Nota dez
Estava diante de um grupo no Centro espírita e resolvi
fazer uma pergunta a alguns companheiros presentes.
Atribuí uma nota após a resposta de cada um. Vamos fazer
essa prova agora? Então, vamos lá.
Diante de alguém que tenha nascido cego ou que tenha
perdido a visão em virtude de alguma doença ou acidente,
o que você teria a dizer a essa pessoa para poder
consolá-la de alguma maneira? O companheiro a quem a
pergunta foi direcionada respondeu dizendo que o
atingido pela perda da visão deveria ter fé em Deus que
haveria de auxiliá-lo através de pessoas de bom coração.
Disse mais: que o Pai nunca falta a nenhum dos seus
filhos e que não devemos perder a confiança Nele por
mais dura seja a nossa provação.
Nota dez dei a ele sem titubear!
À outra pessoa presente perguntei o que ela teria a
falar a um pai de família em situação financeira difícil
para arcar com as despesas do seu lar? A resposta também
não se fez esperar: auxiliá-lo materialmente no que
fosse possível e procurar infundir-lhe esperança para
que tivesse confiança em Deus porque dias melhores
haveria de vir, assim como na natureza, depois de uma
tempestade, vem a calmaria, conferindo a tranquilidade
suficiente para reparar o que tenha sido destruído. Que
esse pai continuasse trabalhando e confiando em Deus.
Conferi a essa resposta a nota dez!
Dirigi-me em seguida a outro presente e perguntei o que
ele teria a dizer para consolar a alguém que tivesse
perdido um braço ou uma perna devido a uma enfermidade
ou acidente. A pessoa imediatamente respondeu que diria
ao atingido pela fatalidade que não esmorecesse porque a
vida não havia acabado. Que a Providência Divina abria
duas janelas àquele a quem uma porta fosse fechada. Que
essa pessoa receberia o auxílio dos Espíritos amigos
através de encarnados de boa vontade.
Novamente fui obrigado a atribuir outra nota dez!
Simulei após essas questões enunciadas uma outra: que
alguém faria junto ao lar de uma pessoa a quem a morte
visitou e instalou a dor pela separação do ente amado.
Da mesma forma que das vezes anteriores a resposta foi
de auxiliar levando o consolo através de uma visita
fraterna falando sobre a imortalidade da alma ao lar
atingido.
Tive que conferir outra nota dez!
Por fim, perguntei aos demais presentes se concordavam
com as sugestões apresentadas às diversas situações e
todos foram unânimes em confirmar a aprovação.
Dei nota dez também aos demais componentes da plateia.
Agora, antes de continuar, gostaria que você também
atribuísse uma nota a você mesmo.
Para isso, passemos as orientações de Chico Xavier,
encontradas no livro Lições de Chico Xavier de A a Z,
página 347, 1ª edição, LEEEP: “Recomendamos resignação
ao companheiro sem pernas, mas praguejamos ao tropeçar.
Pedimos aceitação ao companheiro cego, mas nos irritamos
com um cisco no olho. Mencionamos resgate ao companheiro
sem braços, mas esbravejamos com uma batida de cotovelo.
Lecionamos economia ao companheiro que vive com salário
mínimo, mas fazemos greve quando nosso aumento demora.
Receitamos calma ao companheiro surdo, e nos
desesperamos quando perdemos a audição por algumas
horas. Pedimos paciência ao companheiro mudo, e nos
afligimos quando ficamos afônicos.
Quando visitados pela provação, deveríamos seguir os
bons conselhos que traçamos para os outros, não é
mesmo?”
Com esse pequeno trecho de Chico de imensa sabedoria e
verdade, pergunto qual foi a sua nota?
O pequeno cisco quando se instala em nosso olho nos
retira o sossego e bom humor, mas a trave que nosso
semelhante carrega no olho dele é motivo de nossa
orientação em direção à paciência, à resignação, à
confiança na bondade Divina.
Se os Espíritos superiores avaliassem nossas reações e
condutas enquanto na jornada terrestre, qual seria a
nota que eles atribuiriam a cada um de nós?
E tem mais uma pergunta: se a nota de nossos semelhantes
não é a máxima porque sabemos muito bem como reagimos
diante dos problemas da existência, o que temos feito de
nossa parte para que a nota deles melhore? Não é isso
que tentam incansavelmente os Espíritos superiores fazer
por meio das mensagens de orientação e consolo que
constantemente nos enviam?
Pense em suas notas depois das verdades que Chico deixou
nas poucas linhas que citamos anteriormente.
Pensou? Agora responda para você mesmo o que tem feito
para sair da nota E ou D para um magro
C ainda nesse ano letivo representado pela nossa
atual reencarnação.
Será que dá para passar de ano?