Psicografia de entes queridos na Codificação
Espírita
Recentemente escrevi um artigo a abordar o fato
de não ser objetivo principal do Espiritismo
produzir cartas psicografadas de entes queridos.
E, de fato, não é mesmo, todavia, vale lembrar
que, por conta da misericórdia divina, este
contato é perfeitamente possível. As cartas
psicografadas dos entes queridos consagraram-se
nas mãos de nosso querido Chico Xavier, o lenço
de Deus, e, ainda hoje, há médiuns que dedicam
seu tempo a realizar este intercâmbio entre os
que foram e os que ficaram.
Comunicações assim estão no campo do consolo,
confortam o coração e, indubitavelmente,
remetem-nos à diretriz de felicidade comum que
os Espíritos deixaram para nós.
A trinca da felicidade relativa é:
Posse do necessário, consciência tranquila e fé
no futuro. Fé no futuro que essas abençoadas
cartas de além-túmulo trazem-nos para, de certa
forma, aliviar nossas dores e a saudade de quem
nos precedeu na grande viagem. Saber que nossos
entes queridos continuam é um alento e tanto
para que prossigamos com coragem neste mundo de
provas e expiações.
Eis um abençoado trabalho realizado por esses
intermediadores entre os dois planos da vida.
Aliás, não é modalidade nova as cartas
psicografadas de entes queridos que, diga-se,
estão presentes na codificação espírita.
No ano e mês de lançamento da Revista Espírita,
janeiro 1858, Kardec traz no título “Mãe, estou
aqui”, interessante comunicação dada por jovem
de 14 anos que desencarnou após luta contra
grave enfermidade.
Sua mãe, desesperada com a partida da filha,
tinha sua saúde já debilitada quando, alertada
da possibilidade de realizar o contato com o
afeto que partiu, buscou uma médium e, com apoio
de Kardec, evocaram o Espírito da filha, este
manifestou-se e deu provas de sua identidade.
Entretanto, tem um ponto que é importante
considerar na questão das cartas psicografadas:
a expectativa que se cria para que o contato se
realize. Vale lembrar que nem sempre é possível
o contato do Espírito naquele exato momento. Há
inúmeras razões que podem impedir o nosso ente
querido de manifestar-se.
Portanto, se é assim, é interessante comparecer
a este tipo de sessão – de cartas psicografadas
– com o coração o mais sereno possível,
porquanto pode ser que não tenhamos a
comunicação de nosso familiar. Este cuidado
livra-nos de um mal chamado incredulidade e que
tem repercussão num dos pontos de felicidade
relativa a que podemos aspirar na Terra: a fé no
futuro. Incrédulos, fica mais complicado ser
feliz. Podemos ter a posse do necessário, estar
com a consciência tranquila, mas sem fé no
futuro, sem a certeza de que nossos afetos
vivem, a felicidade fica um pouco mais distante.
Deus é a bondade pura e, por bondade, jamais
extermina os laços de amor construídos pelos
seus filhos.
Laços de amor que se ampliam ao sabermos que a
alma é imortal... viveu, vive e viverá...
Abençoados Allan Kardec e Chico Xavier, os
lenços de Deus, que por meio de árduo trabalho
trouxeram a nós a possibilidade de comunicação
com nossos amores...