Espiritismo
para crianças

por Célia Xavier de Camargo

Resposta da vida
 

Beto estava brincando na calçada, defronte de sua casa, quando a bola correu para a rua e ele foi buscá-la.

Nesse momento, um carro virou a esquina e não deu tempo de frear, atropelando o garoto diante dos colegas apavorados.

Imediatamente o motorista parou o veículo e correu a socorrer o menino desacordado. Os colegas chegaram e o motorista indagou onde morava o garoto que ele atropelara, pediu que avisassem a família, enquanto ele levaria o menino para o hospital.

Deixou nome, endereço e número de telefone, para que pudessem falar com ele, e saiu em direção ao hospital mais próximo, onde Beto foi atendido rapidamente no pronto-socorro e depois levado para um quarto.

Não demorou muito, a mãe de Beto chegou apavorada:

— O que aconteceu com meu filho?!

Pálido, o desconhecido que velava por ele sentado numa cadeira, ergueu-se e explicou:

— Senhora, meu nome é Carlos. Fui eu que atropelei seu filho Beto. Ele está bem, já foi socorrido e a perna dele foi engessada, pois tinha uma fratura. Mas ele está bem; só tomou um analgésico para dor e está descansando, mas estava muito nervoso, pensando que os pais ficariam bravos com ele.

A mãe aproximou-se do filho e beijou-o, em lágrimas:

— Coitado do Beto! Mas como aconteceu esse acidente?

— Eu passava de carro naquela rua, quando vi um garoto que corria atrás de uma bola! Não deu tempo de nada! Quando vi, ele estava na rua pegando a bola!... Foi rápido demais! Perdoe-me, porém não deu tempo de frear.

A mulher, chorando, olhou-o com cara de poucos amigos e sugeriu:

— Com certeza o senhor estaria correndo demais, não é?

— Não, minha senhora, ao contrário, estava devagar! Se estivesse em velocidade, não teria conseguido frear, acredite!

A mãe de Beto estava muito nervosa e sugeriu que ele poderia ir embora, pois ela tomaria conta dele. Carlos desculpou-se mais uma vez, passou-lhe um cartão, para que pudesse falar com ele em caso de necessidade, e despediu-se.

A mãe ficou no hospital, preocupada com o estado do filho. Mais tarde, o pai de Beto chegou e explicou que, chegando a casa para o almoço, ficou sabendo que Beto estava no hospital, e correu para lá. Depois indagou:

— Como está nosso filho, Sônia?

— Está bem, não se preocupe. Parece que foi só uma perna quebrada. Graças a Deus!...

— Mas, e o motorista? Você o viu? O que ele disse? Deixou endereço caso seja necessário? Porque podemos precisar!...

— Calma, Rodrigo! Ele deixou os dados dele para caso de necessidade. Aqui estão!

E Sônia passou ao marido os dados do motorista, que examinou tudo cuidadosamente. De repente, ele parou e disse:

— Sônia!... Você sabe quem é esse sujeito que atropelou nosso filho?!...

— Claro que não! Nunca o vi na vida!...

Rodrigo olhou demoradamente para a esposa balançando a cabeça e disse:

— Ele é o pai daquele garotinho pequeno que você atropelou há alguns anos!

— Não pode ser, Rodrigo! Esse homem é bem mais velho que o pai daquele garotinho!...

— Pois é ele mesmo. Tenho certeza absoluta. Precisamos falar com ele, conversar.

Mais tarde, naquele mesmo dia, Beto estava bem e foi para casa. Após chegar a casa, deixaram-no com a irmã mais velha e foram até a casa de Carlos.

Sabiam onde ele morava. Tocaram a campainha e logo a esposa dele veio abrir. Ao vê-los, recebeu-os muito bem e chamou o marido, que terminava de tomar banho.

Quando Carlos chegou, cumprimentou as visitas e sentou-se ao lado da esposa.

Sônia, a mãe do menino, não sabia como desculpar-se do acontecido:

— Carlos, perdoe-me! Eu estava tão transtornada que não o reconheci!...

— Não tem importância. Como está o garoto? Está bem?

— Sim, já está até em casa. Mas lamento tudo que lhe disse hoje, Carlos! Eu estava tão nervosa que não imaginava que fosse você! Logo você, que perdeu um filho por minha causa!

Ele sorriu tristemente e respondeu, sereno:

— Não se preocupe, Sônia. O que aconteceu no passado iria acontecer de qualquer maneira. Acredito que nosso pequeno Artur iria ficar pouco tempo na Terra. Hoje, nós somos espíritas e acreditamos que tudo que acontece está debaixo de Leis Divinas sábias e perfeitas. Assim, não se preocupe. Estamos bem, nosso filho Artur está bem e vive no Mundo Espiritual.

Sônia e Rodrigo ouviram as palavras de Carlos e trocaram um olhar, sem entender direito o que ele quis dizer com aquilo.

— Quer dizer que “seu filho Artur” está vivo em algum lugar?!...

— Sim, com certeza! E é esse pensamento que nos faz viver com alegria e serenidade. Se quiserem conhecer qual a razão de estarmos serenos e vivendo bem, é só aceitarem nos acompanhar a um Centro Espírita, onde encontrarão todas as respostas às suas perguntas. Aceitam?

Sônia e Rodrigo trocaram um olhar e aceitaram o convite, animados. Depois, os casais se abraçaram e Sônia desculpou-se com Carlos pela maneira como o tinha tratado naquela tarde.

E assim, após esse acidente, eles se tornaram grandes amigos e frequentadores de uma Casa Espírita, com o amparo dos Amigos Espirituais e do pequeno Arthur, que está muito feliz!...

                       

MEIMEI

 

(Recebida por Célia X. de Camargo, em Rolândia, 01/8/2016.)

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita