Desigualdades
Talvez você mesmo já tenha pensado por que uns
nascem aleijados e outros com saúde, uns nascem
inteligentes e outros com problemas mentais, uns
pobres e outros ricos? Por que tantas desigualdades?
Não parece ser isso uma enorme injustiça?
Estas perguntas têm feito parte do pensamento do
homem há muito tempo, sem, contudo, achar uma
explicação satisfatória.
Enquanto a humanidade sofre diariamente seus efeitos
dolorosos, parece que os espíritas acharam uma
explicação satisfatória para todas elas.
A SOLUÇÃO DO ESPIRITISMO.
Para o Espiritismo todas as mazelas e vicissitudes
da vida encontram a explicação em uma só palavra:
REENCARNAÇÃO.
As perguntas acima já levaram muitas pessoas à
Doutrina Espírita. Diversos indivíduos já
ingressaram na Doutrina Codificada por Kardec, por
julgarem a resposta espírita a mais satisfatória de
todas.
De fato, para os espiritistas, tudo funciona segundo
uma lei, a lei de causa e efeito ou ação e reação. A
Doutrina Espírita frisa que todo pecado cometido é
uma dívida contraída que deve ser resgatada em
várias existências.
Assim sendo, as pessoas que passam por diversos
problemas devem resignar-se, fazendo sempre o bem,
além de esperar por mais reencarnações, até que, por
fim, não haverá mais faltas, nem necessidade de
outras existências corpóreas.
Nessas horas, lembremo-nos de Jesus que disse: “Em
verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali
enquanto não pagares o último ceitil” (Mt 5,26).
O que O Mestre Nazareno queria dizer com aquele
“dali”, ao qual se referiu?
O Sublime Pegureiro estava aludindo ao “corpo
carnal” que temos.
E que era “ceitil”?
“Ceitil” era a menor fração monetária da época do
Cristo.
Destarte, podemos facilmente inferir que
“reencarnaremos até que tenhamos o mínimo bocado a
resgatar com a Justiça Divina”.
Se as perguntas levaram muitas pessoas ao Espiritismo,
foi porque ele soube responder de maneira lógica,
raciocinada, e as pessoas ficaram enormemente mais
satisfeitas com as respostas do Consolador.
A elucidação da reencarnação é que ninguém sofre por
acaso, e que tudo tem uma explicação lógica; isso faz
com que muitas pessoas passem pelo seu "karma" mais
resignadamente, entendendo a problemática.
Deus, Nosso Pai Altíssimo, Artífice Sublime, onipotente,
onisciente onipresente, eterno, infinito, imutável,
imaterial, único, soberanamente justo e bom, jamais
cometeria uma maldade ou atentaria contra a justiça,
tratando de cada um de nós, que somos seus filhos.
A LEI DE CAUSA E EFEITO É UMA LEI DIVINA.
Um dos consolos do Espiritismo é mostrar que inferno não
existe, e que todos terão chance de resgatar suas
faltas, seja pelo amor ou seja pela dor, isso pelas vias
da pluralidade das existências.
Mesmo não acreditando nas Vidas Múltiplas, você, leitor,
poderia me responder: O que preferiria escolher: ter
uma, ou várias chances de reencarnar e pagar até o
último ceitil, em outras palavras, até a mínima parte,
saindo de cabeça erguida dizendo: - Graças a Deus,
paguei o que devia; ou ir direto para o inferno ficando
lá por toda a eternidade por erros que cometeu, os
quais, de repente, podem nem ter sido tão graves assim?
UM CONVITE!
Mas a Bíblia, que, segundo dizem, é a Palavra de Deus, -
não concordo com isso -, nos diz que mesmo o homem
rejeitando o amor do Altíssimo, Ele enviou seu filho
unigênito e ao mesmo tempo primogênito, - não sei como
pode ser isso -, para todo aquele que nele crer não
pereça, mas tenha a vida eterna. Aos cansados e
oprimidos Jesus diz: "Vinde a mim todos os que estais
cansados e oprimidos e eu vos aliviarei" (Mt 11,28-30).
Aos que cometeram faltas ou pecados ele lhes oferece o
perdão e o "sangue de Jesus que nos purifica de todo o
pecado" (1Jo 1,7) porque Ele veio trazer "vida e vida
com abundância" (Jo 10,10).
Agora, pensem bem:
Se Jesus morreu para nos salvar, então já estamos
salvos! Beleza! Para que se preocupar em se melhorar!?
O
que ninguém responde é: Como pode, Deus, sendo o Criador
Supremo, Universal, envia um filho para resgatar os
nossos pecados, quando que, pela Sua vontade, poderia
simplesmente perdoar a todos nós? Quem iria proibi-lo de
o fazer? Que justiça divina é essa que envia seu filho,
um justo, para morrer pelos pecadores?
Outra coisa: se Jesus morreu para nos salvar do pecado,
porque o mundo continua cheio de pecados? E mais,
segundo São Paulo, “o salário do pecado é a morte” (Rm
6,23). Se a morte é consequência do pecado, por que
Jesus morreu, já que se sabe que ele não tinha pecado
algum?
Com esse raciocínio, chegamos à conclusão de que Deus
não enviou Jesus para morrer por nós coisa nenhuma, e
essa ideia de sangue nos lembra os sacrifícios dos povos
pagãos que, em sua cultura, pelo derramamento de sangue,
acreditavam que iriam ser perdoados dos seus pecados.
Essa cultura acabou influenciando o Cristianismo, que
incorporou essa crença à morte de Jesus.
Agora, imaginem se Jesus tivesse morrido de enfarte; o
que vocês iriam fazer com a história do sangue?