Entre os Dois
Mundos
(Parte 4)
Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial
do livro Entre os Dois Mundos, obra de autoria
de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por
Divaldo P. Franco no ano de 2004.
Questões preliminares
A. É verdade que, em sua fala aos trabalhadores,
Policarpo fez grave crítica ao comportamento das
religiões ditas cristãs?
Sim. Segundo ele, as
doutrinas que se derivaram do pensamento do Mestre, nas
suas variadas denominações, comportam-se presas aos
interesses das aparências e aos compromissos materiais,
quase que indiferentes aos objetivos essenciais de
iluminação das consciências, a que se destina a mensagem
libertadora. O dinheiro exerce fascínio nos seus altares
e palcos de exibição das misérias orgânicas, emocionais
e espirituais dos seus fiéis, apresentando espetáculos
esdrúxulos, de forma que atraiam desatentos e ansiosos
pelo poder, pela solução dos problemas externos, sem
respeito pela criatura humana em si mesma. (Entre
os dois mundos. Capítulo 3: A mensagem de convocação.)
B. Quanto aos devotos que buscam atualmente os templos
religiosos, que disse Policarpo?
Ele mencionou que os
templos encontram-se abarrotados de devotos aparentes,
em negociações incessantes em favor do bezerro de ouro
cultuado no século, deixando à margem a responsabilidade
e o dever para consigo mesmo, para com o próximo e para
com Deus, embora o Seu Nome seja enunciado a cada
momento, numa atordoante competição com o de Satanás.(Entre
os dois mundos. Capítulo 3: A mensagem de convocação.)
C. Com vistas à preparação do nosso orbe, a caminho da
regeneração, que providências a espiritualidade vem
tomando?
Diz Policarpo que de
diferentes esferas próximas do orbe, a cada momento,
mergulham nas sombras do mundo físico missionários da
Ciência e da Tecnologia, do Pensamento e das Artes, da
Fé religiosa e da Caridade, a fim de modificarem a
sociedade, com a finalidade de instaurar, ainda neste
século, o período da beleza, da religiosidade, da
cultura plenificadora, da harmonia. (Entre
os dois mundos. Capítulo 3: A mensagem de convocação.)
Texto para leitura
54. A mensagem de convocação– No
clima de alta espiritualidade em que todos se
encontravam, o público foi tomado de incontida alegria
quando assomou, da parte posterior do cenáculo
deslumbrante, Policarpo, o venerando mensageiro. Usando
a tribuna, ressumando beleza e visivelmente comovido,
ele saudou a todos: – Eu vos desejo a paz incomparável
de Jesus de Nazaré! (Entre
os dois mundos. Capítulo 3: A mensagem de convocação.)
55. O orador, em seguida, falou:
– Vivemos, na Terra e nas esferas espirituais que a
circundam, o momento histórico aguardado por todos
aqueles que estamos vinculados ao Consolador prometido
por Jesus. Cumprindo a tarefa para a qual veio ao
Planeta – atualizar os ensinos do Mestre, repetir-lhe
as lições, dizer coisas novas que no Seu tempo não
seriam compreendidas – expande-se como formosa primavera
de bênçãos após invernia calamitosa e antes do verão
devastador.
Avançando com o ritmo do conhecimento nas mais diversas
áreas, predispõe-se a enfrentar as rudes batalhas que se
multiplicarão destruidoras.
Como se pode observar, a criatura humana aturde-se no
torvelinho da matéria, em face da loucura que toma as
massas e envilece os espíritos.
Tresvariadas, a Ética e a
Moral são substituídas por novos códigos de conduta, que
se atêm ao gozo extenuante e ao prazer fugaz.
Sucedem-se os volumosos caudais de existências
arrebatadas pela ilusão, numa volúpia de imediatismo
corporal, como se a vida estivesse apenas reduzida ao
fenômeno orgânico. (Entre
os dois mundos. Capítulo 3: A mensagem de convocação.)
56. Policarpo calou-se, por um momento, a fim de
facultar ao público a absorção plena dos conceitos
enunciados, dando prosseguimento:
– As doutrinas que se derivaram do pensamento do Mestre
que viveu todos os ensinos que transmitiu, nas suas
variadas denominações, comportam-se presas aos
interesses das aparências e aos compromissos materiais,
quase que indiferentes aos objetivos essenciais de
iluminação das consciências, a que se destina a mensagem
libertadora. O dinheiro exerce fascínio nos seus altares
e palcos de exibição das misérias orgânicas, emocionais
e espirituais dos seus fiéis, apresentando espetáculos
esdrúxulos, de forma que atraiam desatentos e ansiosos
pelo poder, pela solução dos problemas externos, sem
respeito pela criatura humana em si mesma. Nenhuma
consideração demonstram pela miséria, distanciando-se da
caridade e do amor aos infelizes, deles utilizando-se
apenas para exibir as caricatas demonstrações
milagreiras, sem sentido, nem finalidade.
Os templos religiosos da Terra encontram-se abarrotados
de devotos aparentes, em negociações incessantes em
favor do bezerro de ouro cultuado no século, deixando à
margem a responsabilidade e o dever para consigo mesmo,
para com o próximo e para com Deus, embora o Seu Nome
seja enunciado a cada momento, numa atordoante
competição com o de Satanás.
Um olvido proposital a respeito das graves
problemáticas humanas abre espaço para a manutenção da
frivolidade e do bem-estar existencial, sob o empenho
do valioso patrimônio espiritual.
A intoxicação mental pelos vapores dos vícios arrasta
milhões de incautos aos porões da angústia e da
depressão, da ansiedade e da rebeldia, enquanto outros,
alucinados, envolvem-se em crimes hediondos, legalizados
pelas guerras oficiais, ou marginalizados pelas
legislações igualmente incapazes de detê-los ou, pelo
menos, de evitá-los.
Há uma sensação de horror
na Terra, que sensibiliza os céus... (Entre
os dois mundos. Capítulo 3: A mensagem de convocação.)
57. O orador novamente silenciou, percorrendo o imenso
auditório com os olhos brilhantes de emoção, dando
continuidade:
– Pais, desolados ou enfurecidos, assassinam filhos
toxicômanos ou estes trucidam genitores e familiares
outros, consumidos pelos monstros da drogadição.
O sexo desvairado é o novo deus, o Moloch (deus dos
Amonitas) ressuscitado, que arrebata e consome ao som
estridente das músicas primitivas e dos embalos
furiosos, tornando os seus fanáticos vítimas de si
mesmos até quando se deixam devorar pela morte, obscura
ou nos espetáculos aberrantes.
Corpos bem delineados sob os impositivos da herança
genética ou trabalhados por ginásticas severas, dietas
rigorosas, anabolizantes e implementos artificiais em
favor da estética, tornaram-se a nova religião, o seu
culto, o altar da nova mentalidade, sob o terrível
flagelo do medo da decadência, da degradação orgânica,
das enfermidades inevitáveis e da velhice implacável. O
esforço hercúleo para manter a juventude que se esfuma,
desgasta as emoções que se comburem no extenuante anelo
de preservá-la indefinidamente... Trata-se de
verdadeiro transtorno psicológico, que pretende ignorar
as inexoráveis leis da vida e dos fenômenos biológicos.
Um grande número desses aficionados do corpo e do prazer
diz-se cristão, cataloga-se em diferentes grupos
religiosos que se derivaram do Cristianismo primitivo,
sem responsabilidade nem respeito pela fé que dizem
esposar.
Seria de perguntar-se: que foi feito de Jesus? Em que
contexto Ele se encontra inserido? Qual o significado da
Sua mensagem para esses equivocados?
Obreiros partem diariamente da espiritualidade comprometidos
com a renovação da Humanidade e com a tarefa
libertadora de vidas. Bem equipados, reencarnam sob
vigilante e amorosa custódia dos seus guias espirituais,
todavia, passado o período inicial do anonimato e das
lutas necessárias, assim que se destacam no proscênio
humano, entorpecem as lembranças e acompanham a caravana
de desassisados, fugindo aos deveres assumidos e
propondo esfuziante alegria, prazer, e...
irresponsabilidade!
Momento muito grave é este que toma conta dos homens e
das mulheres terrestres.
Em face da transição programada para o Planeta,
anunciando a Nova Era, vêm renascendo em corpos belos
espíritos primitivos que estiveram retidos por séculos
em regiões de sofrimento, a fim de que não retardassem
o progresso geral, para que, na atualidade, avancem e
tenham chance de iluminar-se. Ao mesmo tempo, constituem
prova para aqueloutros que se encontram em nível moral
mais elevado que, desse modo, são convocados a ajudá-los
no crescimento interior e no desenvolvimento dos valores
adormecidos.
