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por Bruno Abreu

 

À procura de segurança…


Todos nós procuramos sentir segurança na vida nas mais diversas vertentes apresentadas por esta, no trabalho, na família, na saúde etc. Jesus, o Mestre da Vida, transmite-nos  a partir da Parábola do Rico Insensato, Lucas, 12:16-21, não só o problema da avareza mas também a mudança involuntária que pode ocorrer a cada instante, fazendo-nos transitar de uma situação que nos parece confortável e segura, neste caso, a segurança econômica, para o desencarne sem qualquer proveito desta ilusória confiança.

A segurança que nós procuramos em vida, procedente da ilusão da sensação de estabilidade, é construída em cima de areias movediças, mesmo aquela que se pode extrair de uma crença religiosa, quando alicerçada em Dogmas mentais sem a base da razão da sabedoria desenvolvida por um estudo sério e trabalho sistematizado.

A vida é um movimento imparável e contínuo,  no tempo e no espaço, com constantes alterações. Maior parte destas alterações não está dependente de nós, vindo de forma externa nas diversas relações que mantemos ou de vicissitudes com que nos deparamos.

A segurança em si é algo estático, parado. Eu quero me sentir seguro, então, não posso sentir, em relação à minha vida, mudanças não programadas, tenho que sentir que tudo é controlado por mim. As situações novas e inesperadas levam-me à incerteza e esta por si conduz-me à falta de segurança. Este é um dos principais motivos que nos levam a receber mal e de forma assustada ou preocupada,  as novas situações.

Existe a segurança psicológica?

Ao vivermos o dia a dia, em cada momento presente, não existe a necessidade de sentir a segurança. A cada momento que ajo, tenho a preocupação de ser sensato em minhas escolhas e agir com prudência, conforme cada situação me exige. A prudência é o bom senso a trabalhar em prol da ação correta; com o conhecimento da Lei de ação e reação, temos uma excelente base na orientação da vida terrena.

A insegurança acontece quando nos preocupa o nosso futuro; um acontecimento presente deixa-nos preocupados e temos receios para os próximos tempos. Esta insegurança é criada por nossa mente, por receio ou incerteza de um futuro, da mesma forma que este futuro psicológico também é criado pela mesma mente.

Todos nós já vimos pessoas jovens a retornar à Pátria Espiritual, pessoas cheias de saúde a partir repentinamente em forma de acidente, mostrando-nos que o futuro pode ser bem diferente daquilo que imaginamos. Todos nós também já tivemos situações de aperto que nos pareciam tão negativas e com consequências complicadas, mas, como o tempo cronológico não para, o tempo passou e elas ficaram para trás; após a tempestade, as de hoje é que nos parecem mais difíceis.

A verdade é que nós não temos conhecimento do que irá acontecer em nosso futuro; se olharmos para trás conseguimos ver o nosso trajeto, mas, ao nos perguntarmos se há uns anos imaginávamos estar nesta ou naquela posição, na maioria das vezes a resposta é não, mudamos de cidade, de país, de emprego, as coisas melhoram, por vezes pioram etc.….

A pergunta é: – Como poderíamos querer ter segurança, sendo algo estático e parado, em vidas com tantas alterações como as nossas? É possível termos realmente segurança?

Nós insistimos que assim seja, continuamos a querer sentir esta segurança psicológica criada por nós próprios.

Qual o resultado desta vontade?

Se eu me quero sentir seguro na vida, e isso é como querer estar completamente imóvel em cima de um pequeno barco no mar; quando se dá o problema, então aparece a frustração. Tanto maior é esta frustração quanto era a segurança em nossa vida, a indignação do tamanho do “como sucedeu isto comigo” está equiparada à confiança que tinha. Se eu coloco a hipótese de que a vida é extremamente dinâmica, que as vicissitudes podem ser as mais diversas e que estou na Terra para passar o que necessito, então poderei esperar as mais diversas vicissitudes; quando elas chegarem, as encararei como nova etapa sem cair do cavalo “segurança”, porque não o montei em minha mente.

Mestre Jesus nos aconselha, sobre este tema, a viver resignadamente, aceitando o que vamos deparando, com humildade, sendo bom ou mau.

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita