Fraternidade
sempre
Há alguns dias, conversávamos com uma senhora
sexagenária, que nos deu uma bela informação de
solidariedade. Disse-nos ela que tinha acabado de voltar
dos Estados Unidos, onde ficara por duas semanas. A
maioria de seus filhos mora lá há 17 anos. Um dos filhos
voltou para o Brasil há dez anos, porque ficou com
saudades daqui. Os outros querem permanecer por lá.
Ela nos contou um fato que nos deixou emocionada.
Elogiou muito o povo de lá, disse que a maioria os
desconhece, e do que são capazes de fazer, quando
descobrem que alguém está doente e necessitado de
auxílio. Vemos o que nos é ofertado pelos jornais, uma
nação rica, poderosa com capacidade de interferir em
outras, se o desejar. Nessa época, o sistema de saúde
era pago, havíamos sido informada por brasileiros
moradores de lá que vieram para cá que o atendimento é
maravilhoso, mas que você recebe a conta e paga, centavo
por centavo, dividido até em muitos anos, de acordo com
sua capacidade de pagar, mas paga. Essa era a ideia que
tínhamos.
Fomos surpreendida com a história. Disse-nos ela que a
sua nora, grávida lá, descobriu um câncer no intestino.
Ela nos apresentou seu neto, de dez anos. Quando
voltaram para o Brasil, ele contava com um ano e meio de
idade. Foi salvo, com o tratamento realizado, junto com
a nora. Ela estava grávida dele. Seu filho morava com
ela, numa ilha perto de Boston. Quando descobriram o
câncer, ela tinha que se submeter à quimioterapia. Para
irem ao hospital seria necessário barco, o sistema de
ferryboat. Segundo essa senhora, no dia do tratamento, o
governo enviava um avião para buscá-los, sem nada
pagarem. Buscavam e levavam de volta, após o tratamento.
Nunca cobraram isso. O mais impressionante, na opinião
dela, não foi isso; foi a atitude do povo da ilha, ao
saber que a nora dela estava com câncer. Quando eles
voltavam, após o tratamento, na porta da casa deles, do
lado de fora, havia dezenas de sacolas, com mantimentos,
verduras, carne, frutas, enfim, o que eles precisariam
para passar a semana toda. Ninguém roubava, era para
eles, na hora de necessidade. Quem ofertava? Os
moradores, anônimos. O tratamento teve sucesso, salvaram
a nora e aquele neto, agora com dez anos. Disse essa
senhora que nunca cobraram nada, que ela ficou
encantada. O quarto do hospital parecia uma casa, de tão
grande, aberto para visitas a qualquer momento.
Ficamos emocionada com o caso, pois pouco sabemos do
lado bom e gentil desse povo americano. Estamos
acostumados com o brasileiro bom e amoroso. Há poucos
dias recebemos uma informação de uma pesquisa feita pela
rede CNN a nível mundial que o brasileiro foi escolhido
o melhor do planeta, pela população do mundo. Em segundo
lugar, Cingapura.
Com todos os problemas que enfrentamos, de pobreza, de
economia falida, de corrupção, de crimes, o brasileiro
foi escolhido o melhor do mundo! Sabíamos disso, o povo
brasileiro é generoso e bom. O Brasil será um dia um
país onde todos serão respeitados pela moralidade de
seus habitantes, que em situações de dor vão aprender a
valorizar a honestidade, a honra, porque generosidade
aqui existe.
Vale a pena, no entanto, aprender o que é bom com os
outros, e essa ação dos americanos na ilha é uma boa
lição de amor para todos nós. O amor deve ser vivenciado
todos os dias. Na alegria ou na dor, ele é o ensinamento
maior do nosso Senhor Jesus, o Mestre a quem amamos. O
Espiritismo é sua bandeira de luz para todos nós.
Caridade, Fraternidade, Tolerância, na bandeira
espírita, simboliza que devemos estender mãos generosas
para todos, sempre.
Empatia, perceber a dor do outro, amar mais uns aos
outros é o que devemos buscar fazer. “Os meus discípulos
serão conhecidos pelo amor que se dedicarem uns aos
outros”, afirmou Jesus. O amor cresce na Terra em todas
as nações. Um dia, a humanidade transformada, com amor,
se lembrará da fase infantil de seus habitantes, quando
o mundo ainda não era solidário.
A fraternidade reinará entre todos. Estamos progredindo.
A reencarnação nos favorece para que em cada
oportunidade de vida na Terra nos tornemos melhores do
que somos. Aproveitemos a oportunidade agora e
aprendamos a ser melhores.