Socorro e entendimento
Diante de situações inesperadas que vivenciamos no
decorrer da nossa existência, somos compelidos a buscar
o entendimento de suas causas. E por intermédio da Lei
Divina é que somos beneficiados a entender nossa
caminhada ascensional através de inúmeros processos
educativos, possibilitando-nos oportunidades para a
reparação de equívocos, bem como a aquisição de
conhecimentos e virtudes indispensáveis ao nosso
processo evolutivo.
Desta forma, observamos em toda parte desacordos,
desentendimentos, desajustes, discórdias, percebendo,
próximos a nós, irmãos que parecem residir em regiões
morais diferentes. Como ajudá-los? É imprescindível
saber socorrê-los através do bem efetivo e incessante,
colocando-nos em seu lugar, vibrando entendimento,
carinho, amparo e a bênção da palavra que consola e
conforta.
Assim, defronte àqueles que nos afiguram desnorteados,
estendamos o coração e as mãos, porque também estamos no
caminho da evolução e, segundo a assertiva do nosso
Mestre, “com a medida com que tivermos medido nos hão
de medir a nós” (Mateus, 7:2).
Acusar, reclamar, queixar-se, não são verbos conjugáveis
no campo de nossos princípios, no entanto, à frente de
todos os percalços, não nos prendamos às teias da
perturbação, procurando o bem e realizando-o com todas
as energias ao nosso alcance.
Diante da irritação, do desalento, da agressividade e da
injúria, ofereçamos a nossa paz, falando com harmonia ou
silenciando na oração, porque ainda somos todos alunos
no educandário da vida e, portanto, suscetíveis de queda
moral. Faz-se imprescindível esperar e ajudar, pois,
assim, poderemos perceber que a paz do mundo é o dom de
Deus começando em nós.
É comum ouvirmos a cada passo observações de
companheiros desarvorados e abatidos presos a emoções e
pensamentos pessimistas, caminhando e transportando
consigo enormes mágoas e desilusões, deixando um rastro
de fel, dramatizando desencantos, queixando-se de
ingratidão, ou ainda, relatando episódios tristes
passados, envenenando a vida e cegando a alma, incapazes
de perceber que o Evangelho é luz renovadora. É nesse
momento que somos convidados a auxiliar o Pai na
expansão da paz e na observância do exemplo daquilo que
não deve ser feito.
É importante que façamos do momento pelo qual passarmos
uma lição aprendida, verificando quantas vezes em vinte
e quatro horas somos requisitados a auxiliar os
semelhantes, levando ao trabalho gentileza e amparo aos
corações; ao lar, novas possibilidades de exaltar a
confiança, estendendo conhecimento e virtude, não
menosprezando a lição, na certeza de que renovamos
ideias e experiências a cada dia. Deste modo, quando
alguém nos lança o golpe da intemperança ou nos
arremessa a pedrada do insulto, desculpemos
irrestritamente e, se voltar a nos ferir, é imperioso
reconhecermos a presença de um enfermo em estado grave
a pedir-nos o amparo, o entendimento e o socorro da
compaixão.
Escutemos com atenção e paciência os que se
desequilibram nos labirintos da necessidade, sabendo
tocá-los no sentimento, sem converter a sinceridade em
censura e sem transformar a bondade em fraqueza, levando
palavras temperadas de prudência e de amor. As
provações atravessadas por nós com serenidade
acumulam-se no fundo da nossa alma e podem servir de
socorro aos caídos quando em mesma situação, a qual
passamos anteriormente.
Pacifiquemos nosso próximo com a cooperação
despretensiosa e espontânea na construção da
tranquilidade alheia, administrando o auxílio espiritual
com a alavanca do equilíbrio, usando de vigilância sem
violência, calma sem preguiça, consolo sem mentira e
verdade sem drama. Abençoemos nossos irmãos
desorientados, sem nos esquecer de que o eterno Amigo
nos segue os passos em silêncio após ter dito a cada um
de nós, através dos séculos: “Em verdade, tudo aquilo
que fizerdes ao menor dos pequeninos é a mim que o
fizestes” (Mateus, 25:40).
Meditemos no emprego dos nossos recursos na seara da
fraternidade, prosseguindo confiantes, usando o arado
com que o Mestre nos enriquece as mãos, trabalhando o
campo que nos cabe com firmeza, certos de que a colheita
farta coroará nossos esforços. Permaneçamos apoiados no
propósito seguro de corresponder ao programa de trabalho
que o Pai nos reserva. E, assim, atendamos a
fraternidade que trabalha, ajuda, compreende e perdoa,
assegurando a vitória do bem, atendendo-a onde
estivermos, recordando quando Jesus afirmou com
segurança e clareza: “Nisto todos conhecerão que sois
Meus discípulos: se vos amardes uns aos outros”
(João, 13:35).
Jesus foi a paciência sem limites. Saibamos entender e
servir com Ele na certeza de que o amor é a garantia
invulnerável da vitória que nunca morre.
Bibliografia:
XAVIER, C. Francisco – Pronto-Socorro – ditado
pelo Espírito Emmanuel – 1ª edição – Brasília /DF/
Editora FEB – 2015 – capítulo 12.
XAVIER, C. Francisco – Palavras de Vida Eterna – ditado
pelo Espírito Emmanuel – 35ª edição – Uberaba /MG/
Editora Comunhão Espírita Cristã - 2010 – páginas:
54,136,156,170 e 266.