Espírita de nascimento, natural e residente em Sorocaba
(SP), graduado em Letras e pós-graduado em Ensino da
Língua Portuguesa, Osmar Marthi Filho (foto) é
economiário e vincula-se à SEFIF – Sociedade Espírita e
Filantrópica Irmã Francisca, na mesma cidade. Expositor
espírita, responde também pela divulgação e comunicação
interna na instituição, sendo membro do Depto.
Doutrinário, cabendo-lhe ainda a coordenação das
palestras públicas e expositores.
Situe para o leitor a cidade de Sorocaba nos quesitos
geoconômico, demográfico e social.
Sorocaba é sede de Região Metropolitana, tendo
aproximadamente 650.000 habitantes. Situada na região
sudeste do Estado de S. Paulo, a 90 Km da capital,
também 90 km de Campinas e 250 km da divisa com o Paraná
(região de Itararé), tem o quarto maior PIB per capita
do Estado. Sua atividade econômica é diversificada, com
indústrias de grande porte, como a montadora de
automóveis Toyota e algumas de suas fornecedoras,
indústrias metal-mecânicas, de energia eólica e
alimentícias, bem como comércio e serviços,
especialmente na área de medicina. Possui também campus
de Universidades Públicas como UNESP, UFSCAR, FATEC, e
particulares, inclusive com uma Faculdade de Medicina da
PUC São Paulo.
Quando e como surgiu a Sociedade Irmã Francisca? Quem
são seus fundadores? É pioneira na cidade?
A Sociedade Espírita e Filantrópica Irmã Francisca -
SEFIF surgiu a partir do trabalho de sua fundadora, a
querida D. Avelina Garcia Guerreiro, espanhola de
nascimento, que com cinco anos de idade mudou-se com a
família para Sorocaba e a partir de seus trinta e poucos
anos passou a ver mediunicamente sua sogra,
recém-desencarnada, carinhosamente chamada de Irmã
Francisca, que a avisou para preparar-se, que ambas
iriam trabalhar muito juntas, beneficiando muitas
pessoas. D Avelina, que já conhecia a Doutrina Espírita
passou a estudá-la ainda mais, bem como a exercitar sua
mediunidade no Centro Espírita Fé em Deus, um dois mais
antigos da cidade, até que seu fundador, o Sr. Luis
Brenga, sugeriu a ela que passasse a desenvolver a
tarefa da mediunidade em sua casa, atendendo diversas
pessoas que a procuravam, até que em 5 de maio de 1955
oficializou-se a Fundação da instituição, a princípio
funcionando na casa de D Avelina, até 1970, quando a
sede própria foi inaugurada, com palestra do querido
Divaldo Pereira Franco. A sociedade até hoje funciona na
Rua Tamandaré. Em 1995 a sede foi reformada e ampliada
para três pavimentos, tendo dois amplos salões para
palestras, diversas salas para estudos doutrinários e
atividades de Evangelização de Espíritos (crianças e
jovens), um lindo jardim, que chamamos de Jardim do Amor
e outro prédio onde funcionam nossas atividades de
amparo a nossos irmãos necessitados materialmente. Nosso
site é www.sefif.org.br
Qual o principal perfil da instituição?
O principal perfil da Casa é a atividade de divulgação e
busca pela vivência da Doutrina Espírita através dos
Estudos Doutrinários, com aproximadamente 200 alunos
regularmente estudando a Doutrina atualmente, em
diversas salas, semanalmente, e também a atividade de
Evangelização de Espíritos (crianças, jovens e grupo de
pais), que é uma forte marca de nossa Casa há muitos
anos.
Com atividades em todos os dias da semana, como é
administrar os recursos humanos envolvidos?
Temos hoje aproximadamente 350 voluntários, entre
evangelizadores de crianças e jovens, expositores de
palestras e estudos doutrinários, colaboradores das
atividades manuais, como artesanato, enxoval para as
gestantes que amparamos, trabalhadores das reuniões
públicas (às segundas-feiras, 19h e 20h30,
quintas-feiras, 14h, sextas-feiras, 20h, e domingos
10h). Embora com expressivo número de voluntários, como
temos em todos eles a base do conhecimento Doutrinário e
a proposta de vivenciarmos a fraternidade ensinada por
Jesus entre nós e com nossos frequentadores, temos
historicamente a marca da disciplina fraterna, do
respeito mútuo em prol da causa de Jesus, num clima de
compreensão e colaboração amorosa.
