Joias da poesia
contemporânea

Espírito: Antônio Valentim da Costa Magalhães

 

Doce paralítica


(Preito de amor à irmã aprisionada no leito há trinta anos...)

 

Revejo-te a brilhar no fausto de outras eras...

No trono de cetim, sob o dossel de opalas,

Gravas horrendas leis, e o povo, ao proclamá-las,

Deita pranto e suor nas provações severas...

 

Ninfa adulada e loura, em róseas primaveras,

Fragrâncias orientais suavíssimas trescalas,

E contraste, irrisão! Quando surges e falas,

Epopeias de dor em fúria transverberas...

 

Depois de longo tempo, augusta soberana,

Encontrei-te a chorar... Tristonha ruína humana,

Enferma e sem ninguém que te incense ou idolatre!

 

Mas reencarnada, assim, desditosa e esquecida,

Lavaste o coração, purificaste a vida

E fulges qual estrela entre as sombras do catre!

 

Do livro Antologia dos Imortais, obra mediúnica psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita