Protetores terrestres
Em nos reportando aos benfeitores celestiais, não nos
esqueçamos dos protetores terrestres. Muita gente
espera, levianamente, a proteção dos anjos, quando ainda
não sabe nem mesmo apreciar o esforço enobrecente dos
homens de bem.
Sem dúvida, mais tarde, alcançaremos o paraíso...
Todavia, por agora, é preciso vencer os degraus que nos
separam da glória divina. Esses degraus jazem colocados
à disposição dos nossos impulsos de melhoria, de
regeneração, de autoaprimoramento.
Aqui, permanece simbolizado num pai afetuoso, que nos
convida ao altar da consciência reta; além, é um coração
maternal, que nos induz à bênção da sublimação pelo amor
e pelo sacrifício...
Acolá, é um diretor de trabalho, aparentemente austero,
que nos conclama, pelo exemplo, ao soerguimento de nossa
dignidade pessoal no dever bem cumprido; mais além, é um
amigo supostamente áspero, que nos compele ao desempenho
das obrigações contraídas...
Subir ao céu não representa caminhar sob chuvas de
flores. O trilho do próprio Cristo, para o Alto,
terminou na cruz que lhe antecipou a imperecível
ressurreição.
Não te imobilizes, desse modo, na oração ociosa ou na fé
inoperante, acreditando que os Mensageiros do Amor te
assinalem as rogativas nascidas, muitas vezes, do
propósito de conforto prematuro ou de lamentável
insubmissão.
Lembra-te de que as Leis do Senhor estão refletidas,
tanto quanto nos permite a evolução já alcançada, nas
Leis humanas que nos dirigem os movimentos, e aprendamos
a reconhecer, nos lidadores do trabalho construtivo e
nos missionários do bem, os respeitáveis instrutores que
nos compete, não somente admirar, mas assimilar e
seguir.
Recordemos que, na hierarquia real da vida, jamais
inverteremos a ordem que nos rege os destinos. Ouçamos
atenciosamente os benfeitores terrestres, a fim de
merecermos contato com os orientadores celestiais.
Sem dever corretamente atendido, não há direito
consolidado. Sem criaturas de bem, não há bem para as
criaturas.
O primeiro passo para a conquista do Céu há de ser dado
por nós, na Terra, e, por isso, antes de reclamar o
socorro dos anjos, imitemos, cada dia, os grandes
trabalhadores da prosperidade comum, que formam, na
humanidade, os padrões vivos do bem, na vanguarda do
progresso e da luz.
Do livro
Intervalos, psicografado pelo médium Francisco
Cândido Xavier.
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