A Revue
Spirite de
1862
Parte 3
Damos prosseguimento
nesta edição ao estudo da Revue Spirite
correspondente ao ano de 1862. O texto condensado do
volume citado será aqui apresentado em 16 partes, com
base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
Questões para debate
A. O que é que os Espíritos diziam em 1862 acerca da
reencarnação?
B. Como os Espíritos definem a Fé?
C. Que disse Adolfo, ex-bispo de Argel, a respeito da
Caridade?
Texto para leitura
25. O sr. Dombre, de Marmande, assina na Revue
uma fábula espírita intitulada “O Vento”, na qual diz o
poeta que o Espiritismo, como a árvore que, sacudida
pelo vento, espalha suas sementes por toda parte,
espalha também, batido pelo vento da incredulidade, as
sementes do amor e do saber austero... (P. 46)
26. Kardec, escrevendo sobre a aceitação da doutrina da
reencarnação na América, informa que os Espíritos sempre
disseram que mais tarde seria estabelecida a unidade
sobre este, como sobre outros pontos. E era o que já
começava a ocorrer no continente americano. A propósito
disso, o Codificador diz que tal crença não lhe
pertence, pois foi ensinada pelos Espíritos a outras
pessoas, antes mesmo da publicação d’ O Livro dos
Espíritos. (P. 48)
27. A Revue diz que os médiuns americanos, no
caso de manifestações físicas, superam em número e força
os da Europa, e sua reputação é muito grande, sobretudo
depois dos fenômenos atribuídos ao Sr. Home. Os abusos
por causa disso têm sido inúmeros, visto que,
anunciando-se como médiuns americanos, os charlatães,
como o Sr. Squire, aproveitavam-se da situação para
explorar os incautos. A Revue reporta-se, assim,
a um prospecto referente à presença em Paris do casal
Eddwards e Julia Girroodd, apresentados como médiuns
americanos. (PP. 48 e 49)
28. O prospecto citado prometia divertimentos e números
de ilusionismo, mas Eddwards Girroodd era, na realidade,
Edouard Girod, procedente não da América, mas de
Saint-Flour, Cantal, França. (PP. 49 a 51)
29. A Revue notícia a ajuda financeira enviada
pela Sociedade Espírita de Paris aos pobres da cidade de
Lyon, transcrevendo, em seguida, uma mensagem de Cárita,
que foi, na Terra, Santa Irene, a Imperatriz. (P. 52)
30. Cárita agradece o gesto, sobretudo porque a boa ação
foi disfarçada sob a capa do anonimato. “A caridade é
suave e merece que se a pratique”, diz Cárita, lembrando
que “pouca coisa é necessária para transformar lágrimas
em alegria, sobretudo em casa do trabalhador que não
está habituado a ver a felicidade visitá-lo com
frequência”. (PP. 52 e 53)
31. Em mensagem sobre a Fé, o Espírito de Georges,
ex-bispo de Périgueux, diz que a Fé é a irmã mais velha
da Esperança e da Caridade, e seu objetivo é erguer o
mundo, sendo o Espiritismo a alavanca que deverá
ajudá-la. A Fé sem obras, diz Georges, é um semblante de
fé, porque a verdadeira Fé é vida e ação. (P. 54)
32. Dissertando sobre a Caridade, o Espírito de Adolfo,
ex-bispo de Argel, diz que a Caridade conhece todos os
infortúnios, todas as dores e todas as aflições. É a mãe
dos órfãos, a filha dos velhos, a protetora das viúvas.
Cura as chagas infectas; trata de todos os doentes;
veste, alimenta e abriga os que nada têm, mas socorre
também os ricos. (P. 56)
33. Lázaro assevera que o esquecimento das injúrias é a
perfeição da alma, como o perdão das feridas feitas à
verdade é a perfeição do Espírito. E Jesus é, nesse
sentido, para todos nós, o modelo a ser seguido. (P. 57)
34. Comentando mensagem de Lázaro, Kardec diz que há
duas espécies de instintos: o animal e o moral. O
primeiro é orgânico e é dado a todos os seres. O segundo
– propensão para fazer o bem ou o mal – é privilégio do
homem. (P. 59)
35. Em mensagem dada em Paris, o Espírito de Lamennais
ensina que as várias ações meritórias para o Espírito
após a morte são, principalmente, as do coração, mais
que as da inteligência. (P. 60) (Continua no próximo
número.)
Respostas às questões
A. O que é que os Espíritos diziam em 1862 acerca da
reencarnação?
Segundo Kardec, em comentário a respeito da não
aceitação da doutrina da reencarnação na América, os
Espíritos sempre disseram que no futuro seria
estabelecida a unidade sobre esse como sobre outros
pontos. E era isso que já começava a ocorrer no
continente americano. (Revue Spirite de 1862, p.
48.)
B. Como os Espíritos definem a Fé?
Numa mensagem sobre esse tema, o Espírito de Georges,
ex-bispo de Périgueux, diz que a Fé é a irmã mais velha
da Esperança e da Caridade, e seu objetivo é erguer o
mundo, sendo o Espiritismo a alavanca que deverá
ajudá-la. A Fé sem obras, diz ele, é um semblante de fé,
porque a verdadeira Fé é vida e ação. (Obra citada, p.
54.)
C. Que disse Adolfo, ex-bispo de Argel, a respeito da
Caridade?
Disse ele que a Caridade conhece todos os infortúnios,
todas as dores e todas as aflições. Ela é a mãe dos
órfãos, a filha dos velhos, a protetora das viúvas. Cura
as chagas infectas; trata de todos os doentes; veste,
alimenta e abriga os que nada têm, mas socorre também os
ricos. (Obra citada, p. 56.)