João, o Maestro
– Genialidade,
Superação e
Paixão
O filme em exibição “João, O Maestro” (*)
é um longa-metragem biográfico brasileiro
baseado na carreira como pianista do maestro João
Carlos Martins,
com direção e roteiro de Mauro
Lima.
Retrata a vida de João Carlos Martins, nascido em São Paulo, em 1940,
um prodígio do piano de fama
internacional especialmente pelas suas gravações das
obras de Johann Sebastian Bach.
Jovem genial, se destaca nos Estados Unidos, onde sofreu
um pequeno acidente em jogo de futebol com amigos no
Central Park, em Nova York, comprometendo a inervação de
seu braço direito. Retorna ao piano, mas passa depois um
período fora do meio artístico. Sua paixão pelo piano
faz com que retorne aos concertos, usando
apenas uma das mãos. Gravou toda a obra de Bach. Um
segundo acidente, durante um assalto na Bulgária, retira
os movimentos da mão direita e, como sequela,
desenvolveu no membro superior saudável, o esquerdo, uma
doença
neurológica. O pianista João Carlos Martins lutou e se
reinventou.
Tornou-se prestigiado maestro e empreendeu notável
trabalho de apoio à educação musical e estímulo aos
talentos de jovens, e, contando com o apoio do
empresariado paulista, criou orquestras com tais jovens,
originando a
Bachiana Filarmônica SESI-SP.
Em entrevista à TV, João Carlos Martins relatou também
que ao buscar recursos para a superação dos problemas na
mão direita, teria procurado um médium “pai de santo”.
Este informou-o que não se preocupasse, porque mais à
frente esta mão ficaria igual à esquerda. Ao relatar o
episódio na entrevista, o músico sorriu porque não
imaginaria que, após um segundo acidente, ocorreria o
comprometimento da mão esquerda. Ou seja, as duas
ficaram lesadas!
Destacamos que a informação de ordem espiritual foi
autêntica!
Alguns lances de precocidade da infância de João Carlos
Martins de conhecimento e desenvoltura musical
praticamente inatos são sugestivos de experiência de
vidas anteriores. A criança e depois o jovem pianista
seguem vertiginosa carreira de reconhecimento
internacional.
Os repetidos acidentes comprometendo gradualmente os
dois membros superiores – justamente num pianista de
grande valor e de renome internacional – poderiam ter
encerrado sua carreira artística. No entanto, João
Carlos Martins lutou em cada etapa, tendo acesso a
sofisticados tratamentos, conseguindo soluções viáveis
para suas mãos. Mesmo com limites sérios, insistiu nos
concertos de piano. Quando praticamente não pôde contar
mais com os dedos, optou pela atuação como maestro.
Consideramos que o genial João Carlos Martins deu
mostras eloquentes de grande força de espírito e de
superação de inúmeros problemas. Como maestro, dedica-se
a meritório trabalho social, propiciando educação
artística a crianças e jovens e até constituindo
valorosa e reconhecida orquestra com eles.
Essa atuação nos chama atenção porque a genialidade,
aliada com os nobres esforços de superação, se
direcionou para o bem praticado junto à sociedade. A
somatória do belo com o bem, como expressões de uma
paixão bem direcionada, demonstram amor ao próximo!
(*) Lançado em agosto de 2017.
O autor é ex-presidente da USE-SP e da Federação
Espírita Brasileira.