Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

Gentileza: força pacífica


Roberta. Roberta quem no recreio brinca na escola, ri, seus sapatinhos pulando no jardim de flores miúdas. Depois senta à mesa do refeitório dizendo dá licença, por favor, muito obrigada, e canta… Cantando, em voz serena, alguns versos de infância: olha a rosa amarela, Rosa…


Pessoas gentis são mais felizes. Porque a gentileza nos faz mais humanos, menos egoístas, ela nos ajuda a reconhecer o perigo da agressividade, o desvalor da violência, o horror da crueldade.

As crianças se espelham nos adultos. É importante ensinar aos nossos filhos, desde os primeiros anos, padrões de gentileza com persistência. E ensinar atitudes gentis à criança demanda do adulto presença, cuidado, respeito. No dia a dia, em todos os lugares, praticar sem receio as palavrinhas mágicas:  por favor, obrigado, com licença. Não esquecer, por gentileza, o valor de um sorriso.

Nos últimos anos do ensino fundamental, tive um professor grosseiro, deselegante. Não ouvia: impunha. Que momento passei com sua inflexibilidade, meus colegas apavorados com sua selvageria, quando podia, por uma simples decisão voluntária, usar da benevolência com quem aprende, e isso tudo sem ser omisso, injusto, covarde… Pobre professor infeliz, não guardei seu nome…

Virtude da flexibilidade, a gentileza não se restringe à prática de atos polidos, que é um sinal às vezes de puro adestramento, mas implica uma tentativa sincera de trabalhar contra o mal, transcendendo nossa visão egoísta, superficial, e restrita aos nossos próprios interesses. Sim, porque a gentileza nos relacionamentos reflete força pacífica e disposição autêntica para fazer bem aos outros.

Abraços!

Notinha

A palavra “gentil” advém na sua etimologia do latim “gentilis” que significa cortês, delicado, pronto para fazer bem aos outros.

Gentileza “é oposto de guerra, crueldade, brutalidade, agressividade, violência”(Comte-Sponville, A. Trad. Eduardo Brandão. Pequeno tratado das grandes virtudes. SP: Martins Fontes, 1999, p. 178).

As crianças aprendem pelos exemplos. Ensine a criança a cumprimentar as pessoas, agradecer, pedir desculpas, não ignorar as pessoas.

Há contos que ensinam gentileza à criança. As fábulas de La Fontaine é uma boa sugestão.

Participar com a família de atividades sociais/beneficentes ensinam naturalmente gentileza à criança.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita