Movimento Você e a Paz
completa 20 anos de atividades
Teve
início em 13/12/17 a vigésima edição do Movimento
Você e a Paz em Salvador/BA. No ano de 2017, após
percorrer outras cidades da Bahia e de diferentes
Estados, e com apresentações em outros países das
Américas e da Europa, o Movimento Você e a Paz é
desenvolvido, com grande sucesso, através de
apresentações na capital baiana. Este ano os eventos
aconteceram em 15/12 no Farol da Barra; 17/12 no
Shopping da Bahia; e em 19/12 na Praça do Campo Grande,
encerrando o ano e comemorando a data oficial da paz no
município de Salvador.
Dique do Tororó
Nunca necessitamos tanto de paz, a sociedade tem fome,
fome de justiça, de bondade, de amor.
(Divaldo Franco)
Com
o Dique do Tororó engalanado, criando um clima pacífico,
bucólico e de tranquilidade, o público se fez presente
em grande número, tomando todos os espaços para ouvir a
mensagem de paz. O momento artístico esteve sob a
direção da cantora Cássia Aguiar que, com sua
performance, animou o público muito participativo.
João
Araújo, o mestre de cerimônia, externou a gratidão do
Movimento Você e a Paz à Rede Bahia de Televisão,
que muito tem feito em prol da divulgação desse evento
ímpar. Representando as caravanas nacionais e
internacionais presentes participaram do palco Francisco
Ferraz, do Paraná, e Milciades Lezcano, da Federação
Espírita do Paraguai, respectivamente. O palco foi
composto, também, por Demétrio Ataíde Lisboa, presidente
do Centro Espírita Caminho da Redenção e da Mansão do
Caminho, André Luiz Peixinho, presidente da Federação
Espírita do Estado da Bahia, e os expositores do evento,
Ruth Brasil Mesquita, Marcel Mariano e Divaldo Franco.
Com
a certeza de que todos desejam a paz e uma sociedade
mais humana e justa, o Movimento Você e a Paz se
apresenta em praça pública, mobilizando milhares de
pessoas que anseiam por paz e justiça social.
Ruth
Mesquita se expressou destacando que todos almejam a
paz, que é possível viver em paz, pois que esse
sentimento faz parte do psiquismo do homem, que a cada
dia aprende a lidar, com mais eficácia, com as
vicissitudes da vida, vivendo em estado de paz, sem se
deixar perturbar pelos tormentos e sobressaltos
inerentes à vida.
Marcel Mariano homenageou, postumamente, o Monsenhor
Gaspar Sadoc, dedicado servidor da paz, repetindo a
frase inicial de seus discursos sacros: Povo de Deus!
Destacando um evento alarmista que vem sendo divulgado
por meio da mídia eletrônica, disse que há hoje os
crimes cibernéticos, verdadeiro terrorismo a provocar
pavor entre as pessoas. Naturalmente que a Internet
apresenta recursos e conhecimentos construtivos, porém,
o mal encontrou nesse nicho uma ferramenta para
disseminar a violência, perturbando sobremaneira a
sociedade humana, em ações destrutivas. Deixando uma
mensagem de esperança, Marcel destacou a importância de
Jesus na vida dos cristãos, que devem homenageá-lo,
permitindo que a Sua mensagem renasça em seus corações.
Divaldo Pereira Franco, o idealizador desse movimento
divulgador da paz e em sendo Embaixador da Paz no Mundo,
discorreu sobre as ações pacifistas de Léon Tolstói,
escritor russo que se converteu ao cristianismo,
abdicando de seu título de nobreza, tendo adotado e
difundido o conceito da não-violência.
Ele
buscou uma vida simples e próxima à natureza, difundiu
suas ideias em panfletos, ensaios e peças teatrais,
criticando a sociedade e o intelectualismo estéril a tal
ponto que influenciou um importante admirador:
Mahatma Gandhi que, por sua vez, fascinado pela
mensagem do Cristo, influenciou, através da obra de
Tolstói, o pastor Martin Luther King Jr em
sua trajetória pacifista, de não-violência, libertando
seus irmãos oprimidos pelos conceitos e conflitos
raciais. É o amor a se expressar libertando o homem,
tornando-o mais feliz e fraterno. Gandhi teve a
oportunidade de afirmar, embora não sendo cristão, que
se a humanidade perdesse todos os livros e se o Sermão
da Montanha fosse preservado, esse bastaria para que a
humanidade construísse uma vida feliz.