Vemos que existe uma programação diurna e não apenas
noturna. Em termos de integração com o movimento
espírita local e regional, como ocorre?
Temos atividades todos os dias, de segunda a segunda,
seja à noite, de manhã ou à tarde, seja com grupos
mediúnicos (nove no total, restritos aos respectivos
trabalhadores), seja com reuniões abertas de reflexão do
Evangelho, voluntárias do artesanato, amparo às
gestantes, costura, dentre outras atividades. Quanto à
integração com o movimento espírita temos em nossa Casa
a sede provisória da AME Sorocaba, Associação
Médico-Espírita, e temos também atuado junto à USE em
atividades conjuntas, como Encontros de jovens,
Evangelização infantojuvenil, dentre outros eventos.
Colaboramos também com alguns eventos da Rede Boa Nova
de Rádio.
De suas lembranças com a vida da instituição nestas
últimas décadas, qual a mais marcante?
De todos esses anos em que estou na instituição e me
lembro, pois frequentei nela desde a infância,
Evangelização Infantil, Mocidade, estudos doutrinários,
e aí se vão 45 anos, destaco, além do trabalho do estudo
doutrinário, Evangelização de crianças e jovens, a
harmonia, organização e disciplina fraterna que
encontramos na SEFIF. São muito fortes os diversos
depoimentos de companheiros relatando como a Casa os
auxiliou, seja através do Atendimento Fraterno, do
conhecimento doutrinário, das oportunidades de trabalho
voluntário que ela oferece, bem como pela formação de
trabalhadores. Isso para mim é marcante na Casa.
De suas experiências doutrinárias, o que gostaria de
destacar ao leitor?
Tenho visitado inúmeras Casas espíritas em 30 anos de
atividades doutrinárias, em Sorocaba, cidades próximas,
mais distantes e também através dos programas que
apresento na Rede Boa Nova de Rádio – o Revelação
(estudo do livro A Gênese, às quintas-feiras, 22h) e
Espelho da Vida (comentando músicas e textos à luz da
Doutrina, aos sábados, 18h) e dessas experiências
destaco como precisamos da Doutrina, hoje mais do que
nunca, para nos conhecermos, nos melhorarmos e
melhorarmos o mundo em que vivemos. Doutrina que nos
mostra quem somos, o que estamos aqui fazendo, mas
sobretudo nos convida a amar, amar como Jesus nos amou.
Toca-nos muito ver como o conhecimento da Doutrina muda
as pessoas, quando entendem profundamente a Doutrina.
Isso para mim é marcante.
Que mais lhe chama atenção no conteúdo espírita e no
público envolvido com as atividades da Casa?
A busca pela transformação moral, a partir do
conhecimento espírita, pelo trabalho ao próximo, pela
vivência da fraternidade.
Se algo pudesse dizer aos leitores sobre a importância
do Espiritismo em nossa vida e da instituição no
contexto social local, em que frase resumiria tudo isso?
Numa frase de Emmanuel, que D. Avelina sempre nos
lembrava: Espiritismo é cabeça, coração e mãos. Ou seja,
conhecimento da Doutrina, sentimento dela mas sobretudo
nossas atitudes transformadas por ela.
Suas palavras finais.
Caros leitores, amigos, ouvintes, participantes das
Casas Espíritas, simpatizantes da Doutrina, a hora que
atravessamos no Brasil e no mundo é grave, de grandes
mudanças ético-morais, e nós, espíritas, precisamos
perseverar em nossa fé, dar testemunho da vivência
espírita, sendo extremamente éticos, honestos,
tolerantes, fraternos, compreensivos, mas também firmes
em nosso propósito de construir o Homem novo em nossa
intimidade. Importante que continuemos! que continuemos
firmes em nossa proposta de construir o Reino de Deus em
nós!