Jesus
Ele não era um conquistador armado e, de século a
século, aumenta a multidão daqueles que o seguem, n´Ele
reconhecendo o Modelo Divino, ao qual se oferece a vida;
surgiu na palha, ao calor dos animais que o hospedaram
na estrebaria e recorda-se-lhe o nascimento assinalado
pelo fulgor de uma estrela; não dispunha de uma pedra em
que repousar a cabeça e fundou o Reino de Deus, entre as
nações; conquanto se reportasse aos mundos da imensidade
por diversas moradas da Casa universal do
Todo-Misericordioso, escolheu uma pátria que procurou
conchegar ao coração; referia-se aos homens na condição
de filhos do Pai Celestial e devotou-se a um círculo
íntimo de companheiros queridos, vinculando-se a uma
abnegada mãe, a quem amou enternecidamente; embora
revelasse a vida imperecível, encontrou em si mesmo
bastante sentimento humano para chorar a ausência de um
amigo morto; conversou mais detidamente apenas com
alguns sofredores, entre os quais se destacaram pobres
mulheres e crianças de lugarejos esquecidos e traçou os
mais altos ensinamentos que regem a paz e a felicidade
dos povos; viveu em lares singelos e continua
inspirando, até agora, na literatura e na arte, as mais
belas obras-primas da Humanidade; humilde, fez-se
poderoso renovador de consciências; discutido,
sobreleva-se, ainda hoje, pela bondade, a todos os
sofismas dos incrédulos que o desafiam; perseguido pelo
mal, triunfou e triunfa com o bem, esquecendo as
afrontas e abençoando os inimigos; crucificado, venceu a
morte e ressurgiu entre os homens, junto dos quais
permanece, sempre e cada vez mais vivo, em espírito,
como sendo de todos os reformadores da Terra o mais
digno e o mais querido, o mais contestado e o mais
invencível!...
Mensageiro do Pai, erguido à posição de Mestre Divino,
consagrado à nossa educação para a vida eterna, amou-nos
antes que o amássemos e tudo nos dá de si próprio, sem
nada pedir-nos!...
É por isso que todos nós, ano a ano, somos induzidos,
sem distinção de credo e raça, a cultivar o poder da
fraternidade, uns diante dos outros, pelo menos um dia -
O Dia de Natal -, transformando o mundo, por algumas
horas, em Reino de Amor, prelibando as alegrias do Bem
Eterno que nos governará de futuro, a repetir com as
vozes milenárias dos anjos: - “Glória Deus nas Alturas,
paz na Terra, boa vontade para com os homens!...”
Do livro
Antologia Mediúnica do Natal, obra mediúnica
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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