Entre os Dois
Mundos
(Parte 2)
Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do
livro Entre os Dois Mundos, obra de autoria de
Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P.
Franco no ano de 2004.
Questões preliminares
A. Podemos dizer que a Terra é, em verdade, uma escola e
nela somos todos aprendizes?
Sim. É desse modo que o
autor desta obra conceitua o orbe em que vivemos, um
planeta ricamente dotado de valores inquestionáveis para
a felicidade pessoal e grupal, uma escola bendita, um
ninho de esperança e oficina de crescimento interior,
tanto quanto hospital de almas que se encontram
enfermas, necessitadas por enquanto do ferrete do
sofrimento para melhor entenderem a finalidade da
existência.
(Entre os dois mundos. Capítulo 1: Reminiscências e
reflexões.)
B. Quais são, objetivamente falando, as causas e as
finalidades das chamadas catástrofes naturais?
As catástrofes naturais –
sismos, erupções vulcânicas, tornados, furacões,
incêndios vorazes e chuvas torrenciais – são
decorrentes, conforme o caso, umas da acomodação das
placas tectônicas, outras do chamado efeito estufa, ou
do aquecimento do ar ou da explosão de gases internos
bem como de matéria ígnea. Exercem tais fenômenos uma
função depuradora, ao mesmo tempo em que convidam o
pensamento às considerações em torno da Divina Justiça,
de maneira que não se tornem necessários, para o
refazimento moral das almas comprometidas, os processos
comuns dos desforços humanos de uns contra outros
indivíduos.
(Entre os dois mundos. Capítulo 1: Reminiscências e
reflexões.)
C. Por que o homem da atualidade, apesar do avanço
científico e tecnológico que caracteriza a nossa época,
detém-se em conceitos passadistas e utilitaristas no que
diz respeito aos valores do espírito?
Manoel Philomeno de
Miranda entende, no tocante ao assunto, que parece haver
nos indivíduos que agem assim um latente medo da
verdade, ainda que inconsciente, visto que a verdade
produz inevitável alteração na conduta, modificando
conceitos e paradigmas em que têm sido estruturadas as
suas existências. O atraso moral da Humanidade
provavelmente decorra dessa postura.
(Entre os dois mundos.
Capítulo 1: Reminiscências e reflexões.)
Texto para leitura
27. Reminiscências e reflexões –
Habitualmente,
quando as atividades espirituais lhe permitem e o
zimbório da noite pulsa de astros estrelares, derramando
abençoada luminosidade, e o brilho de Selene em suave
tom de prata veste a Natureza, Manoel Philomeno deixa-se
arrebatar pelas reminiscências terrenas... Uma saudade
mansa, feita de afeto, ternura e gratidão toma-lhe os
sentimentos enquanto as reminiscências terrenas assomam,
levando-o, às vezes, às lágrimas dulcificadoras.
(Entre os dois mundos. Capítulo 1: Reminiscências e
reflexões.)
28. Ele repassa, por meio
do caleidoscópio mágico da memória, as incomuns
experiências que lhe tornaram a caminhada física
favorecida pela alegria e pela esperança de liberdade,
que buscou alcançar sem qualquer conflito ou solução de
continuidade. Diante dos desafios e ressarcimentos
necessários, a confiança decorrente da fé racional,
adquirida no conhecimento do Espiritismo, enrijecia-lhe
o ânimo, vitalizando-o para o prosseguimento, mesmo
quando sob chuva de calhaus e pisando em abrolhos.
(Entre os dois
mundos. Capítulo 1: Reminiscências e reflexões.)
29. Embalado pela
musicalidade superior que perpassa carreada por brisas
perfumadas, sempre retorna às lembranças das lutas
contra as paixões perversas, que o archote do
esclarecimento facultava-lhe superar, saindo dos seus
dédalos escuros e enfermiços.
(Entre os dois mundos.
Capítulo 1: Reminiscências e reflexões.)
30. Quando as emoções o
alcançam ao máximo, o afeto ao querido Planeta
convida-o a envolvê-lo em vibrações de ternura, orando
pelos seus habitantes, especialmente por aqueles que
ainda não tiveram a honra nem a felicidade de inserir
na mente a incomparável proposta da revelação espírita.
(Entre os dois
mundos. Capítulo 1: Reminiscências e reflexões.)
31. Em face dessa
ignorância, são compreensíveis as razões por que
prosseguem iludidos e intoxicados pelos vapores
morbíficos do desequilíbrio, distantes de quaisquer
contribuições imortalistas. É que eles ainda não
despertaram para os valores indiscutíveis da sublimação
dos sentimentos. Assim, equivocados, convertem a
existência numa tormentosa viagem em busca de coisa
nenhuma, em ânsias inquietadoras de prazeres e gozos
anestesiantes, singrando as águas agitadas da fantasia.