Não
resolve ser contra a violência, é necessário ser a favor
da não-violência. Foi com esse pensamento que Divaldo
Franco, sob a orientação de sua mentora espiritual,
Joanna de Ângelis, fundou há vinte anos o Movimento
Você e a Paz. Inicialmente, voltado aos jovens nas
escolas, não prosperou por falta de receptividade.
Apresentando-se, então, nas praças públicas, o Movimento
vem se reafirmando e crescendo, sensibilizando corações,
esclarecendo mentes, atraindo multidões.
A
canção Paz pela Paz, de Nando Cordel, composta
especialmente para o Movimento, tornou-se o seu hino
oficial, uma marca característica. A Organização Mundial
da saúde estabeleceu que a violência é uma doença da
alma, e somente na alma ela pode ser tratada. A saga
é transformar a violência em ternura, de silenciar o
rancor, de passar incompreendido de vista baixa, por que
o coração está eivado da certeza de que o bem triunfa. A
humanidade necessita de paz. Nunca a necessitamos tanto
quanto hoje.
A
sociedade vive armada contra si mesma, que se degrada
para se esquecer da sua pequenez, que se deixa vencer
pela drogadição para fugir da consciência, que explode
na intimidade do lar. Nunca necessitamos tanto de
paz, a sociedade tem fome, fome de justiça, fome de
bondade, fome de amor.
Narrou, o ínclito orador, arauto do evangelho e do amor,
que estando em uma grande urbe, encontrou alguém
chorando. Era noite, tremeluziam as luzes do natal, e
não falando fluentemente o idioma do desafortunado, e
ouvindo na intimidade da alma: leva-lhe uma palavra,
que te custa? Tu não podes dialogar muito, mas podes
dizer-lhe o essencial. Voltando àquele recanto
escuro em que alguém chorava terrivelmente, tocou na
pessoa, perguntando-lhe se poderia ajudar.
Os
olhos lacrimejantes, parecendo duas estrelas, fitaram
com surpresa a presença de Divaldo que lhe disse:
acredite em Deus, isto vai passar, acredite em Deus!
Permita-me dar-lhe um abraço. A pessoa debruçou-se
sobre o ombro de Divaldo, chorou copiosamente e
despediu-se. Sensibilizado, Divaldo disse ter acreditado
que aquela criatura era Jesus em sua simbologia. Era
Jesus chorando na grande urbe, procurando alguém que o
consolasse. Era o Cristo de Deus diante de tanta
opulência, de tanto poder e de tanta miséria, de grande
angustia, de alto índice de suicídio, de indignidade, de
drogadição. Era Jesus lamentando.
Divaldo, então, agradeceu a Jesus, lembrando de uma
lenda antiga, onde Pedro, ao enfrentar dificuldades em
Roma, quando os primeiros cristãos eram perseguidos,
havia tomado a decisão de se refugiar, para preservar a
vida. Saindo da cidade, encontrou Jesus que lhe disse:
Pedro, estou indo para morrer com aqueles que
abandonastes. Eu vou atendê-los nas masmorras, nas
arenas, eu vou socorrê-los nas fogueiras, eu vou morrer
com eles nos dentes das feras. Pedro, então, tocado pelo
amor voltou sobre seus próprios passos e foi ter com os
que estavam sendo imolados nas fogueiras, devorados nos
circos e crucificados, dando a sua vida em nome do amor,
em nome de Jesus.
Almas queridas que me ouvis, exclamou o Embaixador da
Paz no Mundo, permitam-me repetir uma frase do Nobel
Albert Schweitzer que com estoicismo disse:
Senhora Duquesa, enquanto os nobres não darem a vida, os
vulgares nada farão. É necessário que eu vá para lá afim
de que outros, um dia, tocados pelo meu exemplo, possam
também participar da grande campanha de amor aos
miseráveis.
É
necessário, disse Divaldo, não escutemos o canto de
sereia das ilusões mentirosas do prazer, que aceitemos
viver em gáudio e júbilo, com a consciência tranquila do
dever retamente cumprido, em paz, desfrutando de
harmonia, com o coração pacificado, e que nos seja
lícito amar sem nos envergonharmos. Será necessário
dizer ao outro, eu te amo, a fazer silêncio para que o
outro fale, sendo mensageiro da paz. Será necessário
acalmar o lobo interno para que a felicidade e a paz se
instalem, amando incondicionalmente, seja quem for,
mesmo aqueles que se demonstrem contrários.
Desejando um feliz natal com um ano novo de paz e
prosperidade, Divaldo encerrou o inolvidável evento no
Dique do Tororó, entoando com o público a canção Paz
pela Paz, de Nando Cordel, sob aplausos intensos e
abraços efusivos. É o semeador arando os corações e
lançando-lhes as sementes do amor e da paz.
