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por Elsa Rossi

 

Suicídio em terras britânicas e a visão do Espírito imortal


Os números são assustadores. Universidades se unem a instituições caritativas do Reino Unido para buscar uma solução para o crescente número, considerado alarmante, de jovens e mesmo crianças que buscam livrar-se de seus problemas, pelas portas do suicídio.

Sempre que possível, a nossa BUSS busca somar esforços no apoio em algum projeto ou algo que possa beneficiar a comunidade. Desde setembro de 2016 acontecem, a cada quatro meses, reuniões na sede da BUSS com os responsáveis pela Alliance For Childhood (AFC) no Reino Unido. Essa instituição se desenvolveu muito bem no Brasil, Estados Unidos, Bélgica e UK. O objetivo é dar condições de a criança ser criança em ambientes saudáveis, que possibilitem interação com suas famílias, escolas, comunidades, enfim, que a criança possa ter mais diálogo com os adultos. Soma-se aos demais órgãos de UK que estão também neste processo, a AFC, onde sempre é chamada a participar de reuniões, trazendo o cuidado e alerta nos planejamentos de construções residenciais/comerciais nas cidades, roubando o espaço do verde, destruindo os locais de brincadeiras, lazer, pátios, playgrounds e transformando em construções frias, concreto, distanciando o lazer das pequenas vidas, sem levar em conta que a vida se desenvolve e as crianças estão a cada dia perdendo espaços para os videogames em ambientes fechados sob luz artificial, sem diálogo, sem respirar o ar que já não se pode dizer que é puro, do lado de fora de suas casas.

Em nossa última reunião de planejamento com a AFC (Alliance For Childhood) visando ao bem-estar no lazer para a criança, coordenado por Marion Briggs, um assunto da pauta chamou-me a atenção. Falamos em um fórum para ouvir os jovens, dar oportunidade a esses jovens que venham a falar sobre o que os aflige, ganhar suas confianças, e tentar minimizar ao máximo os medos internos de cada um. É muito sério o suicídio por causa de bullying. Uma das colaboradoras que estavam presentes é a Emma Stow, cujo texto na última AFC Newsletter encantou-me. Parte de seu artigo transcrevo nesta crônica que se converte neste momento num assunto que bate à porta de todas as famílias, ricas ou pobres, seja em qualquer ponto das terras de além-mar. Além disso em reunião com Emma, ela insiste em que os jovens precisam de ajuda da espiritualidade. Sei por experiência própria que esse assunto não pode entrar em nenhuma terapia, da parte do dialogador, do facilitador, haja vista o respeito à não aceitação da palavra religião. Aceita-se a palavra “Spirituality” mas não se fala em “Religion”. Eu tenho comigo que se os terapeutas e médicos psiquiatras do mundo não se dissociassem do terapeuta Jesus, o avanço nos assuntos de esquizofrenia, suicídio, entre outros, seria muito grande e em tempo recorde, e não seriam os pacientes entorpecidos com tantos medicamentos psiquiátricos que causam às vezes mais dano do que ajudam, sobretudo nos casos de obsessão, isto é, mente influenciando mente. Considero a proposta de Emma Stow um tanto espiritual camuflada, em ouvir o jovem, dialogar, dar o atendimento espiritual de que precisa, sem que o jovem perceba. Buscar espaços de lazer e diálogo, montar e treinar essas pessoas totalmente fora de qualquer influência religiosa é um passo muito importante neste país.

“... Este é um chamado poderoso para ouvir jovens e para atender às suas necessidades no momento crucial de transição para a idade adulta. Inspiring Youth ou A Juventude Inspiradora concentra-se na busca de explorar caminhos para introduzir uma nova maneira cultural onde as nossas crianças e jovens sejam ouvidos. Onde a base de tudo seja saudável, emocional, e espiritualmente seja priorizada, onde os jovens possam conhecer seus próprios recursos internos para dar um passo com confiança em um mundo onde sua voz e a sua visão de mundo são necessárias para guiar-nos através das mudanças planetárias com as quais nos enfrentamos, entendendo-os um pouco melhor. Apoiar os jovens para que eles possam ter seus lugares assegurados, serem ouvidos de fato, são partes essenciais nestas mudanças no mundo em transição...”

Uma gota de água no oceano é uma gota de água. Pensar na criança com amor, em seu futuro, pensar no jovem e que se possa atendê-lo com espiritualidade será um projeto que eu gostaria de acompanhar e dele trazer, aos leitores, seu desenvolvimento e aplicação.

 

Elsa Rossi, radicada em Londres, é membro da Comissão Executiva do Conselho Espírita Internacional (CEI) e coordenadora do CEI para a Ásia e Oceania.

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita