Catástrofes naturais
Catástrofes que dizimaram centenas e milhares de
pessoas têm assolado o planeta nestes últimos
tempos e é comum ouvir que se trata do fim dos
tempos. Reflitamos sob a ótica espírita.
Consta em O Livro dos Espíritos profunda
pesquisa realizada por Allan Kardec sobre este
tema, questões 737 e seguintes: os flagelos
destruidores.
Allan Kardec ao discorrer na questão 741
esclarece quais seriam os flagelos estudados e
os enumera da seguinte forma: “Entre os flagelos
destruidores, naturais e independentes do homem,
devem ser colocados em primeira linha a peste, a
fome, as inundações, as intempéries fatais à
produção da terra”. Notamos que a última
enumeração abarca todas as hipóteses do que vem
acontecendo atualmente, tais como tsunamis,
terremotos e furacões. Portanto, estão aí
elencados todos, todos os acontecimentos
naturais cujas notícias nos assustam hoje em
dia.
O insigne Codificador preocupado com o assunto
perquire no Plano Maior qual a necessidade de
tais acontecimentos, e como resposta obtém que
são necessários para o adiantamento mais
ligeiro.
Sob este aspecto podemos considerar sim, que se
trata de uma indicação do período de transição
por que passa a Terra. Sim, estamos sendo
catapultados adiante. Tais fenômenos servem para
impulsionar a humanidade à frente. Por exemplo:
os cientistas estudam freneticamente para
encontrar uma forma de se prever os furacões, e
a cada período do ano em que as atividades
climáticas favorecem, a humanidade consegue
aumentar o tempo de previsão, salvando desta
forma muitas vidas e até preservando patrimônio.
Mas devemos parar por aqui. As ilações sobre o
fim dos tempos facilmente nos levam a pensar nas
previsões do Médico Nostradamus, ou mesmo nas
predições bíblicas do apocalipse do evangelista
João. Não se trata disso. O grande número de
mortes se deve, em primeiro lugar, ao acúmulo
populacional em áreas sujeitas a estes
fenômenos.
Por óbvio, sendo o contingente humano maior
vivendo sob a sombra de um vulcão, por exemplo,
no Vesúvio, na península Itálica, naturalmente
serão maiores as baixas humanas, caso o mesmo
volte à atividade. No ano de 79 de nossa era,
estima-se que houve uma mortandade de 2.000
pessoas em Pompeia e Herculano. Hoje vivem cerca
de 600.000 pessoas somente em Pompeia.
Para o Espírito é indiferente, quer a morte se
dê nestas situações ou em decorrência de um
acidente doméstico. Diz o Mestre de Lyon em
comentário à questão e resposta número 738:
“Quer a morte se verifique por um flagelo ou por
uma causa ordinária, não se pode escapar a ela
quando soa a hora da partida: a única diferença
é que no primeiro caso parte um grande número ao
mesmo tempo”.
Devemos ter muito cuidado para não sermos
traídos pela falsa ideia de que o mundo vai
acabar, na visão apocalíptica de Hollywood. Pois
isso, o susto, o medo e o assombro nos impedem
do mais comezinho ato Cristão quando nos
deparamos com a notícia sensacionalista, qual
seja dirigir preces aos que acabaram de deixar o
exílio terrestre, regressando à pátria
verdadeira, numa situação inesperada e abrupta,
com sensível prejuízo ao período de perturbação.
Ora, ao invés de considerarmos o fim dos tempos,
proponho fazermos as malas recheadas de tesouros
que os ladrões não roubam, nem as traças
corroem, pois a morte do corpo, isso, sim, é
certo.