Farol da Barra
Não basta não ser violento, é necessário ser pacífico,
tendo a caridade como móvel da vida.
(Divaldo Franco)
Ao
entardecer do dia 15 de dezembro de 2017 o Você e a
Paz se apresentou no Farol da Barra, tradicional
ponto turístico de Salvador/BA acolhendo as pessoas
sedentas de paz. O cair da noite agradável, com cores
suaves e generosa brisa, deu as boas-vindas ao público
expectante pelos discursos estimuladores da paz.
Enquanto o momento de abertura era esperado, os
presentes dialogavam entre si. Silenciaram ante a voz
maviosa de Vanda Otéro, protagonista do belo momento
artístico. A Banda de Música da Policia Militar do
Estado da Bahia, Banda Maestro João Antônio Vanderlei,
se apresentou executando o Hino Nacional, cantado por
todos, bem como fez outras excelentes apresentações
musicais.
Após
os agradecimentos à Rede de Televisão Bahia, João
Araújo, o mestre de cerimônias, chamou ao palco a Monja
Coen Roshi, Zen-Budista; Roberto Crema, Reitor da
UNIPAZ; Demétrio Lisboa, presidente do Centro Espírita
Caminho da Redenção e da Mansão do Caminho; Jonas
Pinheiro, representando as caravanas nacionais
presentes; Sara Schlumpf, representando as caravanas
internacionais; Padre Olavo Amarante; Marcel Mariano;
Ruth Mesquita; e Divaldo Franco. Joanna de Ângelis,
Espírito, afirma ser necessário visualizar a paz e agir
na paz, construindo assim a paz interna que se expandirá
para o exterior, construindo uma sociedade pacífica.
A
Monja Coen Roshi, Zen-Budista, em um pequeno exercício
de respiração pretendeu realizar a interligação entre
todos e tudo, agindo sem críticas, acolhendo as
criaturas, sendo a paz que deseja na Terra. Os seres
humanos, disse, são átomos de paz no mundo que com
gestos de acolhimento, recebem o amor como bênçãos.
Roberto Crema, Antropólogo, Psicólogo e Mestre em
Ciências Humanas e Sociais pela Universidade de Paris,
Reitor da Universidade Internacional da Paz – UNIPAZ,
externando a sua gratidão a Divaldo Franco, recebeu
antecipadamente o Troféu Você e a Paz, na
categoria Instituição que valoriza, por compromissos
inadiáveis que o impediram de participar da premiação
habitual no dia 19 de dezembro. Destacou que a paz pode
e deve ser cultivada dentro de cada indivíduo,
produzindo amor, humildade, bondade e serenidade.
Divaldo Franco, assomando à tribuna, realizou um passeio
pela história da humanidade, no ocidente e no oriente. É
uma história de beligerância, destruição, causadora de
dores e sofrimentos, onde o poder foi utilizado para
subjugar, oprimir, tolhendo a liberdade de muitos. Raros
foram os momentos em que a paz reinou timidamente. De
Ramsés II aos déspotas atuais, a violência foi a
constante encontrada nas civilizações que foram se
sobrepondo umas às outras no desfilar dos séculos.
Sob
o governo de Caio Júlio César Otávio a humanidade
desfrutou de um período de considerável paz. Eram os
preparativos para que o homem recebesse o Mestre
Nazareno, que na humildade, desprovido de poder
temporal, pudesse vir ter com seus diletos irmãos, os
seus cordeiros tresmalhados. A paz de Jesus perturbou os
poderosos do momento, tanto quando nos dias atuais. Ele
apresentou e vivenciou as dúlcidas mensagens do amor,
tornando-se exemplo ímpar.
Como
o progresso é inexorável, a divindade, atenta as
necessidades evolutivas do homem sobre a face da Terra,
conjugou esforços, e as ciências, as artes, as relações
sociais, a filosofia, foram se aprimorando, produzindo
um homem mais inteligente. Porém, o desenvolvimento
ético-moral, ainda somente vislumbrado, não se efetivou
nas mentes humanas em geral. Com os corações
endurecidos, buscando o poder temporal, o homem deixou
de considerar a paz, para viver na obscuridade da
violência.
No
Século XIX o homem logrou avançar no conhecimento.
