Já vimos oportunamente que os ditongos abertos ei e oi, quando aparecem em palavras paroxítonas, não são mais graficamente acentuados. Caso o leitor haja esquecido, lembramos que paroxítona é a palavra cuja sílaba tônica é a penúltima.
Assim, perderam o acento, a partir do vigente Acordo Ortográfico, palavras como idéia, colméia, bóia, assembléia, jibóia, celulóide. Elas são escritas agora da seguinte forma: ideia, colmeia, boia, assembleia, jiboia, celuloide.
A regra aplica-se igualmente aos nomes próprios: Coréia, Judéia, Andréia, Dorotéia, Sabóia etc. Todos eles perderam o acento gráfico.
Ocorre, porém, que o texto oficial do Acordo Ortográfico estabelece:
“Para ressalva de direitos, cada qual poderá manter a escrita que, por costume ou registro legal, adote na assinatura do seu nome. Com o mesmo fim, pode manter-se a grafia original de quaisquer firmas comerciais, nomes de sociedades, marcas e títulos inscritos em registro público”.
Vários gramáticos e estudiosos do nosso idioma entendem que, em face da ressalva, pessoas cujo nome ou sobrenome tenham sido registrados com acento poderão continuar assinando como antes (Dorotéia, Andréia, Sabóia). Essa opção estende-se à acentuação gráfica em geral e, nesses casos, ao mencionarmos os nomes dessas pessoas deveremos, evidentemente, respeitar sua escolha.
Quanto aos nomes e sobrenomes de pessoas mortas, esses serão escritos de acordo com a ortografia ora vigente, o que também deverá ocorrer com os novos registros.
Idêntico procedimento devemos adotar quando nos referirmos a personagens históricos ou a nomes de uma maneira genérica ou utilizados em obras de ficção: Luís de Camões, Rui Barbosa, Casimiro Cunha, Auta de Sousa.
Interessante notar que, no tocante a nomes de logradouros (praças, avenidas, ruas etc.), bairros e cidades, prevalece a grafia nova: Saboia (nome de uma região localizada na Europa); Pompeia (nome de um município paulista); Quintino Bocaiuva (nome de rua), Eritreia (nome de país) etc. |