Divaldo Franco recebe em São Paulo o
Colar de Honra ao Mérito Legislativo
A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, no dia
2 de outubro de 2017, concedeu a Divaldo Franco a mais
alta honraria da casa: o Colar de Honra ao Mérito
Legislativo. A petição, assinada por 95 deputados, foi
idealizada por Washington Nogueira Fernandes e
concretizada pelo deputado Ramalho da Construção, que é
também nobre trabalhador da Federação Espírita do Estado
de São Paulo.
Estiveram presentes à sessão solene diversas
autoridades; entre elas: vereadora Adriana Ramalho,
Antonio Cesar Perri de Carvalho, ex-presidente da
Federação Espírita Brasileira e da USE, Cecília
Gonçalves, Edson Sardano, secretário de segurança de
Santo André (SP), Fernando de Freitas, deputado Itamar
Borges, Jonas Pinheiro, presidente da Associação do
Desenvolvimento Espiritual do Reencontro, José Alberto
Ernani Gonçalves, Júlio Martins, representando o
deputado Antonio Salim, Mariano Fernandes, Pastor João
Rodrigues, da Igreja Assembleia de Deus, Rosana Amado
Gaspar, representando Júlia Nezu, presidente da USE -
União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo,
Silvia Cristina Puglia, Silvia Márcio Barbosa,
representando o desembargador Nilson Fernandes, Waldir
Beira Junior, presidente do conselho da Sociedade
Espírita de Proteção à Infância, e Zulmira da Conceição
Hassesian, presidente da FEESP.
Após o Hino Nacional e a abertura da sessão, presidida
pelo deputado Ramalho da Construção, a senhora Silvia
Puglia elevou o pensamento através de uma belíssima e
emocionante oração, na qual mostrou, aos presentes, que
a homenagem era necessária e educativa para o fomento ao
Bem.
Zulmira da Conceição Hassesian, convidada a subir à
tribuna, corroborou que esta era uma homenagem justa e
honrosa pela obra no Bem, pois Divaldo tem dedicado sua
vida a confortar seres necessitados, seja material, seja
espiritualmente.
Rosana Amado Gaspar, representando a USE, lembrou que
Divaldo é realmente um semeador de estrelas, pois por
onde passa deixa rastros e brilho de amor. Em sua fala,
também reforçou as características de desprendimento que
possui o homenageado.
Logo após o Colar ter sido entregue pelo deputado
Ramalho da Construção e sua esposa, os presentes foram
convidados a ouvir a verve de Divaldo Franco, sendo este
aclamado e aplaudido em pé pelo público, como um
inspirado pregador das multidões que ele o é.
A fala de Divaldo Franco
– O orador, em sua grandiosidade, transferiu a homenagem
recebida ao Espiritismo, uma Doutrina Libertadora, já
anunciada por Jesus Cristo quando prometeu o Consolador
que viria enxugar as lágrimas e comunicar boas novas.
Doutrina essa que ofereceu ao médium e orador objetivos
existenciais, iluminando e trazendo-o à luz da razão e
estendendo-lhe mãos generosas para amar e servir.
Sua magnífica oratória, que a todos envolveu, iniciou-se
evocando o modelo de Mohandas Karamchand Gandhi, como
exemplo da excelência do Amor, que teve seu pensamento
logrado ao libertar a Índia sem qualquer derramamento de
sangue. “Se um único homem atingir o mais alto grau de
amor, será suficiente para neutralizar o ódio de
milhões”, afirmou o orador.
Para Victor Frankl, toda vida deve ter um sentido
psicológico, sendo que Jung também corrobora esse
pensamento, afirmando que uma existência não possuidora
de sentido psicológico é uma vida vegetativa.
Divaldo Franco salienta que, através da Doutrina
Espírita, conseguiu atingir um sentido psicológico para
a sua existência, utilizando-se do lema “Fora da
caridade, não há salvação”. E reflexiona: trabalhar no
Bem não é uma virtude, mas um dever, pois ter uma vida
ética é uma conquista do processo antropsicológico da
criatura humana.
Divaldo alerta que a humanidade vive um dos momentos
mais difíceis da era moderna, uma época de crise social,
defluente da perda dos valores éticos e morais, muito
bem definida pelo teólogo e psicólogo americano Dr.
Rollo Reece May. Este elucida que o ser humano, da era
cibernética, vive num período difícil por causa de três
fatores que não foram cuidados devidamente: o
individualismo, o sexismo e o consumismo.
Para trazer aos ouvintes uma melhor compreensão sobre o
assunto, Divaldo fez uma breve abordagem
histórico-social do entendimento humano sobre Deus, a
partir do Iluminismo. O indivíduo, que conseguiu a
comunicação virtual, pôde penetrar no macrocosmo,
descobrir os buracos negros e a luz negra, viajar na
direção às micropartículas e detectar o Bóson de Higgs.
Não tendo uma maneira de expressar a diferença entre
energia e matéria, define esse Bóson como sendo a
partícula de Deus. Isso trouxe um esclarecimento
especial à mentalidade do materialismo dos séculos XVII
e XVIII, quando o pensamento iluminista abriu as portas
para a revolução cultural, à revolução industrial e, na
atualidade, à revolução cibernética. Hoje, o ser humano
pode aprofundar o que era mistério ontem e ter a
percepção de uma realidade que transcende a qualquer
percepção imaginativa. Com isso, tem-se uma maior
facilidade de compreensão da grandeza de Deus, pois a
física quântica assevera que essa partícula existe,
provando-a matematicamente. “Ser a partícula de Deus é
fascinante!”, afirma Divaldo Franco.
