Estudando as obras
de Manoel Philomeno
de Miranda

por Thiago Bernardes

 

Entre os Dois Mundos

(Parte 21)

 

Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Entre os Dois Mundos, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco no ano de 2004.


Questões preliminares


A. Nos processos obsessivos, a incidência da mente vingativa sobre o organismo da vítima é capaz de afetá-lo fisicamente?

Sim. A incidência da mente cruel sobre os delicados tecidos orgânicos termina por afetá-los, desorganizando a mitose celular, produzindo distúrbios funcionais, qual ocorre nos aparelhos digestivo e cardiovas­cular, abrindo campo no sistema imunológico para a ins­talação das doenças. No início do processo, a en­fermidade é mais psíquica do que física, isto é, as sensações são absorvidas diretamente do espírito doente, perispírito a perispírito, impregnando o corpo hospedeiro da parasito­se até este incorporar a energia deletéria que o desgasta no campo vibratório, atingindo, a breve prazo, a organização fisiológica. O número de portadores de doenças orgânicas simulacro, cuja procedência é obsessiva, é muito maior do que pode parecer. (Entre os dois mundos. Capítulo 15: Parasitoses físicas.)

B. O reconhecimento desse fato implica mudança nos processos terapêuticos pertinentes a esses casos?

Sim. Toda e qualquer terapêutica deve sempre considerar o ser humano total – espírito, perispírito e corpo. Quando isso ocor­rer, e não estão longe os dias da sua aceitação, o binômio saúde-doença estará recebendo muito melhor contribuição do que aquela que lhe tem sido direcionada até estes dias. (Entre os dois mundos. Capítulo 15: Parasitoses físicas.)

C. Qual é, no tratamento dos obsessos físicos, a melhor terapia?

Indiscutivelmente, a do Evangelho, isto é, a da transformação moral do paciente, aliada à terapia fluidoterápica, a fim de afastar o agente desencade­ador do problema, a sua conveniente doutrinação, a com­paixão e misericórdia para com ele, sem nenhuma diferen­ça daquela que seria aplicada nos transtornos obsessivos mentais e comportamentais. (Entre os dois mundos. Capítulo 15: Parasitoses físicas.)


Texto para leitura


182. Assim que o mentor da equipe se afastou, Germano acercou-se de Manoel Philomeno e eles puderam, então, dialogar em torno das ocorrências vivenciadas na clínica psiquiátri­ca, bem como a respeito dos processos de degenerescência mental, dos transtornos obsessivos perversos, agradecendo a Deus a ímpar felicidade que desfrutavam por haverem co­nhecido e adotado os ensinamentos espíritas que os liber­taram da ignorância. Germano, que fora médico, era hábil trabalhador espiritual, dedicado ao so­corro a portadores de obsessões fisiológicas, aqueles que sofrem a impertinência do ódio dos adversários introjeta­do no organismo somático. Ele explicou, nesse diálogo, como a incidência da mente cruel sobre os delicados tecidos orgânicos termina por afetá-los, desorganizando a mitose celular, produzindo distúrbios funcionais, qual ocorre nos aparelhos digestivo e cardiovas­cular, abrindo campo no sistema imunológico para a ins­talação das doenças. (Entre os dois mundos. Capítulo 15: Parasitoses físicas.)

183. No início do processo, explicou, a en­fermidade é mais psíquica do que física, isto é, as sensações são absorvidas diretamente do espírito doente, perispírito a perispírito, impregnando o corpo hospedeiro da parasito­se até este incorporar a energia deletéria que o desgasta no campo vibratório, atingindo, a breve prazo, a organização fisiológica. O número de portadores de doenças orgânicas simulacro, cuja procedência é obsessiva, não tem sido anotado, sendo muito maior do que pode parecer. Invariavelmente os cultores do intercâmbio espiritu­al e os espiritistas, quase em geral, reportam-se às influências obsessivas de natureza mental e comportamental. O or­ganismo físico, no entanto, é caixa de ressonância do que ocorre nos corpos espiritual e perispiritual. Da forma como sucede com a obsessão de natureza psíquica, quando pro­longada, que termina por degenerar os neurônios, dando lugar à loucura convencional, o fenômeno orgânico obedece aos mesmos critérios. O que é válido numa área, também o é noutra. (Entre os dois mundos. Capítulo 15: Parasitoses físicas.)

