Em
mensagem enviada à revista, publicada na seção de Cartas
desta edição, a leitora Lucilene Bernardes Longo
pede-nos explicação acerca da diferença existente entre
protetor ou anjo guardião e mentor espiritual.
Sob
o título “Anjos de guarda. Espíritos protetores,
familiares ou simpáticos”, diversos aspectos da questão
proposta são tratados nos itens 489 a 521 d´O Livro
dos Espíritos, os quais, no entanto, não mencionam
em momento algum o termo “mentor espiritual”.
As
entidades espirituais designadas pelos nomes de anjo da
guarda, anjo guardião ou protetor espiritual são
Espíritos como nós mesmos, ainda no caminho da evolução,
e não Espíritos puros, chegados ao ápice da evolução,
embora muitos protetores espirituais sejam Espíritos de
alta envergadura moral.
Espírito protetor, anjo da guarda ou bom gênio é o
Espírito que tem por missão acompanhar o homem na vida e
ajudá-lo a progredir. É ele sempre de natureza superior
com relação ao seu protegido. Sua missão é como a de um
pai com relação ao filho: guiá-lo pela senda do bem,
auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo em suas
aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida. O
protetor espiritual dedica-se ao seu protegido desde o
seu nascimento até a morte, e muitas vezes o acompanha
na vida espiritual, depois de sua desencarnação.
Aos
que pensam que é impossível a Espíritos verdadeiramente
elevados se restringirem a uma tarefa tão laboriosa, e
de todos os instantes, dizem os instrutores espirituais
que podem eles influenciar nossas almas estando, às
vezes, a milhões de quilômetros de distância, porquanto
para eles o espaço não existe e, mesmo vivendo em outro
mundo, conseguem conservar sua ligação conosco.
Cada
anjo da guarda tem, pois, o seu protegido e vela por
ele, como um pai vela pelo filho, sentindo-se feliz
quando o vê no bom caminho ou triste quando seus
conselhos são desprezados.
Quanto ao termo mentor espiritual, lembremos que o
vocábulo mentor designa a pessoa que, pela sua sabedoria
ou experiência, ajuda outra como guia ou conselheiro.
Nesse sentido, o termo se aplicaria, de um modo geral,
aos guias da Humanidade, não ligados especificamente a
essa ou àquela pessoa, mas sim a determinada tarefa,
algo que vemos com frequência nos relatos feitos por
André Luiz e Manoel Philomeno de Miranda em se referindo
aos trabalhos realizados pelos benfeitores espirituais.
Eis
três exemplos:
“Notamos que a cabeça venerável de Clementino passou a
emitir raios fulgurantes, ao mesmo tempo que o cérebro
de Silva, sob os dedos do benfeitor, se nimbava de
luminosidade intensa, embora diversa. O mentor
desencarnado levantou a voz comovente, suplicando a
Bênção Divina com expressões que nos eram familiares,
expressões essas que Silva transmitiu igualmente em alta
voz, imprimindo-lhes diminutas variações.”
(Nos
Domínios da Mediunidade, de André Luiz, cap. 5:
Assimilação de correntes mentais.)
“Totalmente envolvido pelos fluidos do médium e pelas
vibrações emanadas do mentor Anacleto, o inditoso
começou a blasfemar e a repetir ameaças que faria
estremecer até mesmo estruturas emocionais mais
resistentes.”
(Sexo
e Obsessão, de Manoel P. de Miranda, cap. 6:
Socorros espirituais.)
“Feita a oração inicial, o dirigente e a equipe
mediúnica esperarão que o mentor espiritual do
grupo se manifeste pelo médium psicofônico indicado.”
(Desobsessão,
de André Luiz, cap. 30: Manifestação inicial do mentor.)
[Negritamos.]
Esperamos que as informações aqui prestadas satisfaçam à
expectativa de nossa leitora e de todos os que nos leem.