Paula Kloser, em mensagem publicada na seção de Cartas
desta edição, escreveu-nos o seguinte:
Esta semana surgiu uma dúvida em nosso grupo de estudos,
quanto a uma expressão usada por André Luiz no livro
chamadoLibertação, em que ele fala de uma força
chamada nêurica. Nós pesquisamos um pouco, mas
gostaríamos de saber qual é o pensamento da revista
sobre este assunto.
No cap. XV da obra citada pela leitora, André Luiz
descreve uma sessão cujo objetivo era o atendimento de
Margarida e Gaspar, com vistas a restaurar-lhes as
energias perispiríticas.
Segundo André, das trinta pessoas presentes para o
atendimento, nove eram encarnados, vinte e um eram
colaboradores espirituais que ali se movimentavam. A
Sidônio e Gúbio, em esforço conjunto, caberia a tarefa.
Eles efetuaram, então, operações magnéticas ao redor de
Margarida, desligando primeiramente os "corpos ovoides"
que a impregnavam. Em seguida, enquanto a prece e os
estudos evangélicos se faziam ouvir, grande cópia de força
nêurica, com a devida compensação em fluidos
revigoradores da esfera espiritual, foi extraída,
através da boca, das narinas e mãos dos assistentes
encarnados, força essa que os dois dirigentes aplicaram
sobre Margarida e Gaspar.
O vocábulo nêurica diz
respeito ao sistema nervoso. Trata-se de um adjetivo,
como podemos ler nos léxicos em geral.
João Teixeira de Paula, no vol. I do seu Dicionário
de Parapsicologia, Metapsíquica e Espiritismo, nos
informa que força nêurica é o mesmo que fluido magnético
ou força psíquica. A utilização dessa denominação se
deve ao dr. A. Baréty. Força psíquica, por sua vez, é o
mesmo que força fluídica, força nêurica radiante e como
tal foi utilizada primeiramente por Camille Flammarion
e, mais tarde, por William Crookes.
Para compreender melhor o significado de força nêurica,
fluido magnético e força psíquica, eis o que Léon Denis
nos informa no cap. XV de sua obra No Invisível,
um dos mais importantes livros que compõem os chamados
clássicos do Espiritismo:
“Quando um Espírito se manifesta no meio humano, só o
pode fazer com o auxílio de uma força haurida nos
médiuns e nos assistentes. Essa força é gerada pelo
corpo fluídico. Tem sido alternativamente designada sob
os nomes de força magnética, nêurica, etérica;
chamar-lhe-emos, por nossa parte, força psíquica, pois
que obedece à vontade, que é de fato o seu motor; os
membros lhe servem de agentes condutores; ela se
desprende mais particularmente dos dedos e do cérebro.
“Existe em cada um de nós um foco invisível cujas
radiações variam de intensidade e amplitude conforme
nossas disposições mentais. A vontade lhes pode
comunicar propriedades especiais; nisso reside o segredo
do poder curativo dos magnetizadores. A estes,
efetivamente, é que em primeiro lugar se revelou essa
força, em suas aplicações terapêuticas. Reichenbach a
estudou em sua natureza e deu-lhe o nome de ‘od’.
William Crookes foi o primeiro a medir-lhe a
intensidade.
“Os médiuns de efeitos físicos exteriorizam essa força
em grande abundância; todos nós, porém, a possuímos em
diversos graus. Mediante essa força é que se produz a
suspensão de mesas no ar, a mudança de objetos, sem
contacto, de um lugar para outro, o fenômeno dos
transportes, a escrita direta em ardósia, etc. É
constante a sua ação em todas as manifestações
espíritas.” (No Invisível, de Léon Denis, cap.
XV)
Esperamos que as informações acima satisfaçam à
expectativa de nossa leitora e colaboradora Paula Kloser.