Poliamor: o que
diz o
Espiritismo
Conversava com um amigo ainda pouco e falávamos sobre a
questão do poliamor que anda em voga. O poliamor é
quando você mantém relacionamento íntimo com duas ou
mais pessoas de modo consensual, transparente, ético e
não monogâmico.
Os defensores da ideia dizem que o poliamor não é apenas
um relacionamento aberto, que permite a um parceiro
envolver-se sexualmente com outra pessoa fora do
quadrado da relação, mas, sim, algo mais amplo, e que
abrange ligações emocionais mais fortes e duradouras com
duas ou mais pessoas.
Há muitos países em que os indivíduos já adotam o
poliamor, tais como: Estados Unidos, Reino Unido e,
também, o Brasil. Aliás, em nossas terras já há até
jurisprudência que reconhece o poliamor como relação
amorosa.
Diante de tanta diversidade de costumes que são
estabelecidos pelas pessoas, cabe a todos exercitarem a
reflexão.
Seria o poliamor um avanço na marcha da humanidade?
Vejamos:
Suponha-se que estabelecer relações duradouras e
emocionais mais fortes faça o indivíduo desenvolver
pelas pessoas que estão naquela relação poliamorosa, que
pode ser composta por duas ou três pessoas, uma cidade,
um estado ou um país inteiro, o amor denominado pelos
gregos de Ágape. Ou seja, o amor incondicional, que se
entrega, que tudo faz, tudo suporta e trabalha
incessantemente pela felicidade de todos os membros.
Caso desenvolver o amor Ágape por essas pessoas, e tão
somente ele seja designado como o poliamor, há de
entender que, quanto mais gente houver nas minhas
relações, melhor.
Significa que minha capacidade de amar, doar, servir é
estupenda e engloba uma infinidade de pessoas.
Suponha-se, todavia, que estabelecer relações duradouras
e emocionais mais fortes faça o indivíduo exercitar o
seu amor mais erótico, sensual, o amor que os gregos
denominam de Eros.
Soa poético. Todos se amam e relacionam-se na mais
absoluta paz e harmonia.
Cabeças boas, nada de cíume, cobranças ou coisas do
gênero. Se a Patrícia estiver de mau humor hoje, ou de
TPM, eu busco a Clara. Mas caso a Clara esteja com o
Maurício, aí não tem jeito, terei que ficar sozinho
mesmo ou, então, buscar outro alguém para colocar nessas
relações poliamorosas.
E o Espiritismo, tratou do poliamor?
Não com esse nome, mas tratou do tema poligamia e
monogamia.
Então, o que dizem os Espíritos acerca deste tema?
Eles conversam com Kardec sobre isso nas questões 700 e
701 de O livro dos Espíritos. Informam que a monogamia
marca um progresso na marcha da humanidade.
Na poligamia há apenas sensualidade, ou como dizem os
gregos, o amor Eros. O que não é um mal. O amor Eros, ou
seja, o desejo é natural existir em nós. Todavia, dizem
os Espíritos que aquele que sabe limitar seus desejos
poupa-se de muitas decepções desta vida. Logo, lícito
desejar, mas importante, para meu próprio equilíbrio,
limitar os meus desejos, inclusive no campo sexual e de
quantidade de parceiros.
Mas na monogamia, na construção de uma família e no
cumprimento do dever de respeitar, inclusive, o corpo do
cônjuge, pois pode-se, a partir de relações sexuais,
contrair e espalhar doenças, está o grande sabor de amar
alguém, amor aqui no sentido Eros, no sentido erótico. É
na monogamia que se encontra a possibilidade de refrear
os institntos primitivos que propunham ao homem a cópula
indiscriminada e realizada com todos, sem distinção.
Mas, então, e o poliamor?
Pois sim, o poliamor, se exercitado no sentido de amor
Ágape e monogâmico, que serve, colabora e tudo faz pela
felicidade de todos, vale para o ditado: quanto mais,
melhor. Enfim, quanto mais gente, melhor.
Mas o amor Eros, o amor desejo, este é recomendável
guardar apenas para uma pessoa, ou seja, um amor
monogâmico, como ensinam os Espíritos.