Nada obstante, estão impondo-se, repetindo as tribos de
onde procedem, praticando o canibalismo, ferindo-se e
adornando-se de objetos dilaceradores, de forma que
demonstrem o primitivismo que neles vige, ao tempo em
que se comprazem em chocar a cultura e os hábitos sadios
que desconsideram, preferindo o descaso e o cinismo em
que se demoram, em lamentável promiscuidade e
desrespeito pela vida. Com esse comportamento provocam o
confronto entre o ético e o banal, o saudável e o
sórdido, o promocional e o rebaixamento.
Dores acerbas são acumuladas, em consequência, sobre os
próprios destinos que escrevem com insensatez e
crueldade, ameaçando a sociedade com o caos em que se
alegrariam mergulhar.
Apesar disso, o Mestre vigilante tem programada a
renovação geral e, para tanto, espera que todos aqueles
que O amamos, candidatemo-nos à ação edificante com
objetivos socorristas, educativos, libertadores desses
irmãos deambulantes no corpo físico.
A fim de que nosso esforço seja considerado e aceito por
eles, torna-se-nos necessário repetir o período do
martírio, por cuja demonstração de amor, à semelhança do
que aconteceu no passado, possamos sensibilizá-los,
arrancando-os da frieza emocional e da perversidade,
despertando-os para a compreensão de outros valores mais
significativos.
Como não mais existem as terríveis injunções políticas
e religiosas do ontem, serão o sacrifício pessoal e a
renúncia aos encantadores recursos da mentira e da
fantasia, a compaixão e a paciência, a ação de
misericórdia e a pulcra fraternidade, que os
sensibilizarão, arrebatando-os do vazio existencial em
que estorcegam para se deixarem preencher pelo amor,
iniciando a recuperação moral.
De diferentes esferas
próximas do orbe, a cada momento, repetimos, mergulham
nas sombras do mundo físico missionários da Ciência e
da Tecnologia, do Pensamento e das Artes, da Fé
religiosa e da Caridade, a fim de modificarem a
sociedade, instaurando, ainda neste século, o período
da beleza, da religiosidade, da cultura plenificadora,
da harmonia. Entrementes, a fim de que logrem êxito no
cometimento audacioso, aqueles que permanecermos em
nossos núcleos de atividades espirituais, deveremos
formar grupos de assistência e de apoio, auxiliando-os
nos combates que travarão com os inimigos do progresso,
reencarnados ou despidos da organização fisiológica. (Entre
os dois mundos. Capítulo 3: A mensagem de convocação.)
58. Utilizando-se do
proposital silêncio que fez, Manoel Philomeno percorreu
o auditório imenso com os olhos úmidos pelas lágrimas e
constatou que todos ali eram voluntários naturais para a
delicada e gigantesca tarefa, qual seja, a de cooperar
com os apóstolos do Evangelho, que deverão acender as
luzes da felicidade na imensa noite terrestre. (Entre
os dois mundos. Capítulo 3: A mensagem de convocação.)
59. Captando o pensamento geral de anuência, o nobre
Policarpo adiu:
– Quem ama Jesus não conhece barreiras impeditivas,
ignora desafios perturbadores e está sempre a postos
para servi-lo.
Neste mesmo momento, em outras comunidades espirituais
próximas, ouve-se idêntico apelo apresentado por antigos
mártires da fé cristã, que se propõem retornar ao mundo
físico, a fim de novamente imolar-se pelo Amor não
amado.
Irmãos queridos: não hesitemos em amar, nem nos
escusemos de servir. Os corações da Terra, que oram
afervorados, rogando ao Pai pelo Seu amparo, necessitam
de nós, convocados para o ministério da construção do Reino
de Deus.
Ao primeiro ensejo serão organizadas equipes
socorristas de emergência, aumentando os contingentes
daqueles que já operam em nome de Deus sob a tutela de
Jesus.
Escutai o coração e oferecei-vos aos novos holocaustos
pela fé sublime que se sustenta nas bases da razão e do
sentimento de amor. Que Jesus nos abençoe as tentativas
de servir e dê-nos Sua paz! (Entre
os dois mundos. Capítulo 3: A mensagem de convocação.)
60. Ao calar-se, ergueu-se o coro de vozes angélicas e
as dúlcidas melodias transformaram-se em vibrações de
luz cambiante em cores diferentes, que se tornavam
tônico revigorante penetrando-nos o espírito. O
silêncio não foi interrompido, senão quando o mestre de
cerimônia liberou os presentes, facultando aos
interessados acercar-se do Amigo de Jesus. (Entre
os dois mundos. Capítulo 3: A mensagem de convocação.) (Continua
no próximo número.)