Grandes conquistas foram realizadas nos campos sociais,
econômicos e intelectuais. A Doutrina Espírita, através
do trabalho grandioso e árduo de Allan Kardec se
apresentou à sociedade humana, permitindo ao homem
maiores reflexões sobre a vida, a sua origem e
destinação, a imortalidade e a vida espiritual, as
relações entre o material e o espiritual, a caridade
como medida exata para a paz, amando e servindo sem
esperar qualquer retorno.
Aqueles que foram tocados pela mensagem imorredoura do
Cristo, doam suas vidas em benefício de seus
semelhantes, seja no sentido literal, ou figurado. Para
tal, não faltam exemplos dessas doações e seus doadores.
Por outro lado, as vidas vazias de sentido têm levado
criaturas ao suicídio, porque se esqueceram da arte
milenar chamada amor.
A
vida é um bem muito precioso, o homem é o que ele pensa
e faz. O dever moral do cristão consciente é acolher e
minimizar a necessidade dos que tem fome e medo, dos que
são humilhados e suplicam compaixão, dos que foram
jogados nos antros de dor e de degradação.
Que
a paz seja o pábulo de amor, com vida exuberante. Não
basta não ser violento, é necessário ser pacífico, tendo
a caridade como móvel da vida. Há anos Divaldo Franco
abraçou a não-violência para falar que se pode mudar o
mundo, mudando de comportamento. A paz é Deus no coração
do homem. Só há sofrimento porque há apego. Que cada um
coloque a sua gota de água de paz para combater o
devastador incêndio da violência em todos os matizes e
modulações.
Essas foram as recomendações do Embaixador da Paz no
Mundo, que, contagiando os presentes, finalizou o
magnífico encontro entoando com todos, a canção Paz pela
Paz, de Nando Cordel. Encerrado o evento, os abraços e
apertos de mão se sucederam em legitima troca de
vibrações pacificadoras e, porque o Arauto do Evangelho
tocou o imo das almas presentes, alguns derramaram
lágrimas de emoção e de certeza que o amor é a solução
para a paz duradoura.
Shopping da Bahia
Há que se viver de tal forma que o mal dos maus não te
faça mal, mas que o bem dos bons produza harmonia e
progresso espiritual.
(Divaldo Franco, o Semeador de Estrelas)
Em
continuidade a programação do Movimento Você e a Paz
na cidade de Salvador/BA, na sua vigésima edição, o
evento foi levado a efeito na área externa do Shopping
da Bahia no dia 17/12/17. O público, tomando todos os
espaços disponíveis, se fez participativo, reafirmando o
desejo de uma construção segura de paz íntima. Cássia
Aguiar e seu grupo musical, e Joca com sua banda
animaram os presentes que participaram efetivamente,
interagindo com os músicos, em um momento de grande
alegria.
O
Padre Manoel Olavo Amarante foi chamado ao palco para
representar as caravanas nacionais e internacionais
presentes. Demétrio Ataíde Lisboa, presidente do Centro
Espírita Caminho da Redenção e Mansão do Caminho; Marcel
Mariano, Ruth Brasil Mesquita e Divaldo Pereira Franco
completaram o palco sob a supervisão da organizadora do
Movimento Telma Sarraf. João Araújo, mestre de
cerimônias, coordenou as apresentações. O Movimento
Você e a Paz reafirma o desejo de querer paz,
buscando construir uma sociedade mais solidária, mais
fraterna e com mais beleza. Pensar em paz e agir com
pacificação, exteriorizando-a de tal forma que ela se
estabeleça onde estejas e com quem te encontres, é a
orientação da Mentora Joanna de Ângelis. A paz em mim
ajudará a paz no mundo, vencendo a violência, o maior
flagelo da atualidade.
Ruth
Brasil Mesquita classifica o ser humano como potência de
paz. Ela destacou que a falta de comunicação entre as
criaturas humanas tem gerado grandes transtornos, até
mesmo para compreender a atitude de crianças
classificadas como hiperativas. Algumas há, que em
aprendendo a matéria de pronto, se desinteressam por
outras quaisquer explicações ou orientações. Duas
meninas, gêmeas, pelo comportamento que apresentavam,
sempre irrequietas, foram levadas ao psiquiatra a pedido
da escola. Na consulta se comportaram exemplarmente,
agindo como duas meninas tranquilas, normais, motivando
o psiquiatra dizer que o problema eram os pais e a
escola, sinalizando que os adultos precisam apreender a
conviver com essas mentes férteis e indóceis.
O
ser humano se encontra consigo mesmo quando a paz está
dentro dele. Assim, outras criaturas que escapam aos
modelos tradicionais de comportamento, sofrem pela
incompreensão e desconhecimento de seus potenciais. É
necessário buscar uma qualificação apropriada para se
trabalhar com criaturas que vem inovando atitudes
comportamentais no seio da sociedade humana.
