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Divaldo Franco fala ao povo português e é homenageado em
Lisboa |
No dia 21 de julho último, às 21h, em Lisboa, na
Associação União do Comércio e Serviços - depois de
conceder autógrafos por uma hora, recebendo cerca de 300
pessoas desejosas de ouvir o Trator de Deus,
Divaldo Pereira Franco foi agraciado pela Federação
Espírita Portuguesa com uma homenagem através de um
vídeo e entrega de uma placa comemorativa dos 50 anos de
sua atuação em prol divulgação do Espiritismo em
Portugal.
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Ao iniciar a conferência, Divaldo reportou-se à
homenagem recebida e narrou como iniciou seu trabalho de
divulgação espírita, 50 anos atrás, em Portugal, falando
sobre o Espiritismo em locais subterrâneos e escondidos
por causa da ditadura vigente no país naquela época.
“Hoje, salientou o orador, o Espiritismo é respeitado
até mesmo em algumas universidades.”
Voltando para o tema de sua exposição, Divaldo lembrou
que durante o século XVII a ciência e a religião estavam
separadas, cada qual com seus pontos de vista, não
cogitando somarem esforços em favor do bem comum. Mais
tarde, no século XIX o Espiritismo surge para apresentar
os grandes valores da vida, ensinando que a criatura
humana pode ser feliz hoje, não necessitando esperar o
amanhã. Mas a felicidade não é uma linha horizontal e
monótona, é um processo de alegria e sofrimento, que
fazem parte da mesma equação, que é a vida.
Mas qual é o sentido da vida? Assim, perguntaríamos, com
dados científicos, por que a natureza teria gastado
aproximadamente 2 milhões de anos, desde que a primeira
molécula até chegar no biótipo que somos?
Jesus, um homem incomparável –
Sócrates, com seu pensamento ético-estético, e através
de uma cultura ética, e, também, através de Platão,
demonstra como a vida se desenrola no mundo das ideias,
onde o ser humano se originou e onde ele caminha.
Mais tarde, em 12 de fevereiro de 1862, Ernest Renan foi
convidado para dar uma palestra em uma escola de Paris,
na França, na presença das maiores inteligências
europeias da época, e, este eminente homem de letras
começou sua palestra dizendo: - Jesus é um homem
incomparável.
É uma frase simples, se não for analisada em toda a sua
profundidade, explicando que Jesus é um homem como
qualquer um de nós, mas incomparável a qualquer um de
nós. Remove, assim, o caráter "divino" que a religião
Lhe deu. Suas palavras lhe custaram a expulsão da
Sorbonne, mas ainda assim permaneceu na história. Renan
fala de um Jesus humano, mas com um comportamento
excepcional. A partir desse momento Renan escreveu a
obra "A Vida de Jesus" para explicar, filosófica e
antropologicamente, que Jesus existiu e que foi tão
grande que passa através da história deste planeta
dividindo-a em antes do nascimento e depois Dele.
Divaldo explicou que é necessário trabalho e esforço
para ocorrer uma mudança, tornando-se em uma pessoa
melhor. Para exemplificar, Divaldo Franco narrou uma
experiência pessoal que teve lugar este ano durante sua
turnê europeia. Estando durante toda a viagem com os
problemas do nervo ciático, Divaldo lutou, em todas as
suas palestras, para dar o melhor de si mesmo, para
superar e para transmitir a mensagem de Jesus com toda a
energia que lhe foi possível. Para tal, tentou todos os
remédios que as pessoas que conheciam a sua doença lhe
recomendaram.
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O exemplo de Francisco de Assis–
Em algumas oportunidades suas dores foram agravadas
tendo em vista que alguns desses medicamentos não só não
ajudaram sua melhora como lhe agravaram a situação,
chegando um deles a queimar a pele, com consequências
dolorosas pela reação química adversa. Mas ainda assim
ele continuou a turnê, aguardando o retorno para
Salvador, na Bahia, onde passou por uma cirurgia urgente
para aliviar a dor, não para curá-la, pois necessitava
de mais tempo e seus compromissos não o permitiam.
Após o tratamento, muito feliz pela ausência de dor,
Divaldo continuou atendendo aos seus compromissos, mas,
para sua surpresa, com muitos dias fazendo uso de
medicamentos fortes, se originaram outros distúrbios
físicos que continuam a impedi-lo de desempenhar
corretamente as suas obrigações. Finalmente, um dia,
conversando com sua mentora, Divaldo perguntou-lhe sobre
a sua saúde, porque os médicos o aconselharam a parar de
viajar, a parar de pegar coisas pesadas etc.
Joanna de Ângelis, como sempre faz, aconselhou-o a tomar
a decisão por ele mesmo, contudo ela ofereceu-lhe alguns
conselhos, perguntando se ele conhecia a vida de
Francisco de Assis, que, claro, disse conhecer. Sua
mentora, então, disse: - Francisco desencarnou aos 44
anos, cego, com câncer e outras doenças, e no leito de
morte, quando ele estava se despedindo, compôs um belo
cântico à vida. E tu, com 90 anos, tens um corpo que
acusa apenas alguns detalhes que lembram sua longa
existência terrena, aproveita, se quiseres, a
oportunidade que nosso Pai te dá e lembra o Sol de
Assis: querer é poder.
No final da conferência, a gratidão estava estampada nos
rostos de todos os presentes, que dali saíram com a
certeza de poderem ser felizes hoje.
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Nota da Redação:
Fotos: Vitor Féria. Versão para o
português: Paulo Salerno.