Prevenções
No capítulo dos sofrimentos voluntários, se somássemos
os problemas, conflitos, obstáculos e tribulações
decorrentes da prevenção que alimentamos habitualmente
contra aquilo que os nossos irmãos estejam pensando ou
poderiam pensar, decerto que chegaríamos a conclusões
espantosas acerca de aflição desnecessária e tempo
perdido.
Oponhamos o bem ao mal e deixemos aos outros a faculdade
de serem eles mesmos.
Esse amigo ter-nos-á omitido o nome para determinada
manifestação de alegria...
Outro companheiro nos haverá negado a saudação que lhe
endereçamos com frase amistosa...
Pessoa querida passou indiferentemente por nós com o
semblante carregado de preocupação ou azedume...
Certo colega terá erguido demasiadamente a voz,
ferindo-nos a sensibilidade, por bagatelas...
E caímos nos excessos de imaginação, fantasiando ofensas
que não existem.
Aprendamos a considerar que, tanto quanto nos acontece,
os outros também podem sofrer lapsos da memória,
contrariedades imanifestas, inquietações e doenças. E
lembremo-nos: toda vez que descambamos para semelhantes
desequilíbrios, somos igualmente capazes de esquecer ou
ferir, sem participação de nossa vontade.
Evitemos a prevenção no cotidiano, a fim de que a nossa
vida encontre o máximo de rendimento no bem.
Confiança em Deus.
Consciência tranquila.
Dever cumprido.
Trabalho à frente.
E, fazendo todo o bem que se nos faça possível, por
todos os modos justos, em todas as ocasiões, com todos
os recursos ao nosso alcance e para com todas as
criaturas, nunca nos previnamos contra quem quer que
seja, porque os pensamentos dos outros pertencem a eles
e não a nós.
Do livro Rumo Certo, obra mediúnica psicografada
pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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