Um minuto
com Chico Xavier

por Regina Stella Spagnuolo

 
Esta criatura simples e boa que se chama Francisco Cândido Xavier, graças à misericórdia de Deus, deu significativo e lindo presente ao Espiritismo hodierno, oferecendo-lhe um livro de poesias de poetas de além-túmulo, que a sua mediunidade limpa e segura psicografou.

E tanto é mais valioso o seu livro à Doutrina de Jesus quanto se sabe que, emparedado no seu próprio sonho de ser humilde e bom, dono de uma instrução mediana, e, mesmo assim, obtida a golpes de esforço próprio — Francisco Cândido Xavier obteve poesias do além, sintetizando culturas variadas e, confessadamente por ele, acima da que possui, e cuja autenticidade assombra pela forma estilar, valor idealístico e sentido característico dos que as assinam. Estamos falando do livro “PARNASO DO ALÉM-TÚMULO”.

O Espiritismo precisava deste livro. Ele só daria muito que pensar aos orgulhosos e infelizes materialistas. Ele é e será, sempre, a “DELENDA CARTAGO” da crítica apaixonada, ou dos fanáticos das religiões sem asas; mas também, sem dúvida é e será um dique formidável às marés da incredulidade.

Lendo-o, mesmo sem se conhecer o médium e a sua cultura, tem-se um consolo e uma certeza imensos: Francisco Cândido Xavier é um instrumento limpo, uma harpa afinada e de ouro dos irmãos do espaço. E o Espiritismo, mais uma vez, se afirma neste princípio soberano e tão discutido e ainda pouco acreditado ou compreendido: os mortos vivem, melhor e mais do que nós, e podem falar e escrever por nosso intermédio, tanto ou melhor, como se vivos fossem na terra.

Nós, que militamos — graças a Deus — no campo espírita e que até há bem pouco militávamos na corrente literária da nova geração, perfilando figuras do Brasil mental, podemos em verdade dizer da alegria boa e sincera, grande e confortadora, que nos invadiu a alma, ao certificar-nos de que todos os versos do “PARNASO DE ALÉM-TÚMULO” são, de fato, dos poetas que os assinam.

O livro editado pela Federação Espírita Brasileira e prefaciado, admiravelmente, pelo ilustre confrade Manoel Quintão, é, pois, um magnífico espetáculo da inteligência melhorada de poetas desencarnados e da qualidade boa do instrumento mediúnico.

Francisco Cândido Xavier (que ele nos perdoe contrariar a sua modéstia e a sua grande alma) é um atestado vivo da Verdade Espírita. Marca um dos momentos mais expressivos do nosso progresso mediúnico e avulta como um dos cimos espirituais da doutrina santa e verdadeira de Jesus, codificada por Allan Kardec.
 

Excerto retirado do livro Lindos Casos de Chico Xavier, de Ramiro Gama, publicado na íntegra na revista Reformador (FEB) de setembro de 1932, quando o saudoso médium contava apenas 22 anos de idade.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita