O Espiritismo responde

por Astolfo O. de Oliveira Filho

Um dileto amigo radicado em São Paulo (SP) pergunta-nos se é verdade que o passe magnético, ainda que ministrado no recinto da Casa Espírita, pode ser maléfico.

Sim, é verdade.

Recorremos, quanto ao assunto, à lição contida no texto intitulado "Resultados do passe", constante da 12ª Sessão de Exercício Prático do COEM - Centro de Orientação e Educação Mediúnica, obra de autoria dos confrades Alexandre Sech, Célio Trujillo Costa e Ney de Meira Albach, ligados, à época, ao Centro Espírita Luz Eterna, de Curitiba.

De acordo com essa lição, os resultados do passe, dependendo das condições do trabalho e do passista, podem ser benéficos, maléficos ou nulos:

Benéficos: quando o passista apresenta estado de saúde equilibrado e equilíbrio espiritual e o paciente apresenta receptividade ao recurso espiritual, bem como disposição de melhora efetiva.

Maléficos: quando o passista está com estado de saúde precário, com o organismo intoxicado por excesso de alimentação ou vícios (como fumo, álcool, drogas) ou quando esteja em estado de desequilíbrio espiritual (revolta, raiva, orgulho etc.) e, nesses casos, o paciente esteja com suas defesas nulas. 

Nulos: quando, na hipótese anteriormente descrita, o paciente possui defesas positivas diante da torrente de energias negativas transmitidas pelo passista, o que se dá nos casos de merecimento individual ou por ação dos protetores desencarnados; e quando, apesar de receber um recurso favorável, o paciente mantém posição refratária com relação ao passe (descrença, aversão, sarcasmo). 

Com respeito aos passes maléficos, conhecemos alguns casos ocorridos em nossa cidade em que o paciente saiu da Casa Espírita em condições piores das que apresentava ao chegar à instituição. Em um desses casos, os sintomas apresentados depois do passe eram semelhantes aos que o passista imprevidente, mesmo não se encontrando em condições saudáveis, havia relatado à equipe de passistas.

Consta, embora não tenhamos a confirmação da fonte, que o grande magnetizador Charles Lafontaine, em certa ocasião, depois de haver bebido vinho à refeição, ministrou passes em um paciente que, momentos depois, teve de ser internado em estado de coma alcoólico.

Da obra de André Luiz é conhecido o caso de Margarida, relatado no livro Libertação, cap. IX. Vítima de processo obsessivo grave, a jovem estava praticamente às portas da morte corpórea quando Gúbio e seus amigos diligenciaram no sentido de libertá-la.

Conforme o relato feito por André Luiz, quando o grupo socorrista viu Margarida pela primeira vez, ela estava no seu leito, mostrando extrema palidez em sua face, enquanto que, a seu lado, dois desencarnados, de horrível aspecto, inclinavam-se, confiantes e dominadores, sobre o busto da en­ferma, submetendo-a a complicada operação magnética voltada para o mal, o que mostra que a motivação e o preparo espiritual dos chamados passistas são fatores essenciais para a excelência do passe magnético.
 

 


 
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