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por Temi Mary Faccio Simionato

 

Socorro e entendimento


Diante de situações inesperadas que vivenciamos no decorrer da nossa existência, somos compelidos a buscar o entendimento de suas causas. E por intermédio da Lei Divina é que somos beneficiados a entender nossa caminhada ascensional através de inúmeros processos educativos, possibilitando-nos oportunidades para a reparação de equívocos, bem como a aquisição de conhecimentos e virtudes indispensáveis ao nosso processo evolutivo.

Desta forma, observamos em toda parte desacordos, desentendimentos, desajustes, discórdias, percebendo, próximos a nós, irmãos que parecem residir em regiões morais diferentes. Como ajudá-los? É imprescindível saber socorrê-los através do bem efetivo e incessante, colocando-nos em seu lugar, vibrando entendimento, carinho, amparo e a bênção da palavra que consola e conforta.

Assim, defronte àqueles que nos afiguram desnorteados, estendamos o coração e as mãos, porque também estamos no caminho da evolução e, segundo a assertiva do nosso Mestre, “com a medida com que tivermos medido nos hão de medir a nós” (Mateus, 7:2).

Acusar, reclamar, queixar-se, não são verbos conjugáveis no campo de nossos princípios, no entanto, à frente de todos os percalços, não nos prendamos às teias da perturbação, procurando o bem e realizando-o com todas as energias ao nosso alcance.

Diante da irritação, do desalento, da agressividade e da injúria, ofereçamos a nossa paz, falando com harmonia ou silenciando na oração, porque ainda somos todos alunos no educandário da vida e, portanto, suscetíveis de queda moral. Faz-se imprescindível esperar e ajudar, pois, assim, poderemos perceber que a paz do mundo é o dom de Deus começando em nós.

É comum ouvirmos a cada passo observações de companheiros desarvorados e abatidos presos a emoções e pensamentos pessimistas, caminhando e transportando consigo enormes mágoas e desilusões, deixando um rastro de fel, dramatizando desencantos, queixando-se de ingratidão, ou ainda, relatando episódios tristes passados, envenenando a vida e cegando a alma, incapazes de perceber que o Evangelho é luz renovadora. É nesse momento que somos convidados a auxiliar o Pai na expansão da paz e na observância do exemplo daquilo que não deve ser feito.

É importante que façamos do momento pelo qual passarmos uma  lição aprendida, verificando quantas vezes em vinte e quatro horas somos requisitados a auxiliar os semelhantes, levando ao trabalho gentileza e amparo aos corações; ao lar, novas possibilidades de exaltar a confiança, estendendo conhecimento e virtude, não menosprezando a lição, na certeza de que renovamos ideias e experiências a cada dia. Deste modo, quando alguém nos lança o golpe da intemperança ou nos arremessa a pedrada do insulto, desculpemos irrestritamente e, se  voltar a nos ferir, é imperioso reconhecermos a presença de um enfermo em estado grave  a pedir-nos o amparo, o entendimento e o socorro da compaixão.

Escutemos com atenção e paciência os que se desequilibram nos labirintos da necessidade, sabendo tocá-los no sentimento, sem converter a sinceridade em censura e sem transformar a bondade em fraqueza, levando palavras temperadas de prudência e de amor.  As provações atravessadas por nós com serenidade acumulam-se no fundo da nossa alma e podem servir de socorro aos caídos quando em mesma situação, a qual passamos anteriormente.

Pacifiquemos nosso próximo com a cooperação despretensiosa e espontânea na construção da tranquilidade alheia, administrando o auxílio espiritual com a alavanca do equilíbrio, usando de vigilância sem violência, calma sem preguiça, consolo sem mentira e verdade sem drama. Abençoemos nossos irmãos desorientados, sem nos esquecer de que o eterno Amigo nos segue os passos em silêncio após ter dito a cada um de nós, através dos séculos: “Em verdade, tudo aquilo que fizerdes ao menor dos pequeninos é a mim que o fizestes” (Mateus, 25:40).

Meditemos no emprego dos nossos recursos na seara da fraternidade, prosseguindo confiantes, usando o arado com que o Mestre nos enriquece as mãos, trabalhando o campo que nos cabe com firmeza, certos de que a colheita farta coroará nossos esforços. Permaneçamos apoiados no propósito seguro de corresponder ao programa de trabalho que o Pai nos reserva. E, assim, atendamos a fraternidade que trabalha, ajuda, compreende e perdoa, assegurando a vitória do bem, atendendo-a onde estivermos, recordando quando Jesus afirmou com segurança e clareza: “Nisto todos conhecerão que sois Meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (João, 13:35).

Jesus foi a paciência sem limites. Saibamos entender e servir com Ele na certeza de que o amor é a garantia invulnerável da vitória que nunca morre.

 

Bibliografia:


XAVIER, C. Francisco – Pronto-Socorro – ditado pelo Espírito Emmanuel – 1ª edição – Brasília /DF/ Editora FEB – 2015 – capítulo 12.

XAVIER, C. Francisco – Palavras de Vida Eterna – ditado pelo Espírito Emmanuel – 35ª edição – Uberaba /MG/ Editora Comunhão Espírita Cristã - 2010 – páginas: 54,136,156,170 e 266.
 

 

     
     

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