Bacon e uma elite de pensadores se divorciaram, no
século XVII, da fé cega para se deterem diante da razão,
o que levou, na data de 5 de novembro de 1792, em Notre
Dame, o pensador dizer a 15 mil pessoas presentes que,
se Deus era a razão, não se tinha mais por que
acreditar em Deus, preparando, talvez, terreno para
Nietzsche proclamar, mais tarde, que Deus havia
morrido. Esse desvio de cultura descobriu a razão e deu
a ciência ao homem, do empirismo à tecnologia, para que
pudesse encontrar o motivo lógico da existência e
eliminar a possibilidade remota, vazia e mitológica de
que foi criado do nada. Quando se apresentou a teoria a
respeito do Big Bang, como sendo a origem de tudo, já
que antes não havia nada, deparou-se com um paradoxo: o
nascimento de um universo a partir de duas partículas.
Ora, se antes não havia nada, é provável que tenha
havido outros universos e é possível que ainda outros
mais existirão.
É impressionante notar que cientistas, neste momento de
crise, façam a sua viagem de volta a Deus para relatar
que o universo não é fruto de um acaso, mas de uma
causalidade absoluta.
Allan Kardec, na primeira pergunta d’ O Livro dos
Espíritos, retira o caráter antropomórfico ao
indagar “Que é Deus”, em vez de “Quem é Deus?”, como até
então fora feito. A resposta dos Espíritos – “É a
inteligência suprema do universo, causa primeira de
todas as coisas” – ajudará a filosofia a pensar, a
partir do século XIX, que Deus é a causa “incausada” do
universo.
Este mesmo momento de crise é, todavia, capaz de
produzir perspectivas e esperanças, pois a sociedade tem
progredido através das crises, visto que a própria
palavra, originária do grego krisis, significa a véspera
do progresso.
A crise moral que vivenciamos apresenta-se, porém, muito
mais grave, porque não é uma crise internacional, mas da
criatura humana, do vazio existencial. Uma sociedade que
cultivou o existencialismo em detrimento da
solidariedade e estabeleceu o prazer como meta, deixando
à margem a felicidade, tende a empurrar o ser humano a
mecanismos psicológicos de fuga, como o consumismo. Mas
nada de fora preenche a solidão de dentro. O sentimento
de paz e harmonia não pode ser comprado pelos valores
terrestres. Ele necessita ser elaborado pela moral do
indivíduo, propondo o Self em primazia às necessidades
do Ego.
Divaldo aponta como exemplo de crise a cidade do Rio de
Janeiro, transformada, em sua violência urbana, num
campo de batalha, mesmo o Brasil estando em paz sob o
ponto de vista civil. Ressalta, também, que a UNESCO
havia programado para o ano de 2000 um memorando, em
seis itens, um dos quais seria voltar à solidariedade, o
que equivale dizer que em alguma época, as pessoas eram
solidárias, mas, agora, estão solitárias.
Quando o indivíduo iniciar a transformação ética para
melhor, a crise acabar-se-á. Para isso, é necessário que
o ser humano realize uma viagem interior em busca de
plenitude, voltando-se aos valores do Evangelho de Jesus
e descobrindo seus objetivos psicológicos através de uma
autoanálise.
Divaldo propõe o autoperdão: não se deve guardar mágoa
de si mesmo, pois o indivíduo é um ser em processo de
evolução de consciência. O perdão deve-se iniciar no
próprio indivíduo, com a proposta desafiadora de Jesus
Cristo: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo
como a si mesmo. O autoamor, então, sai das páginas da
velha teologia punitiva para conceder a grandeza
racional de que o indivíduo merece viver e ser feliz na
Terra, não apenas aguardando o reino dos céus, que será
consequência dos atos terrestres. Quando o ser humano
compreende seu erro tem a oportunidade de se reabilitar.
E se a pessoa tem o direito de ser como é, também tem o
dever de perdoar, respeitando aquilo que o próximo ainda
está conquistando.
O perdão não significa, porém, conivir com o ato indigno
do outro. Do ponto de vista psicológico, perdoar é não
devolver a ofensa, mas também não é aceitar a ofensa de
maneira indigna, porque um erro é sempre um erro e o
problema é do errado. Hoje o perdão já não é mais
teológico e sim psicoterapêutico: quem perdoa, goza de
saúde, é livre, maduro, capaz de entender que se deve
ter tolerância para com o outro. Mesmo que este não se
compadeça com o perdão, o indivíduo merece livrar-se do
sentimento mau que inculcou em seu pensamento. Olhar
para o outro desarmado e ter a coragem de visualizar
alguém que se pode libertar da pequenez.
Jesus desceu aos mais miseráveis e não se fez pequeno. O
indivíduo necessita da paz que advém da mente que cumpre
o dever, da emoção que aceita a verdade e do corpo que
se prepara para servir.
Dessa maneira extraordinária, Divaldo Franco encerrou
sua oratória naquele plenário, emocionando a todos com
suas reflexões sobre paz, amor e perdão, baseadas no
Evangelho de Jesus Cristo, na Doutrina Espírita e na
Psicologia, e assim conquistou a aclamação dos
presentes, que se levantaram para as palmas entusiastas
e prolongadas.
Após a palestra de Divaldo Franco, a vereadora Adriana
Ramalho fez uma breve saudação, agradecendo ao médium e
orador espírita, dizendo-se emocionada. Para ela,
pode-se enganar qualquer pessoa, até a si mesmo, mas a
Deus, que é ímpar, apesar das diversidades de religiões,
jamais, pois Ele conhece o que vai no coração de cada
indivíduo. Encerrou sua fala dando o testemunho de seu
pai, deputado Ramalho da Construção, que , diagnosticado
com câncer, teve em Jesus e na Federação Espírita do
Estado de São Paulo amparo e consolo para passar por
esta prova.
Texto: Carlyne Paiva.
Fotos: Edgard Patrocínio.