Perante os
doentes
O poder da prece está na vontade, nos pensamentos e
sentimentos elevados, e nos propiciará coragem, força
moral, paciência, resignação, e não dispensará o
arrependimento sincero, a reparação necessária e o
retorno às sendas do amor, do bem e das virtudes que
garantem o restabelecimento físico, moral e emocional. A
prece intercessora, a vibração positiva e o pensamento
de bondade representam irradiações de nossas melhores
energias ao necessitado.
É imprescindível que auxiliemos com a bênção da boa
palavra, para que se sintam encorajados à recuperação e
à reabilitação física e espiritual. A todos devemos
oferecer o apaziguamento da alma antes da cura física.
Devemos permanecer em neutralidade dinâmica, entendendo
com carinho e sem absorver o problema do doente,
evitando, ao máximo, aumentar a carga de aflições com
informações indevidas que podem não corresponder à
realidade.
Mediante conversação agradável, devemos saber desviar os
temas que incidem nas queixas, nas lamentações, na
autopunição, demonstrando que o momento de redenção está
chegando, mas que a ação para o êxito depende do próprio
paciente, que deve iniciar o processo de autoterapia.
Para o bom atendimento ao doente, temos de estar
preparados psicológica e doutrinariamente, desenvolvendo
o sentimento de amor, vigiando-nos para evitar qualquer
tipo de envolvimento emocional, jamais esquecendo a
fraternidade gentil e caridosa como recurso hábil na
tarefa a que nos propusemos.
Cada dor suportada com resignação e fé é contribuição
para que novas virtudes possamos conquistar. O doente
resignado dá um passo a mais em sua jornada evolutiva.
Espalhando alegria ao seu redor, incentivando a fé,
estimularemos a coragem e renovaremos a esperança,
dosando consolo e esclarecimento, brandura e energia.
Devemos fugir de declarações extremadas carregadas de
promessas maravilhosas, deixando bem claro que Deus
ajuda incessantemente na medida do esforço e da boa
vontade de cada um, e que nenhuma ação no bem nem
qualquer movimento da alma no sentido da reparação das
dores ficarão sem resposta. Sendo positivos,
estimulantes, influenciamos as pessoas a fazer as
mudanças necessárias à conquista de si mesmas.
Se o Divino Mestre disse: “Vinde a mim todos vós que
estais aflitos e sobrecarregados”, também propôs: “Que
vos ameis uns aos outros”. Isto como a nos dizer: “Se
estiverdes em condição, vinde diretamente a mim pelos
caminhos formosos da oração, mas se vos sobrecarregardes
a ponto de não achardes o caminho emocional da prece,
recorrei ao vosso irmão, pois que, através dele, eu vos
ajudarei”.
Aos enfermos do corpo que padecem sofrimentos atrozes,
ofereçamos um pouco do nosso tempo, lhes fazendo
companhia ou sendo prestativos, procurando
balsamizar-lhes o coração com palavras que lhes possam
servir de consolo.
Aos enfermos da alma, orientemos através dos
ensinamentos de Jesus, que são regras de conduta a serem
seguidas para que vivam melhor, aceitando com humildade
a taça de amarguras que estejam a sorver.
Cada migalha de amor sendo ofertada a um irmão em
sofrimento é ao Mestre que o fazemos. É através do bem
que praticamos, das lágrimas que secamos, dos sorrisos
que podemos devolver e da paz que conseguimos estender,
que nos faremos merecedores das benesses celestiais.
O médico espiritual André Luiz nos ensina como prevenir
doenças:
1.
Guarde o coração em paz à frente de todas as situações e
coisas;
2.
Apoie-se no dever rigorosamente cumprido. Não há
equilíbrio físico sem harmonia espiritual;
3.
Cultive o hábito da oração. A prece é luz na defesa do
corpo e da alma;
4.
Estude sempre. A renovação de ideias favorece a sábia
renovação das células orgânicas;
5.
Evite a cólera. Enraivecer-se é animalizar-se, caindo
nas sombras de baixo nível;
6.
Fuja à maledicência. O lado agitado atinge a quem
revolve;
7.
Use a paciência e o perdão infatigavelmente.
Todos nós temos sido tolerados pela Bondade Divina
milhões de vezes, e conservar o coração no vinagre da
intolerância é provocar a própria queda na morte inútil.
Corações em prece e mãos em serviço.
“Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes
meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” - Jesus (Mt
25:40).
Referências Bibliográficas:
VIEIRA, Waldo – Pelo Espírito de André Luiz. “Conduta
Espírita”. 32ª edição, Brasília, Ed FEB, 2013. Pág.
67-68. Lição 22 - Perante os doentes.
FRANCO, Divaldo Pereira – pelo Espírito Manoel Philomeno
de Miranda. “Atendimento fraterno”. Ed. FEB, Brasília.
Págs. 16, 17, 25 e 80.
ARMOND, Edgard. “Passes e radiações”. 5ª edição, São
Paulo, Ed. Aliança, 2011. Págs. 70, 71, 163.
Temi Mary Faccio Simionato é colaboradora da Assistência
Espiritual do Núcleo Espírita Redenção - São Paulo, SP.