(Entre os dois
mundos. Capítulo 1: Reminiscências e reflexões.)
32. Quando, porém,
sacudidos pelas inevitáveis tormentas que sucedem na
travessia do processo evolutivo, sem estrutura moral
para os enfrentamentos, sem motivações seguras para
prosseguirem, deixam-se escorregar na direção do fosso
profundo da revolta e da loucura. Incapazes de discernir
o que lhes acontece, anulam a capacidade de raciocinar e
perdem a oportunidade valiosa, complicando mais ainda
suas angústias e aflições. Desconhecendo o intercâmbio
entre os seres humanos e os espirituais, tornam-se
vítimas espontâneas de mentes perversas ou viciosas que
os exploram em contínuo processo obsessivo.
(Entre os dois mundos.
Capítulo 1: Reminiscências e reflexões.)
33. Tais indivíduos são
dignos de compreensão e merecem nosso melhor carinho,
aguardando o momento em que estejam receptivos ao
esclarecimento espírita, a fim de começarem a viagem do
autodescobrimento.
(Entre os dois mundos.
Capítulo 1: Reminiscências e reflexões.)
34. Em tais ocasiões,
tomado pelas evocações espontâneas, Philomeno diz que
sempre pensa na possibilidade de pedir e suplicar aos
navegantes do corpo físico que amem a Terra, descobrindo
suas potencialidades de inimaginável beleza, passando a
amar-se mais, mediante o aprimoramento moral, de maneira
que lhes seja possível amar também ao próximo, e, por
consequência, a Deus, refletido no cosmo de cada ser,
tanto quanto no universal.
(Entre os dois mundos.
Capítulo 1: Reminiscências e reflexões.)
35. A Terra é planeta
ricamente dotado de valores inquestionáveis para a
felicidade pessoal e grupal. Escola bendita, é ninho de
esperança e oficina de crescimento interior, tanto
quanto hospital de almas que se encontram enfermas,
necessitadas por enquanto do ferrete do sofrimento para
melhor entenderem a finalidade da existência.
Construída pelo inefável Amor do Pai, faz parte das
infinitas moradas espalhadas na Sua Casa e nos é
concedida como colo de mãe, a fim de que possamos
conhecer a vida e conquistá-la mediante o esforço pelo
trabalho e pelas reflexões interiores, ao mesmo tempo
auxiliando-a no crescimento e na transformação que lhe
estão fadados.
(Entre os dois mundos. Capítulo 1: Reminiscências e
reflexões.)
36. Seus amanheceres de
sol e os seus entardeceres de sombra e luz, quando
surgem as primeiras estrelas, são convites à meditação e
à alegria propiciadoras de ventura e espiritualização.
As suas paisagens, portadoras de fascinante estesia, são
musicadas pelas onomatopeias da Natureza sempre em
festa. O majestoso poema de vida, estuante em toda
parte, é invitação permanente à meditação em torno da
realidade, que não pode ficar desconhecida ou empanada
pelas nuvens da ignorância.
(Entre os dois mundos.
Capítulo 1: Reminiscências e reflexões.)
37. Mesmo quando as
catástrofes naturais, em forma de sismos e erupções
vulcânicas, tornados e furacões, incêndios vorazes e
chuvas torrenciais avassalam tudo, em decorrência uns
da acomodação das placas tectônicas, outros como frutos
amargos do efeito estufa, do aquecimento do ar ou da
explosão de gases internos bem como de matéria ígnea,
são espetáculos de incomparável fascínio, que, mesmo
arrebatando corpos, não conseguem ceifar a vida. Exercem
a função depuradora, convidando o pensamento às
considerações em torno da Divina Justiça que encerra
existências comprometidas, de maneira que não se tornem
necessários para o seu refazimento moral os processos
comuns dos desforços humanos de uns contra outros
indivíduos.
(Entre os dois mundos. Capítulo 1: Reminiscências e
reflexões.)
38. Adstritas à Lei natural, essas tragédias
convertem-se em dádivas para a evolução humana, que não
depende exclusivamente de uma existência física, mas de
todo um largo investimento de experiências próprias
para a iluminação íntima de cada ser. Logo, passadas as
forças tiranizantes, tudo se renova, se ajusta aos
padrões da evolução, avançando, o próprio Planeta, para
mundo
de regeneração,
quando as condições geológicas forem propícias à ventura
e ao prolongamento existencial.
(Entre os dois mundos. Capítulo 1: Reminiscências e
reflexões.)