Marcel Mariano, apresentando um quadro estatístico do
índice de violência no Brasil, superior aos dos países
envolvidos em conflitos bélicos, ressaltou a necessidade
de uma educação qualificada e que desenvolva o
sentimento de cidadão responsável para atuar na
sociedade. Para tal, disse ser necessária a mudança da
grade curricular para as escolas brasileiras,
introduzindo disciplinas voltadas a formação do caráter
e do civismo. Hoje, o ser tecnológico perdeu o interesse
pelo seu semelhante e distanciando-se, frequentando as
redes sociais, não percebe que as relações humanas se
diluem.
Os
tratados de paz firmados entre as nações não são
duradouros. O acordo é quebrado logo após, pois que o
ser humano, belicoso, não se pacificou. É preciso
desenvolver uma cultura de paz, começando pela família,
levada para a escola e para as ruas, gerando gentileza,
brandura e serenidade. O Movimento Você e a Paz
está nas ruas para contribuir na pacificação do ser
humano que pouco a pouco aprende a conjugar o verbo
pazear. A paz deixou de ser somente um substantivo,
para se tornar um verbo, já constante nos dicionários,
indicando que para se ter paz será necessário agir, isto
é, pazear.
Divaldo Pereira Franco, o idealizador de magnífico
movimento pacifista, frisou que Israel, após 400 anos de
grande provação, experimentando o silêncio dos deuses
que haviam deixando de mandar as suas mensagens de
ternura e amor, experimentava as injunções violentas,
passando a pertencer aos sírios sob o império romano,
ditando-lhes comportamento e impondo-lhes a cultura. A
história avança, o pensamento grego de Esparta
cedeu lugar ao canto de Atenas.
Caio
Júlio Cesar Otaviano governou para um povo feliz, que
experimentava um pouco de paz e o povo feliz possui como
referência a casa imperial, assinalando o século em que
viveu. Neste mesmo período nasceria aquele que seria a
luz do mundo, Jesus, o filho de José. Seu berço dividiu
a história da humanidade, passando a ser contada em
antes e depois. Pacífico e pacificador, Sua mensagem é o
amor. Em apenas três anos Ele mudou um panorama que
perdurava há sete mil anos. Qual era a sua
peculiaridade? Dava sentido à vida dos sofredores e que
com suas mãos curou e amparou, atendendo e dando o licor
da alegria de viver.
O
Homem Jesus servia e cumpria a lei, havendo em si
autoridade moral, e por isso o chamavam de Senhor. Ele
curou cegos, dobrou os orgulhosos, seus feitos de amor e
de paz ecoavam nos vales e montanhas despertando as
consciências tumultuadas. Em cada caso, um novo
ensinamento, uma nova maneira de ver e entender a vida.
Para
ilustrar o poder do amor e da paz, Divaldo contou a
história de Mohamed, o Justo. Era muçulmano.
Examinava todos os casos segundo a ótica do livro
sagrado. Possuía um sentido apurado sobre justiça, amor
e caridade. Em determinada ocasião, segue contando
Divaldo, o monarca meditava passeando em seus jardins,
quando teve sua atenção despertada por uma balbúrdia.
Acercou-se e viu uma mulher em andrajos. Estava agachada
e chorava. Com ela havia algumas frutas. Seu
Grão-Vizir, ou primeiro ministro, acusava-a.
Ante
o quadro, Mohamed - O Justo indagou seu ministro
sobre os acontecimentos, sendo informado que aquela
mulher havia furtado frutos do pomar real, e isto era um
crime. Mohamed dirige-se à mulher e pergunta-lhe
sobre a acusação. Ela disse que era viúva e tinha um
filho muito doente em casa, que estava faminto, à beira
da morte. Desesperada saiu a mendigar. Nada conseguiu.
Havia ido à feira para, pelo menos, recolher as sobras,
os descartes naturais. Inacreditavelmente, neste dia,
nada sobrou ou foi descartado.
Retornando ao lar, sem nada levar, e ao passar pelo
pomar real observou inúmeras frutas no chão, que por
certo não seriam aproveitas. Sabia ser proibido colher
frutas naquele pomar e que poderia ser punida. Sua
angústia era demasiada. Pensava no filho à beira da
morte. Recolheu algumas frutas na barra de sua saia. Foi
apanhada cometendo o crime.
Inteirado que a sentença seria a lapidação, propôs
Mohamed - o Justo que passassem à execução ali mesmo
onde o crime havia acontecido. Seu Grão-Vizir
disse-lhe que a criminosa deveria ser apedrejada no
templo, local sagrado onde estavam depositadas as pedras
para tal mister, e que ali, onde se encontravam, não
haviam pedras. Mohamed, então, retirou seus
anéis, apanhou as pedras preciosas que adornavam suas
vestes, sugerindo aos demais que fizessem o mesmo.
Começou a lançar suas joias contra a criminosa. Fez o
mesmo com a gema que adornava seu turbante. Os demais,
relutantes, o acompanharam.
A
mulher estupefata não compreendeu e, aturdida ouviu seu
Soberano dizer-lhe para recolher todas as pedras e que
as vendesse para dar de comer aos seus filhos, estando
livre a partir daquele momento, pois que a sentença
havia sido cumprida, e que Alá a abençoasse e que não
voltasse mais a fazer o que fizera.
Destacou o lúcido orador que o brasileiro fez uma
inversão de valores. Voltamo-nos contra as vítimas,
enquanto os algozes são tratados com deferência e falsa
postura. Onde estão os títeres, os sádicos, os
administradores venais? De onde eles vieram? São frutos
da sociedade violenta que ajudamos a construir, pois que
a violência está em cada indivíduo. É uma herança do
primarismo do homem que gastou um bilhão e quinhentos
mil anos para desenvolver a sensação de medo e de ira, e
somente a menos de cem mil anos é que o homem começou a
desenvolver o sentimento do amor.
No
período da razão, dos sentimentos, deveria o homem a
aprender a desarmar-se contra o seu semelhante para
passar a amá-lo. A criatura conflitada consigo mesma se
constitui belicosa, aceitando toda e qualquer provocação
ou ofensa, agredindo por que não sabe amar. Há que se
viver, disse o Semeador de Estrelas, de tal forma que o
mal dos maus não lhe faça mal, mas que o bem dos bons
produza harmonia e progresso espiritual.
O
psicólogo e teólogo norte-americano Rollo May afirma que
a sociedade humana perdeu o rumo por abandonar as
tradições, a solidariedade. Jesus, o homem dócil,
acolhedor, amoroso e dotado de profunda compaixão com os
que sofrem, possui um coração pleno de amor. A vida não
é constituída somente por aflições. O céu e as estrelas
nos convidam a desenvolver a paz interior, respeitosa,
construída na intimidade de cada indivíduo.
Declamando o Poema da Gratidão, de Amélia Rodrigues,
Divaldo finalizou o seu discurso, passando todos, então,
a entoarem o hino do Movimento Você e a Paz: a
canção Paz pela Paz, de Nando Cordel. Com sentida emoção
os presentes se abraçaram formulando votos de paz uns
para os outros, congraçando almas, produzindo paz
íntima.
Entrevista à TV Bahia
Você é uma estrela de paz, sendo natural, ainda, sentir
ira, medo, que tenha raiva, porém, que não se permita
fazer o mal.
(Divaldo Franco)
Em
19 de dezembro o Movimento Você e a Paz completou
20 anos de divulgação sistemática da não violência,
levando aos corações sedentos de paz a mensagem do amor
que liberta os indivíduos das amarras do ódio, da raiva,
da indiferença, da solidão, da miséria moral. Desde o
seu momento inicial, o movimento tem arregimentado
multidões, tanto no Brasil, quanto no Exterior,
apresentando reflexões que conduzem as criaturas a
perdoar, a amar, a respeitar o seu semelhante como
gostaria de ser respeitado.
Idealizado por Divaldo Pereira Franco, o Você e a Paz,
em Salvador, capital da Bahia, o dia 19 de dezembro é
reverenciado como data oficial, cívica e cultural do
município. Todos os anos, na Praça Dois de Julho, no
Campo Grande, acontece o evento de culminância das
atividades anuais, marcando o seu encerramento com a
presença de milhares de pessoas que buscam uma proposta
da paz apresentada por diversas personalidades dos
campos sociais, filosóficos e religiosos. Este é um
grande acontecimento ecumênico e apolítico.
Cercado de carinho e de sentimento de gratidão, Divaldo
Franco foi recebido, na parte da manhã, como de hábito,
pelos funcionários e profissionais da área da
comunicação social da Rede Bahia de Televisão. Desde o
momento em que chegou às instalações, foi avidamente
disputado para entrevistas, cumprimentos, elogios e
fotos, atendendo-os com o seu característico sorriso e
bonomia. No programa Bahia Meio-Dia, Divaldo em sua
entrevista destacou, com sua concisão de sempre, que a
paz interior construída na intimidade de cada indivíduo
torna-o uma criatura pacificada. Frisou a necessidade de
os cidadãos compreenderem que os governantes saem do
seio da sociedade, e, portanto, é o próprio cidadão o
responsável pelo que acontece no campo político e social
da nação. Na atualidade já há um sentimento, um desejo
de pacificação, com avanços importantes que levam o
homem e a mulher a um despertar de suas potencialidades.
Apresentando flashes da Mansão do Caminho, com suas
diversas atividades, a reportagem da TV Bahia designou-a
como a “cidade da fé”, “a casa de amor”, para dizer que
no seu interior as desigualdades não existem, conforme
depoimento de seus assistidos, com alguns se
constituindo, hoje, em dedicados voluntários. Ali são
resgatados os valores morais de crianças e pais. O
discurso na Mansão do Caminho se torna real, promovendo
a paz através da aplicação do bem.
A
violência, destacou o nobre médium e humanista Divaldo
Franco, é uma doença do Espírito, da alma, e como tal
deve ser tratada, conforme recomenda a Organização
Mundial da Saúde. A Mansão do Caminho é uma instituição
que atende o cidadão sem considerar a sua crença
religiosa, por que o amor é universal. Salientou que
preserva a sua crença na criatura humana, amando-a sem
outras considerações.
Sua
mensagem foi de que a vida é aquilo que dela o indivíduo
faz. Assim, seja você aquele que faz ao outro o que
gostaria que te fosse feito. O homem, depois de
tentar outras formas de agir, e que não produziram
resultados bons, deve tentar, agora, o amor, a salvação
para a humanidade.
Campo Grande
O
homem moderno, tecnológico, deve aprender a servir,
saindo um pouco de dentro de si para doar-se ao seu
próximo. Esse homem deve se tornar um servidor do bem,
desfrutando da felicidade relativa, com alegria, tendo a
coragem de cantar a melodia da ternura.
(Divaldo Franco)
Ao
entardecer, a Praça Dois de Julho, no Campo Grande, foi
tomada pelo público formado por milhares de pessoas para
assistir o magno evento Você e a Paz. Destaque
seja feito ao ingente e perseverante, exaustivo e
produtivo trabalho realizado nos bastidores, executado
no silêncio e no anonimato pelas mãos de inúmeros
voluntários e funcionários sob a coordenação segura e
agregadora de Telma Sarraf, vice-presidente do Centro
Espírita Caminho da Redenção e Mansão do Caminho.
O
momento artístico, animando o público, esteve sob a
responsabilidade de Nando Cordel; Assis Diomar,
Cristiane e Luanna; e da cantora lírica Anatasha
Meckenna. A música é a voz de Deus na Terra, dizem os
poetas. A Banda de Música do 2º Distrito Naval da
Marinha do Brasil se apresentou magnificamente,
estimulando o público.
O
Governador do Estado da Bahia, Rui Costa esteve
representado por Olívia Santana, titular da Secretaria
do Trabalho, Emprego, Renda, Esporte e Políticas para as
Mulheres, Olívia Santana. Outras autoridades municipais
e estaduais estiveram presentes ou representadas, bem
como vários líderes sociais e religiosos que acolheram o
convite para a participação desse movimento ecumênico e
apolítico.
Foram agraciados com o Troféu Você e a Paz, na
categoria pessoa física que se doa, os seguintes: Wania
Howard, do Projeto Crescer; Dalvacy Gomes e Edmar Dias,
do Projeto Terapeutas do Riso; Adailton José dos Santos
Filho, do Projeto Superação; Major PM Denice Santiago
Rosário, da Ronda Maria da Penha; e Divaldo Pereira
Franco, da Mansão do Caminho. Na categoria instituição
que realiza foram agraciadas: Instituição Teto;
Instituto Central de Cidadania; e Núcleo de Atendimento
à Criança com Paralisia Cerebral. Na categoria empresa
que viabiliza o premiado foi o Instituto João Carlos
Pereira Mendonça. Igualmente foram homenageados com
placas comemorativas a 20ª edição do Você e a Paz,
seis personalidades que realizaram permanentes esforços
para que a paz se estabeleça, construindo relações de
boa convivência.
O
Movimento Você e a Paz possui o compromisso
inarredável de construir a fraternidade, uma mudança de
comportamento que leve os indivíduos a desenvolverem a
consciência de paz, construindo um mundo pacificado e
que o amor e a humanização nas relações sejam
constantes.