184. Indispensável, pois, que seja mantida muita atenção diante de afecções e infecções orgânicas, examinando-lhes a proce­dência no campo vibratório, no qual, não raro, se encontram mentes interessadas em desforços, muitas vezes, ignorando a operação destrutiva que vem realizando nos tecidos. Como se sabe, nem todo espírito vingador conhece as técnicas de perseguição, mantendo-se imantado ao seu antigo desafeto, em face da Lei de Afinidade Vibratória, isto é, graças à semelhança de sentimentos e de moralidade, o que faculta a plena interação de um com o outro e intercâm­bio de emoções de um no outro. Como as cargas mentais e emocionais transmitidas, mesmo que as desconhecendo, são constituídas de campos de ressentimento e de vingan­ça, essa contínua onda vibratória nociva é assimilada pelo ser energético, que passa a mesclá-la com as suas próprias, gerando desconforto e disfunção nos equipamentos que sustenta. (Entre os dois mundos. Capítulo 15: Parasitoses físicas.)

185. Iniciando-se a desconectação do fluxo de energia emitida pelo espírito encarnado, em face da intromissão da­quelas morbosas, as defesas imunológicas diminuem, abrin­do campo para a instalação de invasores microbianos degenerativos. As doenças aparecerão logo depois. Toda terapia antibacteriana, portanto, que objetive apenas os efeitos dessa ocorrência, irá combater somente os invasores micro­bianos, não reequilibrando o campo organizador biológico, cuja sede é o perispírito, que se encontra afetado pelo agente espiritual desencarnado. Nunca, portanto, será demasiado repetir que, em qualquer processo de enfermidade e disfunção fisiológica ou psicológica do ser humano, o doente é o espírito convidado à reparação dos erros cometidos, responsáveis que são pelas tormentas orgânicas de que ele se torna vítima. (Entre os dois mundos. Capítulo 15: Parasitoses físicas.)

186. Ante a estranheza demonstrada por Manoel Philomeno, Germano explicou: “O irmão Miranda sabe que os elementos constituti­vos do perispírito são de energia muito específica, ainda não havendo sido classificada pelos estudiosos da Física Quânti­ca. Pensam muitos especialistas de nosso plano que ele seria constituído por átomos muito sutis ionizados ou por partí­culas semelhantes aos neutrinos ainda mais tênues e velozes do que aqueles que foram detectados nos formidandos la­boratórios terrestres, nada obstante, prefiro, pessoalmente, a definição do preclaro Codificador, quando se refere a um envoltório semimaterial, portanto, em termos muito sim­ples, resultado de uma energia semimaterial, de um campo específico. A sua irradiação contínua impregna a organiza­ção física dos seus conteúdos, que são resultantes dos atos que procedem do ser pensante – o espírito imortal. Essa maravilhosa estrutura energética pode ser penetrada por ou­tras, dependendo dos valores morais do ser espiritual que a acolhe, de acordo com a afinidade de constituição. Quando é superior, torna-se mais vibrante e resistente, gerando valo­res positivos no organismo; sendo de procedência inferior, termina por tornar-se cediça e frágil, apresentando lesões que se refletem como distúrbio equivalente no mundo das formas. Forma energética do corpo somático, tudo aquilo que lhe ocorre na organização, será refletido na forma”. (Entre os dois mundos. Capítulo 15: Parasitoses físicas.)

187. Segundo Germano, toda e qualquer terapêutica direcionada a doenças deve sempre considerar o ser humano total – espírito, perispírito e corpo. Quando isso ocor­rer, e não estão longe os dias da sua aceitação, o binômio saúde-doença estará recebendo muito melhor contribuição do que aquela que lhe tem sido direcionada até estes dias. “Compreendo, sim – observou Manoel Philomeno – a realidade do enfoque apresentado pelo caro amigo, porque muitos cancerologistas, cardiologistas e outros profissionais da saúde de ambos os planos da vida, são unânimes em afirmar que transtornos psicológicos, raiva e ressentimento, ciúme e inveja, isto é, todos esses fatores de perturbação emocional, refletem-se na área da saúde, dando surgimento a patologias graves, como algumas das que dizem respeito às suas especialidades. Por outro lado, verificamos amiúde os casos de pro­blemas orgânicos derivados dos conflitos, particularmente dos aparelhos digestivo e cardíaco, por somatização. Se a mente pessoal gera esses fenômenos perturbadores, sob ação de outras mentes mais vigorosas, ainda sob a cruz dos con­flitos originados na conduta extravagante do passado, é cla­ro que os efeitos danosos são muito mais fortes, favorecen­do o surgimento de doenças mais graves, produzidas pelos agentes microbianos de destruição dos tecidos. Em assim sendo, qual a melhor terapia para ser apli­cada?” (Entre os dois mundos. Capítulo 15: Parasitoses físicas.)

