.
Fiz parte da 1ª turma. Esse curso deu-me uma base muito
sólida para minhas atuações como Palhaço no Projeto
Alegria, de Bauru, em que fiquei aproximadamente por 5
ou 6 anos, durante a época da faculdade. Logo após um
ano de formado, voltei para Dois Córregos, onde tive
vontade de formar um grupo. Em setembro de 2013 (se não
me engano), ministrei o Curso de Capacitação e Formação
em Palhaço Hospitalar, com o que aprendi com os amigos
Arlindo e Geraldo, ampliado com os conhecimentos e
vivências que adquiri na faculdade de Psicologia e
principalmente na vivência em hospitais.
Tive
como fonte de inspiração os amigos Carlos Hisldorf,
Patrícia F. Antunes, Átila e Rosi, e também com meus
ídolos de infância, como os Trapalhões, Os Três Patetas,
Chaves, Chapolim e o grande Palhaço Arrelia, um ser que
levava muito amor e alegria por onde passava.
O
livro é resultado dessas experiências? Qual o principal
conteúdo da obra?
Sim,
o livro possui embasamento científico da contribuição do
lúdico para a diminuição do estresse da criança
hospitalizada. Encontram-se nele informações de como
realizar trabalhos voltados para o palhaço hospitalar,
alguns conteúdos que aprendi com Arlindo e Geraldo,
orientações sobre o que se pode e não se pode fazer em
uma visita, dicas de atuações e experiências
particulares e de outros colegas palhaços, com
participação especial do ator Breno Moroni, com sua
vasta contribuição ao universo do palhaço. Dicas de
filmes, livros, muitas informações para todos aqueles
que atuam na área da saúde, e todos que se interessarem
pelo tema.
Como surgiu a ideia de publicar o livro?
Surgiu ainda na faculdade, na disciplina de Métodos e
Técnicas de Pesquisa. Foi um trabalho de longos anos de
vivências e pesquisas, e sempre tive a vontade de
compartilhar esse trabalho para que as pessoas utilizem
como fonte de inspiração para realizarem trabalhos
voluntários, não somente na área hospitalar como
palhaços, e sim em diversas áreas de atuações.
De suas lembranças com essa interação, o que mais lhe
chama atenção?
Muitas lembranças positivas, relatos de pacientes e
familiares pós-hospitalização. Lembro quando uma mulher
ficou me encarando em um circular, e depois de algum
tempo, perguntei a ela se acontecera algo... Ela apenas
sorriu e disse: - Lembro quando você visitou meu filho
quando estava internado há mais de 1 ano. Fiquei
surpreso ao ser reconhecido, pois estava totalmente de
cara limpa. Momentos em que os pacientes seguraram
minhas mãos para tomar uma injeção... Ou ouvir de uma
mãe: “Semana passada minha filha disse que sonhou com
você fazendo mágica para ela, de tão significativo que
foi”. Perdemos muitas crianças, mas sempre recordando
delas com muito amor e carinho, pois nos ensinavam
muito!
Algo marcante que gostaria de relatar aos leitores?
Já
relatei algumas ocasiões marcantes. Mas uma frase que
sempre repito é: O hospital é uma verdadeira escola. Não
percam a oportunidade de aprender. Aprenda com todas as
pessoas, com muita humildade e amor no coração, e em
hipótese alguma jamais desista de você!
Como adquirir a obra?
A
obra pode ser adquirida a partir do dia 12 de Julho em
Jaú (SP) no meu consultório: Rua Floriano Peixoto, 453 –
Centro. Ou então, via internet, pela minha página
profissional no facebook. Para acessá-la
clique aqui
Você aceita convites para apresentações também? Quais os
contatos?
Sim,
realizo palestras-shows em escolas para adolescentes e
pais, com temas relacionados a autoestima,
autoconhecimento, perspectiva de vida e futuro, sempre
levando as experiências tidas nos hospitais. Quem tiver
interesse é só entrar em contato pelo celular (14)
99852-3798 ou pelo e-mail
vernierch@gmail.com
Suas palavras finais.
Espero que meu livro seja fonte de inspiração para todos
aqueles que desejam aprofundar-se no trabalho do
palhaço hospitalar ou pretendem iniciar-se em um
trabalho voluntário. Finalizando, lembro aqui uma lição
que nos deixou Waldemar Seyssel, nome verdadeiro do
palhaço Arrelia: “Para ser um bom palhaço é preciso amar
verdadeiramente as crianças... e EU AMO”.