O Espiritismo responde

por Astolfo O. de Oliveira Filho

Em mensagem publicada na seção de Cartas desta edição, o leitor Domingos Antero da Silva, de Limeira (SP), pergunta-nos: 

 

"Várias vezes visitei com Emmanuel e André Luiz as regiões do Umbral... Não vi por lá uma criança sequer, mas pude observar muitos pais que se responsabilizaram pela queda dos filhos – mais pais do que mães!..."

Lendo a colocação acima, feita por Chico Xavier, vem a mim a pergunta: O que ocorre então com os espíritos que se desencarnam crianças e que têm expiações e resgates de vidas anteriores? Ou será que todos aqueles que se desencarnam crianças é porque vieram na encarnação sem ter o que expiar ou resgatar?! Ou será que o espírito que tem resgates logo que se desencarna nunca fica no estado infantil? O que vocês da Revista O Consolador têm a ensinar sobre este aspecto?


O assunto contido na mensagem acima já foi objeto nesta revista de duas matérias publicadas na seção O Espiritismo responde das edições 262 e 449.

Quando o médium Chico Xavier diz que não viu nas regiões umbralinas nenhuma criança, ele se refere, evidentemente, às regiões de sofrimento onde, conforme vemos na literatura mediúnica, é farta a referência a adultos em situação aflitiva.

Ele não quis, contudo, dizer que nas cidades situadas em esferas próximas da Terra não existam Espíritos em forma infantil à espera de uma nova existência corpórea. Afinal, a colônia “Nosso Lar” situa-se, como sabemos, em pleno Umbral, como é dito no livro Cidade no Além, de autoria de Heigorina Cunha, com prefácio de André Luiz (Espírito).

De fato, são inúmeras as obras que falam da existência de crianças e de escolas no plano espiritual em que elas se preparam para as experiências que virão.

Eis uma lista dessas obras:

 

Revista Espírita de janeiro de 1859

Entre a Terra e o Céu, de André Luiz, obra psicografada por Chico Xavier

Voltei, de Irmão Jacob, obra psicografada por Chico Xavier

A vida no outro mundo, de Cairbar Schutel

Cânticos do Coração (vol. II), de Yvonne A. Pereira

Mensagem do Pequeno Morto, de Neio Lúcio, obra psicografada por Chico Xavier

Escola no Além, de Cláudia Pinheiro Galasse, obra psicografada por Chico Xavier

Crianças no Além, de Marcos, obra psicografada por Chico Xavier

Resgate e Amor, de Tiaminho, obra psicografada por Chico Xavier.

 

Com respeito às outras indagações feitas pelo leitor, nada resume melhor o assunto do que este texto extraído do livro Entre a Terra e o Céu, escrito por André Luiz:


“A criança desencarnada retoma de imediato sua personalidade de adulto? Em muitas ocasiões, é o que acontece. Segundo Blandina, quando o Espírito já alcançou elevada classe evolutiva, assumindo o comando mental de si mesmo, adquire o poder de facilmente desprender-se das imposições da forma, superando as dificuldades da desencarnação prematura. Diz ela que muitos renascem na Terra por brevíssimo prazo, simplesmente com o objetivo de acordar corações queridos para a aquisição de valores morais, recobrando, logo após a desencarnação, a apresentação que lhes é costumeira. Para a grande maioria das crianças desencarnadas o caminho não é, contudo, o mesmo. Almas ainda encarceradas no automatismo inconsciente, acham-se relativamente longe do autogoverno e são conduzidas pela Natureza, à maneira das criancinhas no colo materno. Não sabendo desatar os laços que as aprisionam aos rígidos princípios que orientam o mundo das formas, exigem tempo para se renovarem no justo desenvolvimento. É por isso que não podemos prescindir dos períodos de recuperação para quem se afasta do corpo denso, na fase infantil, uma vez que, depois do conflito biológico da reencarnação ou da desencarnação, para quantos se acham nos primeiros degraus da conquista de poder mental, o tempo deve funcionar como elemento indispensável de restauração. E a variação desse tempo dependerá da aplicação pessoal do aprendiz à aquisição de luz interior, através do próprio aprimoramento moral.” (Obra citada, cap. X, pp. 64 e 65.)

  
 


 
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