188. Ante a questão proposta, Germano informou: “Indiscutivelmente, a do Evangelho, isto é, a da transformação moral do paciente, que é a sua parte fundamental, e a nossa contribuição em relação a ele, a fluidoterápica, a fim de afastar o agente desencade­ador do problema, a sua conveniente doutrinação, a com­paixão e misericórdia para com ele, sem nenhuma diferen­ça daquela que seria aplicada nos transtornos obsessivos mentais e comportamentais. Pelo pensamento, cada um de nós elege a companhia espiritual que melhor nos apraz. Na larga experiência de lidar com obsessos físicos, te­nho aprendido que é a mente o grande agente fomentador de vida, como de destruição dos seus elementos constituti­vos. Afinal, o que criou e rege o Universo é a Mente Divina, na qual tudo se encontra imerso. A mente humana, nos seus limites, produz a constelação de ocorrências próximas à sua fonte emissora de energia, sempre em sintonia com a quali­dade de vibrações exteriorizadas. Pensar bem, portanto, já não tem sentido apenas éti­co ou religioso, mas uma abrangência muito maior que é o psicoterapêutico preventivo e curador”. (Entre os dois mundos. Capítulo 15: Parasitoses físicas.)

189. O santuário de bênçãos Dr. Arquimedes explicou ao grupo socorrista que seria visitada uma associação espírita que se dedicava a um elenco de realizações iluminativas e socorristas, na qual se encontrava um dos membros vinculados ao ministério patrocinado pelo nobre Policarpo. Referia-se ao seu fundador, que viera à Terra, com tarefa muito definida, a respeito da recristianização das demais criaturas, repetindo experiências que consolidaram nas almas a fé em Jesus, nos já remotos dias do passado. Sob seu comando mental, Manoel Philomeno e seus amigos deslocaram-se na dire­ção do objetivo, sem que houvessem experimentado qualquer dificuldade. Chegaram um pouco antes das 20h, quando pessoas de várias procedências sociais e econômicas se adentravam no salão dedicado aos estudos da Doutrina Espírita. Eram velhinhos aflitos e enfermos atormentados, mulheres angustiadas e crianças irrequietas, algumas vi­sivelmente perturbadas, indivíduos masculinos e femini­nos saudáveis, formando um todo que, de alguma forma, completava-se. Música suave inundava o ambiente, embora a conver­sação díspar, muito alta, demonstrando o desequilíbrio da maioria, as ansiedades de outros e a quase desconsideração de mais alguns em relação ao local em que se encontravam. (Entre os dois mundos. Capítulo 16: O santuário de bênçãos.)

190. Infelizmente, muitas pessoas ainda não compreende­ram a maneira  saudável de comportar-se em determinados lugares onde se apresentam. Mesmo quando são membros de instituições, que deveriam preservar, tornam-se palradoras, movediças, inquietas, olvidando-se das atitudes coerentes com as propostas que ali são apresentadas e devem transformar­-se em realizações edificantes. Esse comportamento fa­culta a intromissão de espíritos irresponsáveis e ociosos, que se misturam aos encarnados, gerando intercâmbio excitante de conversações levianas, que derrapam, não raro, em maledicências, acusações, vulgaridades... O local reservado para estudos e discussões relevantes deve ser preservado de algazarra, especialmente se dedicado a questões espirituais, porquanto, em se tendo em vista o seu significado, para ele são conduzidos espíritos necessita­dos de orientação e de encaminhamento, de iluminação e de paz. Caso haja o silêncio que induz ao recolhimento inte­rior, à meditação, à prece, aos pensamentos salutares, cria-se o clima psíquico próprio e saudável para o mister a que se propõem os seus organizadores. Nada obstante, o número de entidades laboriosas e sérias ali reunidas era muito grande, contrapondo-se ao das infelizes e insensatas que tentavam produzir confusão e interferir no psiquismo geral da assembleia. (Entre os dois mundos. Capítulo 16: O santuário de bênçãos.) (Continua no próximo número.)

 


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita