A
culpa e a
reencarnação, um
paradigma da
ciência
“A culpa deve ser superada mediante ações positivas,
reabilitadoras, que resultarão dos pensamentos íntimos
enobrecedores.” - Joanna de Ângelis.
O problema da culpa tem chamado a atenção dos estudiosos
da psicologia, da medicina e até mesmo da religião.
Algumas religiões até usam a culpa como ferramenta de
punição de seus seguidores, mas o Espiritismo vem,
através da reencarnação, abrir um novo paradigma sobre
culpa, mostrando que somos o que semeamos e o que
estamos trabalhando dentro de nós para a nossa melhoria
dentro dos ensinos de Jesus.
Tivemos inúmeras vidas onde o poder transitório, a moeda
farta, nos permitia uma posição superior aos demais, mas
com as reencarnações voltávamos à arena terrena em
deploráveis situações para o devido resgate, como nos
ensina Emmanuel: “regressamos
ao mundo em corpos dilacerados ou deprimidos, exibindo
as estranhas enfermidades ou as gravosas obsessões que
criamos para nós mesmos, a estampar na apresentação
pessoal a soma deplorável de nossos desequilíbrios”.
Gravado no profundo do nosso psiquismo, temos a culpa
dilacerando o nosso ser, muitas vezes não permitindo uma
vida saudável por formarmos verdadeiras prisões dentro
de nós. Alguns arquétipos deformados de visão mais
profunda da vida que não permite um equilíbrio nosso
para viver de forma saudável.
A psicologia tradicional, muitas das vezes, enxerga a
culpa dentro de um aspecto científico, unicamente de
fixação metal, desequilíbrio e problemas apenas
cotidianos e momentâneos. Necessário, para a Psicologia,
de algo mais profundo para as suas análises. A
reencarnação quando for aceita nos meios científicos vai
revolucionar todos os conceitos da medicina, psicologia,
e também da religião, pois até mesmo entre os espíritas,
há quem duvide da reencarnação. Somente assim o estudo
profundo da culpa terá uma base sólida que permitirá se
lograr êxito nos seus tratamentos.
A ciência moderna não é a única explicação possível da
realidade e não há sequer qualquer razão científica
para a considerar melhor que as explicações
alternativas da metafísica, da astrologia, da religião,
da arte ou da poesia (Santos, 1985/86, p. 13-14.)
O grande pensador Giordano
Bruno relativizou a importância da Igreja na salvação da
alma, pregando uma interioridade relacional com a
divindade, o que levou ao desfecho de sua morte. Durante
o julgamento que o condenou, proferiu as seguintes
palavras: “Uma vez que a alma não pode ser encontrada
sem o corpo, e, todavia, não é corpo, pode estar neste
ou naquele corpo e passar de corpo em corpo” –
(Giordano, 1592).
Giordano Bruno se autodenominava “um cidadão e servo do
mundo, um filho do Pai Sol e da Mãe Terra”, tendo sido
processado durante sua vida monástica, o que o levou a
fugir em 1578 para a Itália, onde continuou
questionando.
O porquê de a Psicologia oficial não lidar com a
reencarnação deve-se à ação do Imperador Justiniano, no
ano de 533 d. C., de conclamar o Concílio de
Constantinopla, convidando apenas os bispos do Oriente
(não reencarnacionistas), e decretando que reencarnação
não existe, influenciado por sua esposa Teodora,
ex-cortesã, filha de um guardador de ursos do anfiteatro
de Bizâncio que, para libertar-se de seu passado,
mandou matar antigas colegas e, para não sofrer as
consequências dessa ordem cruel em outra vida, como
preconiza a lei de causa e efeito, empenhou-se em
suprimir a magnífica Doutrina da Reencarnação.
Ian Stevenson foi o mais notável pesquisador da
reencarnação no séc. XX. Reunindo mais de 2000 casos de
lembranças de vidas passadas, analisou aspectos
psicobiológicos para comprovação da reencarnação.
Segundo Goswami (2005), Stevenson também correlacionou
certas fobias a vidas passadas.
Por fim, vamos ver Emmanuel nos ensinando como nos
libertar da culpa:
A perfeita justiça, porém, nunca se expressa sem a
Perfeita Misericórdia, abre-nos a todos, sem exceção, o
serviço do Bem, que podemos abraçar na altura e na
quantidade que desejarmos, com o recurso infalível de
resgate e reajuste, burilamento e ascensão. Atendamos às
boas obras quanto nos seja possível. Cada migalha de
bem que faças é luz contigo, clareando os que amas. E
assim é porque, de conformidade com as Leis Divinas, o
aperfeiçoamento em nós mesmos depende de nós.
Podemos ver assim que culpa todos nós temos, mas
precisamos nos conscientizar de que estamos nessa vida
como aprendizes no processo de evolução. Viver, amar,
trabalhar, perdoar, estudar, são possibilidades que
todos nós temos para nos libertar da culpa e evoluir
para um ser pleno em busca da felicidade maior.
Por fim, podemos ver que no campo religioso ou
científico a reencarnação ainda é contestada por muitos,
mas ela é uma realidade inquestionável e que responde a
todas as nossas inquietações de vida, explicando o
problema do ser e da dor. A culpa, resultado de nossa
psique muitas vezes desiquilibrada, deve ser banida de
nosso Espírito, pois Deus nos ama e deseja que todos
sejamos felizes. Vamos trabalhar para a nossa
transformação com a eliminação da culpa, bem como todo
sentimento que nos faz sofrer e nos impede de evoluir,
para ver a vida de forma plena dentro de toda a sua
grandiosidade.
Como nos mostra Joanna de Ângelis: ...” não permitas
enfraquecer no ânimo; enquanto te encontras no corpo
físico, reabastece-te nos colóquios com Deus através do
pensamento edificante que podes cultivar em qualquer
situação. Culpa, nunca!”...
Que Jesus continue nos abençoando hoje e sempre.
Referências:
Kardec, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo.
Santos, B. S. Um discurso sobre as ciências.
Texto versão ampliada da Oração de Sapiência proferida
na abertura solene das aulas na Universidade de Coimbra
no ano letivo de 1985/86.
Prophet, E. C. Reencarnação: o elo perdido do
Cristianismo. 6ª. Ed. Nova Era: 2003.
Arribas, C. G. Afinal, o Espiritismo é religião? A
doutrina espírita na formação da diversidade religiosa
brasileira. Dissertação. USP: São Paulo,
2008.
Goswami, A. A física da alma. São Paulo:
Aleph, 2005.
Franco, Divaldo. Rejubila-te em Deus. Espírito
Joanna de Ângelis.