Pronunciaram-se, estimulando a paz íntima e a
convivência pacificada com os demais membros da
sociedade humana, construindo a paz nas mentes e
corações, a Secretária Olívia Santana; Comandante-Geral
da PM do Estado da Bahia, o Coronel PM Anselmo Alves
Brandão; Sheik Abdul Ahmad, do Centro Cultural Islâmico
da Bahia; Marcia Maria Ferreira de Brito, representando
as religiões de matriz africana; o Pastor Djalma Torres,
representando os Evangélicos; o Monge Budista Kelsang
Tenchog; e o Padre Manoel Olavo Amarante, representando
os católicos.
Divaldo Franco, o idealizador do Movimento Você e a
Paz, humanista e grande divulgador do Espiritismo no
Brasil e no Exterior, discorreu sobre as duas faces que
o ser humano possui, se expressando através de uma ou de
outra, conforme a situação em que vive e os sentimentos
que são despertados nestas condições. Uma das faces pode
espelhar serenidade, mansuetude e solidariedade quando
tudo lhe é favorável e agradável, por exemplo; e outra,
bem diversa, quando o indivíduo se deixa dominar pelo
ódio, a ira, o rancor, com desejos de vingança,
chegando, inclusive, vivenciando essa face negativa, a
cometer crimes. A face da bondade retrata os sentimentos
nobres, já a face da maldade, o indivíduo se apresenta
sob a aparência do sofrimento.
O
homem, na sua estrada ascensional, em seus primórdios,
onde os instintos predominavam, o medo foi a primeira
emoção desenvolvida. A essa se seguiu, em continuidade,
a ira. A angústia e o pavor tomaram conta daquela
criatura primitiva, assim permanecendo por milênios.
Mais tarde, isto é, muito recentemente, há cerca de 100
mil anos, surgiu o amor, uma emoção ainda imatura, sob a
influência do ego, necessitando de educação e
aprimoramento. O Medo é a base, a ira é a sua
consequência, o amor é jovem, recente, construindo um
homem dotado com as bases dos sentimentos. O homem ainda
se expressa ora com a face de Jesus, ora com a de Judas,
de acordo com os sentimentos que vive e as
circunstâncias do momento.
Destacando as qualidades de Jesus e seus ensinamentos,
Divaldo indagou, que homem é esse? Jesus foi o maior
filósofo que a humanidade jamais viu. É lembrado por
todas as frases que proferiu. Dos demais filósofos,
somente poucas frases são lembradas. Na senda evolutiva
será necessário que o homem se conscientize de que é
filho de Deus, criado para a plenitude. Jesus veio
ensinar como alcançar essa plenitude. Assim, evoluindo,
o homem será capaz de mudar o mundo através da sua
transformação moral, construindo-o a partir de si mesmo.
Pelo autoconhecimento e a natural transformação moral
para melhor, o homem conhecerá a felicidade.
Você
é essa estrela de paz, asseverou o nobre conferencista,
alertando que é natural sentir ira, medo, que tenha
raiva, porém, que não se permita fazer o mal. É
necessário observar que há pessoas dedicadas ao bem. Em
linhas gerais, as criaturas pertencem a classe do amor.
Esse é um período de bênçãos. Os seres humanos devem
aprender a não maldizer os demais, todos são oriundos do
seio da mesma sociedade em que se está inserido, somos
todos irmãos, portanto. Os homens estão experimentando
uma nova fase, as máscaras de muitos estão caindo e
naturalmente há um movimento em sentido contrário
provocando perturbação social, balburdia.
O
homem moderno, tecnológico, deve aprender a servir,
saindo um pouco de dentro de si para doar-se ao seu
próximo. Esse homem deve se tornar um servidor do bem,
desfrutando da felicidade relativa, com alegria, tendo a
coragem de cantar a melodia da ternura. A paz do mundo
começa em cada ser humano. Ela não está fora, pelo
contrário, está dentro de cada um. Encerrado o ato sob
aplausos intensos, o hino do Movimento Você e a Paz
- Paz pela Paz, de Nando Cordel -, foi entoado por todos
com sentida emoção e felicidade pelo encontro pacifico e
pacificador. Os abraços e votos de paz, de exaltação ao
natal de Jesus, destacando a recepção ao Ano Novo,
possibilitou que as pessoas se demorassem para sair
daquele ambiente luarizado pela paz, pelo amor, pelas
bênçãos divinas. Assim se encerrou a vigésima edição do
Movimento Você e a Paz, em momento grandioso,
ante milhares de pessoas.
Nota do autor:
As
fotos desta reportagem são de Jorge Moehlecke.