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por Cláudio Bueno da Silva

 

Alegria espiritual


Para expressar alegria, contentamento, o homem precisa fazer barulho, algazarra, ou assumir posturas exageradas e até mesmo ridículas? Para mostrar que está feliz, é preciso chamar a atenção a todo custo, muitas vezes causando perturbação com a sua “alegria”?

É natural que as pessoas queiram compartilhar esses sentimentos com seus afins, comungando emoções, criando ou fortalecendo laços de amizade.  

A questão é que para demonstrar alegria muitos entram em estado eufórico e o veículo que usam para extravasá-la são as bebidas fortes que destravam a língua; são os fogos de artifício, rojões e petardos que explodem junto com a agressividade; é a música em alto volume que faz os outros ouvirem o que nem sempre querem; é a risadaria escandalosa que no mais das vezes esconde carências psicológicas. E uma série de comportamentos que, a pretexto de descontração, incomodam e até prejudicam os outros.

Grande parte das pessoas não está habituada a fruir seus momentos felizes a não ser em ajuntamentos festivos e barulhentos. Encara a alegria do ponto de vista exclusivamente material e por isso não se satisfaz se não obtiver compensação sensorial.

Se vivemos na Terra para educar sentidos e sentimentos, nada mais necessário que refinarmos as expressões do nosso mundo íntimo. A alegria espiritual difere muito das satisfações puramente humanas.

Alegria verdadeira é a que perdura, a que incorpora em nossa alma um contentamento inteiro nascido no coração, formado de elevadas vibrações. É serena, tranquila e até silenciosa.

Há pessoas que já conseguem se divertir e sentir prazer lendo um bom livro, ouvindo música suave, contemplando uma paisagem, trabalhando num jardim, auxiliando o semelhante, e são muito felizes, não estando sozinhas nunca porque criam relacionamentos saudáveis com as emissões equilibradas do pensamento e das atitudes. Bons homens e bons Espíritos lhes fazem companhia. Já outras pessoas, só com barulho e agitação se sentem vivas.

Claro que há temperamentos mais expansivos que se comunicam efusivamente. Contudo, não estão isentos de suavizarem sua forma de sentir e se relacionar.

Mas o que quero dizer, afinal, é que a alegria que demonstra o estado de felicidade de uma pessoa não precisa necessariamente ser carregada de exagero, de extravagância, de inconveniência, a ponto de causar perturbação ou desequilíbrio.

Com o tempo e as experiências educativas que a vida oferece, todos os homens compreenderão certas nuanças que hoje são imperceptíveis para muitos, parecem mesmo não existir ou não fazer nenhum sentido. 


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita