O espírita
perante a
desencarnação
Frente ao desencarne, fenômeno natural da vida, é
necessário conter o desespero, resignando-se perante a
vontade divina. Quando os familiares controlam as
emoções, cultivando em prece sentimentos de confiança,
os amigos da Espiritualidade encontram facilidade para
promover o desligamento sem traumas maiores para aquele
que parte e sem desequilíbrios aos que ficam.
Dispensemos as honrarias materiais exageradas, como
coroas e flores, transformando este valor material em
donativos às instituições assistenciais; lembremo-nos da
necessidade de cumprir o tempo determinado de
sepultamento ou cremação, para evitar sofrimentos
desnecessários ao desencarnante.
As preces e o amor dos amigos ajudam muito o Espírito
nesta viagem, podendo criar barreiras magnéticas que
impedem a presença de Espíritos sofredores que poderiam
prejudicar o desenlace desse irmão. Quem partiu merece e
precisa do socorro do nosso coração.
Não façamos do velório um encontro social. Cultivemos o
silêncio e, caso não consigamos este tipo de
comportamento, será melhor nos retirarmos evitando
aumentar o barulhento concerto de vozes e vibrações
desrespeitosas. A nossa conduta imprópria o faz sofrer e
revoltar-se. Tenhamos piedade fraternal e comportemo-nos
como gostaríamos que procedessem conosco.
Se pretendemos cultivar a memória de familiares e
amigos, usemos flores para enfeitar a vida e nunca para
exaltar a morte na frieza do cemitério, pois,
certamente, irão preferir receber nossa mensagem de
carinho por vibrações saudosas, sem culto ao corpo
inerte.
Durante nossa passagem na Terra, devemos deixar todos os
nossos compromissos devidamente organizados, para que
parentes e amigos não sejam perturbados por credores e
outras contrariedades e, assim, quando estivermos na
Pátria Espiritual, não receberemos vibrações menos
fraternas.
No momento do sepultamento, façamos uma oração,
dirigindo-nos a Jesus, desejando a este irmão paz e
feliz retorno à verdadeira pátria; sendo breve e falando
sobre o significado da morte indevidamente situada como
fim da vida, quando é apenas um desdobramento dela em
horizontes mais amplos.
O benfeitor espiritual Emmanuel nos orienta como deve
ser nosso comportamento em um velório:
Somente permanecer no velório enquanto puder manter a
postura de vigilância;
orar com sinceridade em favor de quem partiu e da
família;
esforçar-se para não lembrar episódios infelizes
envolvendo o desencarnante;
estar sempre disponível para o chamado atendimento
fraterno com os irmãos presentes;
respeitar a religião e cultos de todos os presentes,
contribuindo para a harmonização do ambiente, através da
solidariedade;
não perder o foco do objetivo maior que é o auxílio
espiritual ao desencarnante, familiares e Espíritos
desencarnados que estejam no local necessitando de
auxílio através da oração;
estar disponível na medida do possível para contribuir
espiritual e ou materialmente com os irmãos presentes,
sobretudo aqueles que estiveram sob maior impacto pela
morte do irmão;
se convidado a enunciar a prece, fazê-la brevemente, com
objetividade e otimismo;
aproveitar a ocasião para refletir sobre a impermanência
de todas as situações materiais da vida física,
fortalecendo o nosso desejo de amar e servir durante o
tempo que ainda nos resta no corpo físico;
e, principalmente, guardar a certeza de que o
Espiritismo é o Consolador Prometido por nosso Mestre
Jesus e que a mensagem da Imortalidade do Espírito
desvelada por Jesus e Kardec é a base de todas as nossas
buscas de amor e fraternidade, bem como nosso refúgio em
momentos dolorosos como a morte, sendo antes de tudo uma
mensagem de alegria e otimismo, Verdadeiramente a nossa
"Boa Nova"!
Bibliografia:
Vieira Waldo pelo Espírito André Luiz – Conduta
Espírita – lição 36 – Perante a desencarnação - FEB
editora - Brasília - 32ª edição - 2013.
Simonetti Richard – Quem tem medo da morte? CEAC
editora Rio de Janeiro/ 3ª edição - 2003. Páginas 55 e
58.
Moreira Marmo Leonardo/ Velório - Revista Semanal
de Divulgação Espírita – O Consolador – ano 4 – número
196 13/02/2011.