À
procura de
segurança…
Todos nós procuramos sentir segurança na vida nas mais
diversas vertentes apresentadas por esta, no trabalho,
na família, na saúde etc. Jesus, o Mestre da Vida,
transmite-nos a partir da Parábola do Rico Insensato,
Lucas, 12:16-21, não só o problema da avareza mas também
a mudança involuntária que pode ocorrer a cada instante,
fazendo-nos transitar de uma situação que nos parece
confortável e segura, neste caso, a segurança econômica,
para o desencarne sem qualquer proveito desta ilusória
confiança.
A segurança que nós procuramos em vida, procedente da
ilusão da sensação de estabilidade, é construída em cima
de areias movediças, mesmo aquela que se pode extrair de
uma crença religiosa, quando alicerçada em Dogmas
mentais sem a base da razão da sabedoria desenvolvida
por um estudo sério e trabalho sistematizado.
A vida é um movimento imparável e contínuo, no tempo e
no espaço, com constantes alterações. Maior parte destas
alterações não está dependente de nós, vindo de forma
externa nas diversas relações que mantemos ou de
vicissitudes com que nos deparamos.
A segurança em si é algo estático, parado. Eu quero me
sentir seguro, então, não posso sentir, em relação à
minha vida, mudanças não programadas, tenho que sentir
que tudo é controlado por mim. As situações novas e
inesperadas levam-me à incerteza e esta por si conduz-me
à falta de segurança. Este é um dos principais motivos
que nos levam a receber mal e de forma assustada ou
preocupada, as novas situações.
Existe a segurança psicológica?
Ao vivermos o dia a dia, em cada momento presente, não
existe a necessidade de sentir a segurança. A cada
momento que ajo, tenho a preocupação de ser sensato em
minhas escolhas e agir com prudência, conforme cada
situação me exige. A prudência é o bom senso a trabalhar
em prol da ação correta; com o conhecimento da Lei de
ação e reação, temos uma excelente base na orientação da
vida terrena.
A insegurança acontece quando nos preocupa o nosso
futuro; um acontecimento presente deixa-nos preocupados
e temos receios para os próximos tempos. Esta
insegurança é criada por nossa mente, por receio ou
incerteza de um futuro, da mesma forma que este futuro
psicológico também é criado pela mesma mente.
Todos nós já vimos pessoas jovens a retornar à Pátria
Espiritual, pessoas cheias de saúde a partir
repentinamente em forma de acidente, mostrando-nos que o
futuro pode ser bem diferente daquilo que imaginamos.
Todos nós também já tivemos situações de aperto que nos
pareciam tão negativas e com consequências complicadas,
mas, como o tempo cronológico não para, o tempo passou e
elas ficaram para trás; após a tempestade, as de hoje é
que nos parecem mais difíceis.
A verdade é que nós não temos conhecimento do que irá
acontecer em nosso futuro; se olharmos para trás
conseguimos ver o nosso trajeto, mas, ao nos
perguntarmos se há uns anos imaginávamos estar nesta ou
naquela posição, na maioria das vezes a resposta é não,
mudamos de cidade, de país, de emprego, as coisas
melhoram, por vezes pioram etc.….
A pergunta é: – Como poderíamos querer ter segurança,
sendo algo estático e parado, em vidas com tantas
alterações como as nossas? É possível termos realmente
segurança?
Nós insistimos que assim seja, continuamos a querer
sentir esta segurança psicológica criada por nós
próprios.
Qual o resultado desta vontade?
Se eu me quero sentir seguro na vida, e isso é como
querer estar completamente imóvel em cima de um pequeno
barco no mar; quando se dá o problema, então aparece a
frustração. Tanto maior é esta frustração quanto era a
segurança em nossa vida, a indignação do tamanho do
“como sucedeu isto comigo” está equiparada à confiança
que tinha. Se eu coloco a hipótese de que a vida é
extremamente dinâmica, que as vicissitudes podem ser as
mais diversas e que estou na Terra para passar o que
necessito, então poderei esperar as mais diversas
vicissitudes; quando elas chegarem, as encararei como
nova etapa sem cair do cavalo “segurança”, porque não o
montei em minha mente.
Mestre Jesus nos aconselha, sobre este tema, a viver
resignadamente, aceitando o que vamos deparando, com
humildade, sendo bom ou mau.