A descoberto
“... nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem
oculto que não haja de saber-se.” – Jesus. (Mateus,
10:26)
Na atualidade, é deveras significativa a extensão do
progresso humano nos variados campos da inteligência.
Pormenores da vida microscópica são vislumbrados por
olhos pesquisadores e argutos.
Ninhos do Cosmo Infinito são tateados por delicada
instrumentação astronômica.
Aparelhagem múltipla ausculta o corpo físico,
desvelando-lhe a intimidade.
Experimentos inúmeros atestam a grandeza de tudo o que
existe no seio da própria Terra.
Avançando em todas as direções, o homem alcança
eloquente patrimônio intelectual, senhoreando leis e
princípios que agrupam os seres e as coisas, mantendo o
equilíbrio e a ordem do Universo.
Entretanto, na razão direta do conhecimento que vai
conquistando, o espírito divisa horizontes mais vastos e
fascinantes, aguçando o esforço do raciocínio. Quanto
mais conhece, mais se lhe amplia aos olhos a imensidão
do desconhecido. Quanto mais lógica no estudo, mais se
lhe patenteia a exiguidade do próprio discernimento,
em face da excelsitude do Todo-Divino.
Alma alguma pode encobrir, para si mesma, as próprias
manifestações no quadro da vida e, de igual modo,
perante a Lei, ninguém consegue disfarçar o menor
pensamento.
Tudo pode ser descortinado, sopesado, medido... Assim,
não só a realidade ainda ignorada por nós, como também
as mentalizações e os atos de nosso próprio caminho,
serão revisados e conhecidos, sempre que semelhante
medida se fizer necessária, no local exato e na época
oportuna.
“Nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem
oculto que não haja de saber-se”, esclarece o Senhor.
Recordemos, assim, o ensinamento vivo em nosso próprio
passo, agindo na esfera particular, como quem vive à
frente da multidão, porquanto os nossos mínimos
movimentos, na soledade ou na sombra, podem ser também
trazidos ao campo da plena luz.
Do livro O Espírito da Verdade,
obra mediúnica psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier.
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