39. O ser humano, embora a inteligência que o conduz a
conquistas fabulosas, não se permitiu a realização
interior nem o entendimento das causas que o geraram,
acomodando-se ao conceito espúrio do acaso
improcedente, por cujo meio evade-se das
responsabilidades para consigo mesmo, o próximo e a
Natureza.
(Entre os dois mundos. Capítulo 1: Reminiscências e
reflexões.)
40. Sua flora, sua fauna, seus minérios extraordinários,
tudo constitui na Terra um conjunto de perfeito
equilíbrio e de programação superior, obedecendo a uma
ordem preestabelecida, que vige soberana. Quando
perturbada, interrompida ou vilipendiada, abre campo
para efeitos semelhantes que se voltam na direção de
quem agiu incorretamente. É necessário, portanto, que
haja na criatura humana o despertamento moral, a fim de
que a Terra seja respeitada pelo menos, quando não
amada, o que constitui um dever impostergável.
(Entre os dois mundos. Capítulo 1: Reminiscências e
reflexões.)
41. Nessa grandiosa epopeia, aquele que ainda não se
entregou a Deus avança triste, desalentado, sem rumo ou
encharcado de excessos pelo desvario que se permite,
despertando, mais tarde, no além-túmulo, arrependido e
tumultuado, ansioso e desiludido. Como, porém, o Amor
de Deus é infinito, recondu-lo ao mesmo proscênio, no
qual se comprometeu lamentavelmente, a fim de que
recomece, reconstitua o programa iluminativo e
reencontre-se, descobrindo o Criador, ínsito nele mesmo.
(Entre os dois mundos. Capítulo 1: Reminiscências e
reflexões.)
42. O homem e a mulher
contemporâneos alcançaram o Cosmos e hoje estudam Marte,
graças aos robôs, um dos quais lhe analisa a
constituição material, na tentativa de encontrar água, o
que significaria nele ter havido ou existir vida,
enquanto o outro se encarrega de tarefas especiais,
fotografando-o e estudando-o, desde há mais de sessenta
milhões de quilômetros de distância do centro de
controle... Ao mesmo tempo o telescópio Hubble envia
fotografias de galáxias jamais concebidas, umas sendo
devoradas pelos buracos negros e outras surgindo da
poeira cósmica.
(Entre os dois mundos. Capítulo 1: Reminiscências e
reflexões.)
43. Embora marchem para a
desativação por problemas técnicos ou desgaste do
material de manutenção, ampliam a compreensão em torno
do Universo e oferecem recursos extraordinários para o
entendimento da sua origem e das possibilidades de vida
em alguma parte, conforme a ainda pobre concepção
humana. (Entre
os dois mundos. Capítulo 1: Reminiscências e reflexões.)
44. Simultaneamente
devassaram o infinitamente pequeno, interpretando a
matéria como energia condensada, o que os leva a
conceituações audaciosas em torno da sua realidade como
ser quântico. No entanto, no que diz respeito aos
valores do espírito, embora as incontáveis confirmações
da sua realidade, obstinadamente detêm-se em conceitos
passadistas e utilitaristas, evitando comprometimentos
profundos e libertadores. Há, mesmo que
inconscientemente, um latente medo da verdade, que
produz alteração profunda na conduta, modificando
conceitos e paradigmas em que têm sido estruturadas as
suas existências.
(Entre os dois mundos.
Capítulo 1: Reminiscências e reflexões.)
45. É muito mais cômodo e
aceitável a permanência nas convenções e conclusões
estabelecidas do que a audácia de nadar contra a
correnteza do que está definido e aceito pelos
interesses que predominam em todos os setores de
atividade. Por isso, é necessário ser grato e generoso
para com o Planeta, contribuindo para a sua finalidade
superior, que transcende a imensa massa de que se
constitui.
(Entre os dois mundos. Capítulo 1: Reminiscências e
reflexões.)
46. Foi assim, numa dessas
noites inexcedíveis de reminiscências e reflexões, que
Manoel Philomeno retornou à realidade, quando dele se
acercou o venerando amigo José Petitinga, amado
companheiro de lide espírita na Terra, convidando-o para
participar de um encontro com nobre visitante que
deveria proferir uma palestra especial , dentro de
alguns minutos, no Departamento de Cultura e de
Realizações Espirituais, na esfera em que eles se
encontravam.
(Entre os dois mundos. Capítulo 1: Reminiscências e
reflexões.)
47. Felicitado pela
convocação e pela presença do nobre amigo, Manoel
Philomeno dirigiu-se com o amigo ao amplo auditório onde
sempre eles se reuniam para os cometimentos dessa
natureza. (Entre
os dois mundos. Capítulo 1: Reminiscências e reflexões.)